Imagem da Semana: Operação Husky

Soldados das Forças Aliadas se locomoveram em direção à costa siciliana, no sul da Itália, na noite do dia 9 para o dia 10 de julho de 1943. A finalidade era destituir Benito Mussolini, liberar o acesso dos navios aliados à região do Mar Mediterrâneo e estabelecer bases aéreas mais próximas à Alemanha. A incursão recebeu o codinome Operação Husky. Foi a primeira grande derrota de uma das três potências do Eixo: a Itália fascista.

A decisão para um ataque à Sicília foi tomada em janeiro de 1943, na Conferência de Casablanca, e ajudaria a mudar o curso da Segunda Guerra Mundial. Os britânicos acreditavam que havia uma oportunidade de tirar a Itália da guerra, por meio do ataque ao que consideravam o ponto fraco da Europa.

Foi a primeira incursão significativa de tropas aliadas em território europeu e a maior operação de desembarque marítimo de toda a história militar até então. Cerca de 180 mil soldados chegaram a bordo de 2.590 navios e, com o apoio de veículos anfíbios, desembarcaram 1,8 mil canhões e mais de 600 tanques de guerra, dando início à batalha com maior número de veículos blindados registrado entre todos os conflitos. 

O elemento-surpresa foi peça-chave para o sucesso de toda a operação. Foram utilizadas simulações de desembarque e táticas de engano para confundir as forças do Eixo, de forma que recursos e efetivos da defesa inimiga eram falsamente mobilizados. Isso deu uma vantagem significativa aos Aliados.

Uma das principais operações de distração realizadas foi o plano conhecido como Mincemeat. O submarino da inteligência britânica HMS Seraph lançou um cadáver na costa espanhola vestido como tenente da marinha naval. Em seus bolsos havia bilhetes de viagem, contas a pagar e cartas de sua noiva. Uma maleta presa ao seu corpo continha documentos secretos com planos para uma invasão à Grécia. O falso tenente foi deixado em abril de 1943 e, em poucos dias, os documentos já estavam em mãos do alto escalão alemão, que logo tratou de reforçar suas unidades na Grécia, acreditando que ali seria o local do desembarque. O estratagema deu certo. 

A Campanha Italiana durou 38 dias — foi considerada concluída na manhã de 17 de agosto de 1943, ao atingir a comuna italiana de Messina —, e estrategicamente alcançou as metas estabelecidas. O líder fascista italiano Mussolini foi derrubado, e, consequentemente, as tropas alemãs da Frente Oriental substituíram posições antes ocupadas pelas forças italianas na Itália e nos Bálcãs, o que resultou no desvio de um quinto de todo o exército alemão do leste para o sul da Europa. Outro efeito direto da campanha foi o recuo das tropas alemãs em Kursk para reforçar suas defesas no norte da Itália.

O avanço dos Aliados na Itália foi lento e custoso. Houve baixas de ambos os lados. No entanto, a operação ajudou a desgastar a resistência inimiga, conquistar cada vez mais terreno e criar uma base estratégica no Mar Mediterrâneo. O desembarque na Sicília é considerado pelos historiadores da Segunda Guerra Mundial como um evento precursor do que seria o desembarque na Normandia, na França, no ano seguinte, conhecido como o “Dia D” e que completou 80 anos este ano. Os Aliados conseguiram firmar sua posição na França, dando início à derrota final da Alemanha Nazista. A guerra terminaria 11 meses depois.

Daniela Giorno é diretora de arte de Oeste e, a cada edição, seleciona uma imagem relevante na semana. São fotografias esteticamente interessantes, clássicas ou que simplesmente merecem ser vistas, revistas ou conhecidas.

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