OBrasil inteiro hoje conhece “Fernando Taxad”. Assim como o “Taxador do Futuro”, o “Taxa Humana”, o “Taxado de Assis” e o “Zé do Taxão”. Desde a aprovação do texto-base da reforma tributária pela Câmara dos Deputados, em 10 de julho, um enxame de memes passou a viralizar nas redes sociais com um tema em comum: a obsessão do governo Lula — e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad — em aumentar ainda mais a já exagerada carga tributária paga pelos brasileiros. Nunca se pagou tanto imposto no Brasil.
Segundo a plataforma Impostômetro, mantida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Brasil atingiu no domingo, 21, a marca de R$ 2 trilhões arrecadados desde o início do ano. Foi a primeira vez da história que tal valor se deu ainda em julho. Em 2023, essa marca só foi batida em 30 de agosto. Com a atual carga tributária, a projeção é que o Impostômetro — que contabiliza impostos federais, estaduais e municipais — encerre 2024 com o valor recorde de R$ 3,6 trilhões.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, ressalta que a reforma tributária não é a única vilã no cenário econômico atual. Ele lembra que a já elevada carga do país teve de encarar o retorno de Pis e Cofins sobre combustíveis, que haviam sido desonerados pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Temos um sistema tributário que taxa excessivamente o consumo”, diz Gamboa. “Nossa carga tributária é comparável à da Grã-Bretanha, embora nossa renda por habitante seja significativamente inferior. Pagamos uma carga tributária desproporcional ao nosso nível de desenvolvimento econômico, o que acaba por sufocar o potencial de expansão da economia.”
Blusinhas e heranças
No atual governo, novos tributos foram criados. Um dos mais recentes ficou conhecido como “taxa da blusinha”. O Estado decidiu implementar cobranças para compras internacionais de até US$ 50 (cerca de R$ 280, na cotação atual).
Plataformas de importação de produtos de preços populares, como Shopee, Shein e AliExpress, não foram as únicas afetadas pela sanha arrecadatória da gestão petista. Em dezembro do ano passado, Lula sancionou a lei que tributa offshores (contas bancárias e empresas sediadas no exterior, com o intuito de realizar operações financeiras com menores custos) e fundos fechados (que, segundo o governo, são modalidades “criadas especificamente para pessoas de altíssima renda”). Não satisfeito, o presidente sinalizou, mais uma vez, o interesse de ampliar a tributação sobre herança, que, atualmente, tem como limite 8%.
Dificultando ainda mais a vida dos brasileiros
A reforma tributária já foi vista como uma oportunidade de desburocratizar o sistema de impostos do país. Mas, da forma como foi apresentada pelo Executivo federal e aprovada pela Câmara dos Deputados, passou a ser vista com desconfiança pelos mais diferentes setores da economia. De acordo com o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), se não houver mudanças na proposta, os valores de aluguel e de compra de imóveis vão aumentar.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) foi outra a contestar publicamente o teor do texto da reforma tributária que avança no Congresso. Conforme a entidade, há “pontos críticos” na proposta. Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, o projeto conta com a definição de algumas alíquotas que vão prejudicar diversos segmentos da economia e, principalmente, “os consumidores”.
O advogado Marcelo Costa Censoni Filho, especialista em Direito Tributário, endossa as críticas do Secovi-SP e da CNI. Ele afirma que há o risco de, no fim das contas, a reforma tributária dificultar ainda mais a vida dos brasileiros pagadores de impostos. Na sua avaliação, é preciso discutir mais o projeto.
“A proposta de reforma tributária, como está, tem o potencial de aumentar a carga tributária, especialmente se não forem realizados ajustes que considerem as particularidades de diferentes setores e regiões”, comenta Censoni Filho. “É essencial que haja uma análise detalhada e uma discussão ampla com todos os setores impactados para garantir que ela contribua efetivamente para a redução da complexidade tributária sem aumentar a carga global.”
Ranieri Genari, também especialista em Direito Tributário, alerta: da forma que está, a reforma vai aumentar encargos sobre determinados produtos e serviços. Nesse sentido, prevê que a iminente elevação de tributos pode cair no colo dos cidadãos. “Ainda precisaremos observar o comportamento da cadeia de consumo como um todo”, diz Genari. “Essa carga pode tanto ser absorvida pelas empresas dos mais diferentes setores quanto ser repassada inteiramente ao consumidor final.”
Os memes não são o problema
O governo Lula também reclamou. Não do aumento dos impostos, mas da proliferação de memes ironizando o ministro Haddad. O advogado-geral da União, Jorge Messias, chegou a sugerir que colocaria o aparato estatal para investigar quem “financiaria” os memes contra Haddad.
O economista Alessandro Azzoni explica que as forças da equipe de Lula estão sendo empenhadas de forma errada. Ele avalia que de nada adianta reclamar de memes e brincadeiras que tomam conta das redes sociais enquanto a carga tributária do país aumenta — assim como os gastos do governo federal. De acordo com Azzoni, em vez de caçar quem seriam os supostos “financiadores” de postagens virais contra Haddad, os petistas deveriam investir tempo em planejar ações para otimizar o funcionamento da máquina pública.
“A forma de cobrar menos tributos é o governo ter eficiência na gestão pública”, diz Azzoni. “Tem que ser feita uma reforma administrativa para reduzir o custo operacional dessa máquina federal. O governo deveria fazer a lição de casa e reduzir gastos.”
Censoni Filho compartilha da mesma ideia. Para ele, o governo precisa promover uma “gestão eficiente dos recursos públicos”, além de “dar transparência nos gastos para aumentar a confiança dos contribuintes e justificar a arrecadação”.
Genari também segue a mesma linha de raciocínio. “Para que passemos a pagar menos impostos, ao observarmos outros países, que adotaram políticas econômicas bem-sucedidas, não podemos tirar outra lição que não seja a adoção de uma política econômica de corte de gastos públicos”, avalia o especialista em Direito Tributário. “É preciso ter um encolhimento da máquina estatal, de forma que não seja necessária uma grande arrecadação para a sua manutenção, abandonando a ideia do Estado como motor da economia.”
O problema do Brasil, enfim, não são os memes fazendo piada com o ministro Haddad. O problema real é ter um Estado gastador e que sobrecarrega os pagadores de impostos, que ficam com a conta do que virou, conforme o bom humor de internautas, a “República Federativa do Taxil”.
Confira a seguir alguns memes publicados nas redes sociais (clique sobre cada foto para ampliar).
Leia também “Reforma ou furor arrecadador?”
Governantes perdulários teimam em tirar mais dos mesmos, os pagadores de impostos.
Falar em “reforma” tributária sem uma reforma estrutural do Estado para redefinir suas obrigações e limites é pura heresia.
Pior ainda é submeter um texto com mais de 500 páginas para ser aprovado pela Câmara sem que os deputados tenham o tempo necessário para analisar e discutir o que está sendo proposto.
Esse conjunto não pode ser chamado de reforma, mas de instrumentalização do sistema de cobrança que afeta muito mais aqueles que a extrema esquerda jura defender, os pobres e desvalidos.
Faltou um nome para o conjunto de ” TAXAS ” que tal esse ” TAXADAS DA MENTIRA ” para o conjunto das taxas que não subiriam.
PARA QUE A DUPLA MULA E ESBANJA POSSAM VIAJAR, É PRECISO TAXAR SEM VACILAR. MAS NÃO TEM PROBLE MA. EM 2026 A JUMENTADA PETISTA, COM O AUXÍLIO DE FORÇAS OCULTAS, MANTERÁ O JUMENTO MOR NO PODER, PARA A INFELICIDADE DO POVO E A DESGRAÇA GERAL DESSA REPÚBLICA SEM RUMO.
A ganancia do governo federal em aumentar imposto, é surreal. E pior ainda, não faz nada para conter gastos. O ódio que se tem da classe média fica comprovado.
Bem, vamos usar a linguagem do 9dedos. “Eles” vão nos tirar até o último centavo. Vão destruir a classe média. Não tem nenhum plano, nenhum projeto, a não ser taxar. Retorno? ZERO! E pensar que, na Inconfidência Mineira, a derrama era só de 25%!
Julio, a derrama era 20%, por isso também era chamada de “quinto” (1/5 do ouro). De resto concordo com seu comentário.
A quadrilha petista sempre sinaliza a busca por mais recursos para o ”Estado”, como se fosse para o bem comum. Mas, no final das contas, o estado são eles. Ou seja, para o bolso deles.
Imposto é roubo!
Todos vocês fazem as reportagens com eufemismo. Esses ladrões da nação que estão aí tem que ser presos, todos eles dos três poderes porque estão aí na fraude, a eleição foi roubada e tudo que vem pela frente é roubo
Infelizmente, estou pagando pelos idiotas, burros, estúpidos, imbecis que votaram no Filho de Satã. O presidente Bolsonaro queria diminuir a carga tributária, o tamanho do estado, queria privatizar as estatais, mas o “sistema” não deixou. Agora, aguentem as consequências com esse desgoverno.
É isso aí Robson, eles fazem a KHda e a gente paga.