A cada quatro anos, a Olimpíada tem como missão tornar o esporte um instrumento para a promoção da paz, da união, do respeito por regras e adversários. Saltos, recordes e jogadas geniais, entre outras façanhas, ganham manchetes que exaltam a superação dos atletas.
Por duas semanas, o mundo respira a atmosfera olímpica, baseada no lema adotado pelo idealizador dos Jogos modernos, Pierre de Coubertin (1863-1937): “O importante é competir”.
Ganhou força, nesta Olimpíada de Paris, porém, um conceito que confunde esporte com ideologia. Os Jogos, que vão de 26 de julho a 11 de agosto, tornaram-se uma plataforma para que grupos ligados à cultura woke busquem aparecer mais do que os atletas no desfile de abertura. De origem norte-americana, o termo, cuja tradução literal é “acordou, despertou”, tem sido usado como gíria para referir-se à consciência sobre temas sociais e políticos, sobretudo o racismo.
POV: You're an athlete at the #Olympics Opening Ceremony. 👀#Paris2024 is revolutionising Olympic Summer Games history with the first-ever ceremony outside a stadium. Welcome to the Seine.#MoreThanSport #OlympicGames @Paris2024 pic.twitter.com/AJjDKXin0Z
— The Olympic Games (@Olympics) July 25, 2024
Um dos primeiros a manifestarem publicamente a contrariedade em relação a tal abordagem foi o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Em seu mandato, ele criticou as jogadoras da seleção norte-americana de futebol feminino por elas terem, em várias competições, se ajoelhado durante o hino nacional do país. A iniciativa estava dentro de uma campanha geral de esportistas contra o racismo.
Trump utilizou a palavra “woke” para atacar a atitude das atletas depois da derrota dos EUA nas semifinais e da frustrante conquista do bronze, em Tóquio 2020. “Tudo que é woke dá errado, e nosso time de futebol certamente foi mal”, disse o ex-presidente. Trump ressaltou que havia jogadoras “patriotas”, mas afirmou ser necessário que mais atletas “respeitem nosso país e nosso hino nacional”.
Ele se referia em especial à estrela da equipe, Megan Rapinoe. Ela havia se recusado a ir à Casa Branca depois do título mundial da seleção em 2019. “A mulher de cabelos roxos [Megan] jogou terrivelmente”, declarou Trump. “Passa muito tempo pensando em política de esquerda radical em vez de fazer seu trabalho.”
Defensora de causas LGBTQIA+, entre outras, Megan, nos últimos Jogos, tornou-se um símbolo de algo que se fortaleceu ainda mais nesta Olimpíada. Paris contará com a maior presença de atletas LGBTQIA+ de todos os tempos. O número de participantes desse grupo se aproximará de 200, depois de chegar a 186 em Tóquio 2020.
Nikki Hiltz, atleta “trans não binária” (pessoa que não se identifica com o gênero designado no nascimento e diz não se encaixar nos padrões para masculino ou feminino), se classificou para competir nos 1,5 mil metros entre as mulheres.
Tendo nascido mulher, Hiltz, que se apresenta com o pronome “elu”, nunca realizou terapia hormonal e, por isso, poderá participar. Em relação às “mulheres trans”, que biologicamente nasceram homens, há uma indefinição no limite hormonal.
Na Olimpíada de Tóquio, realizada em 2021, Laurel Hubbard, atleta de levantamento de peso da Nova Zelândia, foi a primeira “mulher trans” a participar de um evento olímpico na categoria feminina. Hubbard se encaixou nos critérios de classificação, que exigiam um nível de testosterona (hormônio masculino) abaixo de 10 nanomoles (nmol) por litro, por pelo menos 12 meses.
Situações como essa podem ocorrer em Paris 2024 e trazer desequilíbrio às disputas. A pressão de militantes que confundem limite com discriminação pode ferir o espírito esportivo tão propagado nas Olimpíadas, de acordo com profissionais do esporte. O limite permitido de testosterona não é claro e varia de acordo com o país ou a entidade. A World Athletics, federação internacional de atletismo, por exemplo, permite uma quantidade máxima do hormônio mais baixa do que a média.
Para Vladimir Modolo, professor de educação física e mestre em fisiologia do exercício pela Universidade Federal Paulista (Unifesp), a busca da “igualdade” inserida dessa maneira abre a possibilidade de ferir o espírito esportivo. “Essa questão tem um viés social e um biológico, que é a quantidade de força e testosterona que a pessoa produz”, afirma o professor. “Infelizmente, isso interfere no resultado olímpico, e aí a gente pode pensar que talvez pessoas possam se beneficiar de questões sociais para adquirir medalhas olímpicas.”
Segundo ele, deve haver um limite quando existe uma ameaça à equidade nas disputas, para que alguém com força masculina não dispute competições femininas. “Essa é uma questão técnica, que não tem nada a ver com as questões sociais de a pessoa ser trans, mulher, homem. Essas questões sociais estão em outra pauta de discussão”, observa Modolo. “É o Comitê Olímpico Internacional [COI] que tem que dizer o gênero da pessoa. É o hormônio que vai definir a quantidade de força e de potência que ela pode produzir dentro das questões biológicas.”
O COI, no entanto, tem resistido a encarar esse tema de uma maneira mais objetiva. Não define um limite de testosterona, temeroso em criar rótulos ou ser invasivo. A entidade chegou a sugerir que atletas trans não devem ser chamados de “sportsman” ou “sportswoman” (“esportista homem” e “esportista mulher”, respectivamente), e sim pelo termo neutro “sportsperson” (“pessoa esportista”).
Os organizadores da Olimpíada não vão disponibilizar aparelhos de ar-condicionado nos 7,2 mil quartos dos atletas
Nestes Jogos, pela primeira vez, deverá haver paridade de gênero. A ideia é ter 5.250 homens e 5.250 mulheres competindo. A recomendação relativa aos atletas trans, incluída em um guia, deixou indignada a ex-nadadora olímpica inglesa Sharron Davies, que desabafou para um jornal inglês. “O COI nunca deixa de me decepcionar com sua total hipocrisia”, afirmou Davies. “Eles estão tentando impedir os jornalistas de dizer a verdade ao público quando homens competem contra mulheres com vantagem injusta.”
Polêmica do ar-condicionado
As reivindicações ligadas a causas woke têm dividido as atenções com a preparação dos atletas, os protagonistas do evento. Causou polêmica o fato de as camas dos quartos da Vila Olímpica serem todas de papelão, por questões de sustentabilidade. A opção pode gerar um inútil desconforto.
A prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, foi mais uma a utilizar os Jogos para fomentar um discurso ideológico. Os organizadores da Olimpíada, dentro de um projeto de Anne, não vão disponibilizar aparelhos de ar-condicionado nos 7,2 mil quartos dos atletas. Eles pretendem, de acordo com a prefeita, fazer dos Jogos Olímpicos “os mais ecológicos de todos os tempos”.
O projeto arquitetônico, com vãos para a passagem do ar, não serviu para tranquilizar os participantes. A iniciativa “ecológica” tende a prejudicar o bem-estar e a performance dos esportistas, que durante anos lutaram para chegar a uma Olimpíada. Dezenas de delegações reclamaram que as altas temperaturas nesta época do ano vão afetar o sono e a performance dos competidores.
Sarah Hirshland, CEO do Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA, afirmou que a federação fornecerá os aparelhos para seus atletas. Segundo o jornal The Washington Post, Alemanha, Austrália, Itália, Canadá e Grã-Bretanha já adiantaram que farão o mesmo.
Anne, em um tom hostil, reagiu com o argumento de que, depois dos Jogos, que deveriam ser vistos como um privilégio, a Vila Olímpica se transformará em moradia para 6 mil pessoas. Sua preocupação, segundo diz, é com a sustentabilidade. “Tenho respeito pelo conforto dos atletas, mas penso muito mais na sobrevivência da humanidade”, disse. “O que importa para mim são esses apartamentos, que vão se tornar um bairro onde as pessoas de Saint-Denis viverão.”
Sem um bom preparo e tranquilidade, guardadas as proporções de cada época, dificilmente seriam os mesmos os feitos de atletas como Fanny Blankers-Koen, Nadia Comaneci, Simone Biles, Rafaela Silva, Carl Lewis, Edwin Moses, Usain Bolt, Mark Spitz e Michael Phelps. O esforço deles os levou a ser referências. Valorizaram a essência do esporte como instrumento de integração e de superação. E levaram as Olimpíadas ao status atual.
A questão financeira, decorrente da importância do evento, também deve ser respeitada. A Olimpíada e a Paralimpíada — que vai de 28 de agosto a 8 de setembro — deverão gerar receitas de 6,7 bilhões a 11,1 bilhões de euros para a capital francesa e região neste ano, segundo estudo do COI. Algo que, certamente, será fundamental para a sustentabilidade do país.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, o impacto no meio ambiente gerado pelo uso de ar-condicionado é mínimo na Europa. Menos de uma em cada dez residências tem esse tipo de aparelho. Os números em Paris são ainda menores. Segundo o estudo, do 1,6 bilhão de aparelhos em uso em todo o mundo em 2016, mais da metade estava na China (570 milhões) e nos Estados Unidos (375 milhões). A União Europeia inteira possui cerca de 100 milhões.
Os maiores prejuízos ao meio ambiente na capital têm vindo do esgoto despejado no Rio Sena, que, com o aumento das chuvas, quase impediu a realização de competições em suas águas. Para provar que foram, às pressas, construídos reservatórios para conter a poluição, Anne mergulhou no Sena dias antes do início das competições. Uma pequena amostra da “Wokeimpíada” que está por vir.
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A prefeitura nadando no rio, me lembra uma prefeita que Maceió teve a uns 20 anos atrás, chamada Katia Born. Na época ela disse ter solucionado a poluição do rio salgadinho, e tomou banho para comprovar.
Mas no final das contas ela tudo balela, o rio até hoje continua poluído e sem acesso a banho.
Observação: não a toa, ela também é esquerdista.
A FRANÇA acabou faz tempo!!
Sucumbiu a essa agenda nefasta!
Vai ser destruída pelo islamismo e pela incultura woke
Quem esteve em Paris nesses últimos anos, sabe que lá está um lixo, e o pior de tudo é que eles querem que aceitemos a normalidade.
Nunca vi tanta gente ignorante nessa França, até a prefeita da capital é burra, ecoxiita. Esse Macron nem se fala, e a França de uma maneira geral é o pior da Europa em alienação e jumentice
Que desgraça é essa agenda Woke. Tudo em que a esquerda bota a mão apodrece.
As competições deveriam ser para homens e mulheres, cada qual competindo de acordo com seu sexo, masculino ou feminino. “Todes” os que não se enquadrarem que compitam entre si, no esporte, na ignorância e no pecado.
Ditadura da chatice.