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Geraldo Alckmin, vice-presidente da República (primeiro à esquerda), durante cerimônia de posse do novo presidente iraniano, ao lado de Mohammad Abdul Salam (porta-voz dos Houtis), Ziyad al-Nakhalah (secretário-geral da Jihad Islâmica Palestina), xeque Naim Qassem (vice-líder do Hezbollah) e Ismail Haniyeh (líder do Hamas, último à direita), morto horas depois | Foto: Reprodução/Press TV
Edição 228

O Brasil com o Eixo do Mal

Enviado para representar o país na cerimônia de posse do presidente do Irã, Geraldo Alckmin foi fotografado ao lado de grandes figuras do terrorismo mundial

Ana Paula Henkel
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As atrocidades do Brasil de Luiz Inácio não param na aberração política em reconhecer como legítima a fraude eleitoral venezuelana e endossar, mais uma vez e na contramão do mundo, a farsa de Nicolás Maduro como presidente democraticamente eleito. 

O Brasil de Lula é amigo de ditadores (não adianta espernear, TSE) e agora está no sofá também com os membros do “Eixo do Mal”, expressão usada pela primeira vez pelo ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush. Originalmente, Bush se referia ao Irã, ao Iraque e à Coreia do Norte. A expressão foi usada no discurso do Estado da União em janeiro de 2002, menos de cinco meses depois dos ataques de 11 de Setembro, para se referir aos três países que constituíam uma grave ameaça ao mundo e à segurança dos Estados Unidos. Esses países, segundo Bush, patrocinavam o terrorismo regional e mundial. Mais tarde, os Estados Unidos incluíram no eixo também Cuba, Líbia e Síria. 

O vice-presidente Geraldo Alckmin (em primeiro plano, ao centro) e o líder político do Hamas Ismail Haniyeh (acima), na posse do presidente do Irã | Foto: Reprodução/Press TV
Geraldo Alckmin no mesmo evento que o principal líder do grupo palestino Hamas, Ismail Haniyeh, na cerimônia de posse do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, no Parlamento em Teerã, no Irã. Haniyeh foi morto horas depois (30/7/2024) | Foto: Majid Asgaripour/Wana (West Asia News Agency) via Reuters

E como o Brasil, vergonhosamente, agora é visto ao lado do seleto grupo? Por uma foto que entrará para a história de Geraldo Alckmin, nosso vice-presidente. As páginas políticas de Alckmin terão agora uma mancha indelével. O registro que marcará sua carreira não será nenhuma foto em suas boas administrações como governador de São Paulo, ou mesmo qualquer imagem da patetice em mendigar uma boquinha em Brasília para ser vice daquele que ele já chamou de um dos homens mais corruptos da nossa história.

A foto de Geraldo Alckmin que será estampada para todo o sempre será ao lado de homens como Ismail Haniyeh, líder do Hamas que foi assassinado na madrugada desta quarta-feira, 31 de julho, horas depois da cerimônia de posse do presidente do Irã, em que Alckmin estava presente.

Enviado para representar o Brasil, o vice de Lula estava ao lado de grandes figuras do terrorismo mundial. Entre elas, Abdul Salam, porta-voz dos Hutis, Ziyad Al-Nakhaleh, líder do grupo terrorista Jihad Islâmica, xeque Naim Kassem, líder do Hezbollah, além do já citado Ismail Haniyeh, líder do Hamas que foi eliminado. Estarrecedor.

Xeque Ahmed Yassin, fundador do Hamas, conversa com Ismail Haniyeh em sua casa, na Faixa de Gaza, depois de ser colocado em prisão domiciliar pela Autoridade Palestina (24/6/2002) | Foto: Reuters/Ahmed Jadalla

Haniyeh fazia parte do Hamas havia décadas e, nos últimos anos, comandou as operações políticas do grupo terrorista direto do exílio no Catar, emergindo como um de seus líderes mais importantes no conflito de Israel em Gaza. A barbárie cometida contra bebês, mulheres, idosos e centenas de inocentes no dia 7 de outubro de 2023 tem as digitais de Haniyeh. E o Brasil estava ao lado dele nesta semana. O Brasil de Lula, claro.

Apesar de o assassinato de Haniyeh não ter sido reivindicado pelo Mossad ou pelas Forças Israelenses, algumas horas antes da cerimônia de posse do presidente do Irã, um ataque da Força Aérea Israelense em Beirute havia matado um alto comandante do Hezbollah responsável pelo bombardeio no último sábado, 27 de julho, que matou 12 crianças nas Colinas de Golã, bem como por um bombardeio em 1983 que matou 241 soldados americanos em Beirute. O ataque teve como alvo Fuad Shukr, um agente sênior do Conselho Jihad, que é subordinado ao Conselho Shura, do Hezbollah, e está sob o controle direto do líder terrorista Hassan Nasrallah. Shukr era um conselheiro militar sênior de Hassan Nasrallah, considerado seu braço direito e membro do conselho da jihad. O governo dos Estados Unidos havia oferecido uma recompensa de US$ 5 milhões por informações sobre ele e seu paradeiro. Se não fosse por esse evento, mais um nome de peso do terrorismo mundial estaria na foto com o nosso representante no Irã.

Equipes de resgate e limpeza procuram vítimas após bombardeio de quartel em Beirute (23/10/1983) | Foto: Domínio Público

Sim, o Brasil de 2024 está ao lado de líderes que financiam o terrorismo no mundo. Não custa observarmos que o Irã era um país em rápida modernização e relativamente liberal antes da Revolução Islâmica, em 1979, o que de certa forma explica a revolução, como uma reação contra toda essa modernidade. Mas, da mesma forma, o povo iraniano sempre se irritou com as restrições impostas pelos mulás e tem tentado desfazer a tomada islâmica desde então. Eles sabem que a República Islâmica não é uma república, mas uma teocracia.

Desde o fim da Guerra Irã-Iraque, protestos em massa eclodem a cada dez anos ou mais. Eles explodiram por um tempo em 1999 e no início dos anos 2000. Depois do ataque de 11 de Setembro, George W. Bush acreditava que criar uma democracia bem-sucedida no Iraque ajudaria a minar o regime iraniano, mas, quando a revolta iraniana aconteceu em 2009, o governo Obama decidiu sempre fazer o oposto do governo Bush e entrou em negociações bem estranhas com seus líderes.

Engana-se quem pensa que o Irã é financiador dos inimigos da América apenas. O regime é financiador dos inimigos do Ocidente e da liberdade

Obama estava tão empenhado em se aproximar do regime e fechar um acordo diplomático que ignorou propositalmente a Revolução Verde. O movimento político surgiu após a eleição presidencial iraniana de 12 de junho de 2009 e durou até o início de 2010. Os manifestantes exigiram a remoção de Mahmoud Ahmadinejad do cargo.

Barack Obama fez vista grossa a um regime opressivo que vem, constantemente, produzindo novas razões para o povo odiá-lo. Desde restrições arbitrárias em seu comportamento, passando pela cleptocracia de membros do regime com a corrupção e a incompetência de oficiais em massa, até o desperdício da riqueza e do sustento do povo em aventuras militares que atendem aos objetivos apenas do regime, mas que não têm nenhuma conexão convincente com o interesse nacional. 

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Barack Hussein Obama, ex-presidente dos Estados Unidos | Foto: Divulgação/Casa Branca

A República Islâmica é um notório patrocinador estatal do terrorismo que constantemente tenta exportar sua revolução. Seus radicais apoiam qualquer um que odeie a América e, com esses pilares, construíram uma rede de proxies e satélites por todo o Oriente Médio. Mas engana-se quem pensa que o Irã é financiador dos inimigos da América apenas. O regime é financiador dos inimigos do Ocidente e da liberdade. E o Brasil estava lá, na posse de seu governante.

Em 2017, quando ainda defendia princípios de liberdade política e econômica no palanque da oposição ao PT, Geraldo Alckmin certa vez proferiu: “Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ou seja, ele quer voltar à cena do crime”. 

O antigo “inimigo” do petista, hoje vice-presidente do Brasil, não apenas voltou ao poder com Lula. Voltou à cena do crime para representar o Brasil junto a um seleto grupo de líderes terroristas.

Valeu a pena, Geraldo?

Leia também “Medalha de lata para o Brasil”

16 comentários
  1. Paulo César de Castro Silveira
    Paulo César de Castro Silveira

    Não tem apesar. O Mossad nunca reenvindica nada e também não nega nada. Eu lembro desse velhinho da foto, jogaram uma bomba nele quando ia para a mesquita. cometeu o erro de estabelecer uma rotina e um horário de ir à mesquita.

  2. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    O Irã tinha potencial para ser um grande ator global, porém, caiu nas garras de ditadores sanguinários, como bem relatado pela Ana.
    E vergonhosamente temos agora um representante do Brasil junto a estes crápulas. Que nível!

  3. Teo Ferreira Radialista
    Teo Ferreira Radialista

    Isso é uma aberração, é tudo pelo poder. Cavalo mandado do descondenado

  4. Antonio Carlos Neves
    Antonio Carlos Neves

    Pois é Ana, aos 78 anos que vergonha sinto ter sido tucano desde a fundação do PSDB ate 2019, ano que se revelaram sem caráter e vergonha. Como entender que um sujeito super católico, parecendo conservador e liberal como Alckimin suba ao altar de uma igreja para homenagear o COMUNISTA CRISTÃO Flavio Dino, o verdadeiro articulador da FARSA do 8 de Janeiro, com esta INSANIDADE: “quis o destino que Flavio Dino fosse o Ministro da Justiça e Segurança, na hora certa e no momento certo para salvar a democracia e evitar o GOLPISMO”.
    Se verdadeiro cristão, como consegue dormir esse homem, sabendo da farsa do 8 de janeiro, da humilhação e graves condenações de patriotas trabalhadores, democratas, sem antecedentes criminais que simplesmente desejavam eleições transparentes e auditáveis e acreditaram no relatório do Ministério da Defesa que demonstrou a insegurança das urnas eletrônicas?.
    Ana, creio que a maioria dos patriotas fossem ex tucanos como eu.

    1. Paulo César de Castro Silveira
      Paulo César de Castro Silveira

      E eu então que conheço geraldo há 50 anos, desde o tempo de prefeito de pindamonhangaba.

  5. RODRIGO DE SOUZA COSTA
    RODRIGO DE SOUZA COSTA

    A frase para expressar vergonha alheia agora é, “aí que vergonha do Gerardo”?

  6. Robson Oliveira Aires
    Robson Oliveira Aires

    Esse Picolé de chuchu perdeu todo e qualquer respeito, dignidade quando se juntou ao Filho de Satã como vice-presidente.

  7. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Que o Brasil está com um governo terrorista dissimulado todo mundo sabe. Esse Alckmin eu me lembro muito bem da cara de rapariga pé de escada dele tomando cafezinho e comendo pastel no mercado público em São Paulo, isso é lá gente!!!!

  8. Paulo Henrique Orlato Rossetti
    Paulo Henrique Orlato Rossetti

    Ana, parabéns! Análise magistral! Que honra ter visto Saddam, Kadafi, e tantos outros amigos dessa seita vermelha caírem, e poder contar para a geração mais nova porque a defesa da liberdade é fundamental.

  9. Vanildo
    Vanildo

    Magistral Ana. Espero um artigo seu sobre a injusta luta da italiana Carini. Abraço de Goiás, BR.

  10. Humberto B
    Humberto B

    A missão do PT e de seu fundador Lula é igual a do Hamas. Afundar o país na desgraça através de alianças malignas e estapafúrdias com criminosos, , corruptos, terroristas e traficantes. Como disse Maquiavel, o povo que aceita politicos corruptos merece ser escravo.

  11. André Luiz Nascimento Santos
    André Luiz Nascimento Santos

    Lula e ALckmin atolados até o pescoço na lama da imoralidade. Mentirosos e bandidos. Os semelhantes se atraem.

    1. Antonio Saggese Netto
      Antonio Saggese Netto

      Esse Alckmin, é o pior de todos os políticos do Brasil. Traidor, sem vergonh4, se prestando a esse papel ridículo na vice presidência de coisa nenhuma.

  12. MNJM
    MNJM

    O Brasil de hoje envergonha o povo brasileiro. O TSE proibiu que dissesse que Lula era amigo de ditadores, nas eleições de 2022. Como o TSE atuou para eleger o Lula e enganar os menos esclarecido?. Além de amigo de ditadores e também de terroristas.

  13. Everson Jorge Gariglio
    Everson Jorge Gariglio

    Clássica situação daquele que acha que sabe onde está se metendo. Quando se dá conta já enfiou o pé na jaca até o joelho!

    1. Cassio Fernando França De Negri
      Cassio Fernando França De Negri

      Alckmin entrou nessa achando que ia chegar à presidencia por alguma fatalidade do destino. Mas jamais os petistas vão deixar ele sequer chegar perto da presidência, para isso existem sósias e para isso preparam a Janja. Ao dr. Geraldo restam humilhações e irrelevância. Mas esse final de carreira melancólico, para um político sem principios e sem honra, que já teve e perdeu totalmente nosso respeito, afinal é merecidíssimo!!!

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