“Vou precisar de um psicólogo para superar tudo o que vi”, resumiu Carlo Cauti, repórter especial de Oeste, ao voltar da Argentina, onde acompanhara o dia a dia de exilados políticos brasileiros perseguidos pelo 8 de janeiro. Ao longo de cinco dias, Cauti conversou com cerca de 60 pessoas, visitou dezenas de residências, entrevistou um bom número de autoridades do país vizinho e incursionou por inúmeras villas miserias, as favelas argentinas — que hoje servem de abrigo para boa parte dos refugiados que falam português.
Tudo somado, foram quase cinco horas de gravação. Além de gerar um pequeno documentário, o material coletado se distribui detalhadamente pela reportagem de capa desta edição. Longe do lar e da família, alguns refugiados não têm teto. Outros se amontoam em quitinetes onde se comprimem grupos de compatriotas. A maioria não tem emprego nem dinheiro suficiente para a comida. Ainda assim, preferem essa subvida à cela de cadeia que já conheceram e ainda os assombra.
Os brasileiros exilados fazem parte da extensa lista de assuntos que a imprensa velha prefere ignorar. Nela figuram, por exemplo, todos os presos políticos do 8 de janeiro e a perseguição implacável movida por Alexandre de Moraes a Filipe Martins, ex-assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro. Acusado de ter viajado para os Estados Unidos para ali participar da elaboração de um golpe que nunca existiu, Martins já apresentou copiosas provas de inocência. Mas, como informa Augusto Nunes em sua coluna, qualquer evidência providenciada por Martins é revidada com mais cobranças.
A paulatina escassez de notícias sobre o assunto avisa que a próxima vítima dessa condenação ao esquecimento é a eleição na Venezuela, roubada pelo ditador Nicolás Maduro. Nesta edição, Cristyan Costa afirma que o silêncio se intensifica na mesma proporção em que se multiplicam os episódios de abusos e violações de direitos humanos no país.
Outro tema abordado timidamente foi escancarado pela Olimpíada de Paris: as consequências negativas para as mulheres da aceitação sem freios de transexuais femininos ou intersexuais em competições esportivas. Como demonstra Ana Paula Henkel, nos palcos dos Jogos na França o mundo viu homens aplaudidos pelo espancamento que haviam acabado de aplicar a mulheres contra as quais lutaram num ringue.
A edição desta semana confirma o que Augusto Nunes vive repetindo no Sem Filtro: “Daqui a alguns anos, quem quiser saber exatamente como foram estes tempos estranhos terá a Oeste como fonte de pesquisa obrigatória”.
Boa leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação
Excelente colocação!!!
Felipe Martins “solto” com tornozeleira, retenção do passaporte e várias outras restrições ….significa mesmo para um leigo em advocacia como eu que continua preso…. Pergunto então …preso sob qual argumento ou prova de acusação ??? Alguém tem que responder isso !
Augusto está correto. No futuro vai ter as edições da Revista Oeste impressas nas escolas como fonte da história dos tempos atuais.
Filipe foi solto??? COM RESTRIÇÕES ABJETAS, ACORRENTADO A UMA TORNOZELEIRA E OUTROS CADEADOS??? Que soltura é essa???
Bota essa corja de ladrão comunista terrorista narcotraficante genocida na cadeia que é o lugar deles
como pesquisador do fundo do sertão tenho guardado o material. Existem semelhanças entre o Brasil e Venezuelo. O APARELHAMENTO do judiciário, a mídia farsante e um partido que gosta de ditaduras sanguinárias perseguindo adversário é o apocalipse da verdade.
Ansioso para começar a leitura! Só conteúdo de qualidade, tenho certeza.