Os amigos caribenhos de Lula o estão pondo numa fria no ano eleitoral brasileiro. Ortega não aceitou a ausência do embaixador brasileiro no aniversário da Revolução Sandinista e o expulsou. Em troca, Lula teve que fazer o mesmo com a embaixadora da Nicarágua em Brasília. O outro ditador amigo, Maduro, está pondo à prova a lealdade de Lula, que tanto trabalha para ele ser aceito pelas democracias do continente. Só que as evidências de golpe são tão fortes que, no Brasil, só o PT acreditou que não foi. Lula e Celso Amorim estão sem outra solução a não ser ajudar Maduro a protelar um desfecho, o que pega muito mal. O sistema eleitoral venezuelano, reconheçamos, é o que não permite enrolação, porque existem as atas comprobatórias, que ficam também à disposição da oposição. Quando perceberam que iam perder, inventaram um incidente digital e interromperam tudo, para sair do nada o tal resultado de 51,21%.
Pior é o silêncio cúmplice, no Brasil, em relação ao mais impactante documento sobre a eleição venezuelana: a carta de 30 ex-presidentes latino-americanos ao presidente Lula. O verbo usado para se dirigirem ao presidente do Brasil foi “exortamos”. Exortaram o presidente Lula a fazer prevalecer a democracia na Venezuela. Disseram a Lula que acontece um escândalo e admiti-lo ferirá de morte os esforços pela democracia e direitos humanos no continente. Não são simples militantes políticos. São ex-presidentes, experientes, que conduziram suas nações com democracia. Eles sabem que o Brasil torpedeou a tentativa de pressionar Maduro pelo foro óbvio, que é a Organização dos Estados Americanos. A OEA não teve os 18 votos necessários para uma resolução por direitos humanos e transparência eleitoral porque faltou o voto do Brasil, enquanto Celso Amorim manobrava para tirar a OEA da solução e juntar ao Brasil o México e a Colômbia, numa pressão que não emparedasse Maduro. Os ex-presidentes endereçaram a Lula porque o consideram responsável por Maduro. Não exortaram Petro, da Colômbia, nem Obrador, do México, porque sabem quem pilota a defesa de Maduro. Pois Lula fingiu não ter recebido a carta, e o jornalismo tradicional finge que a carta não existiu. Faz lembrar Millôr Fernandes: deixou de ser jornalismo para ser armazém de secos e molhados.
Quando olho para a Venezuela vejo exposto, como numa vitrina, o que evitar no Brasil; mas esse olhar também me dá a desagradável sensação de um cenário heurístico para o Brasil — como me disse um reitor, que me fez consultar o dicionário. Ele quis dizer que a Venezuela nos oferece um cenário pedagógico quando procuramos soluções para o Brasil. Maduro não consegue convencer ninguém de que fez 52% dos votos (já foi 51,21%), porque há a comprovação das atas. Não consegue convencer ninguém de que é democracia ficar 17 anos no poder; não consegue esconder a violência da repressão policial e de suas milícias.
Em resposta ao apelo que a oposição fez aos militares e policiais para que ficassem ao lado da nação e de suas famílias, o general ministro da Defesa fez uma solene declaração de lealdade absoluta a Maduro. Certamente não passou pela academia militar, onde deveria ter aprendido lealdade à nação, à constituição e às leis, à ética e aos valores castrenses de rigorosa moralidade — e lealdade não a uma pessoa, mas a um povo. Assim como a Justiça e a Comissão Eleitoral, que devem subordinação ao povo e às leis, e não a um homem. Olhemos para a vitrina venezuelana e não nos surpreendamos se ela estiver refletindo as nossas caras.
São muitos os interesses envolvidos. Maduro não é apenas o indivíduo, mas o que ele representa, até como testa de ferro. Para a China e a Rússia, são interesses econômicos no gigantesco potencial da Venezuela, no subsolo e na localização geopolítica. Depois que a União Soviética acabou, a garantia de Cuba é a Venezuela. Há empresas americanas com grandes interesses no petróleo e nas riquezas minerais venezuelanas. A China investe na vizinha Guiana; quem andou por Georgetown já testemunhou isso. E o pior são as organizações criminosas, principalmente do narcotráfico (já se derramando por Roraima), o que justifica o interesse do México e da Colômbia em se associarem ao Brasil para buscar uma solução confortável a Maduro, evitando a ação da OEA.
A clientela votante desinformada tudo aceita, até o ponto em que o estômago se esvazia junto com os bolsos. É por isso que Maduro e semelhantes enganam tanta gente
A Venezuela nos faz lembrar o óbvio: o Estado só existe para servir à nação. A nação somos nós, eleitores, pagadores de impostos, cidadãos. Os integrantes do Estado são nossos servidores. Todos eles. Não são donos do Estado, nem seus partidos, porque os donos do Estado somos nós. Quando um presidente quer ser proprietário do Estado, de suas estatais, para poder empregar seus seguidores e levantar dinheiro para eleições que o mantenham no poder e legalizem esse patrimonialismo, isso é ilegal, ilegítimo, imoral. Forma-se uma rede de sócios/cúmplices — empresários, artistas, jornalistas, intelectuais, políticos. E a clientela votante desinformada tudo aceita, até o ponto em que o estômago se esvazia junto com os bolsos. É por isso que Maduro e semelhantes enganam tanta gente. Parafraseando a antiga propaganda de vodca: seremos amanhã a Venezuela de hoje?
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Triste realidade se aproximando do Brasil, mas não podemos desistir do nosso país, no entanto temos que ter muita cautela, pois corremos riscos do totalitarismo implantado por um ministro do STF atingir mais pessoas. Infelizmente tudo que falamos, escrevemos nas nossas redes sociais, não representam em 100% o que pesamos, pois com temos presos políticos passando por tantas dificuldades, poderemos fazer parte deste quadro. Só Deus para nos ajudar e nos confortar quanto a tanta maldade de uma só pessoa, e o pior, é que está sendo apoiada por todos os membros que compõem o STF.
Temos que separar o joio do trigo, mas não se pode esquecer que as Forças Armadas abrigam um bom número de “vermelhinhos” tendo inclusive um Capitão – Luis Carlos Prestes – como um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro.
O Brasil não caminha, ele corre para abraçar o que há de pior no mundo atualmente.
AMIGOS, A VENEZUELA HOJE É O BRASIL !!!
CADÊ NOSSO EXERCITO DE CAXIAS ? CADÊ ? CADÊ ? CADÊ ?
O mesmo esquema dos 51% do TSE brasileiro.
Se o Congresso Nacional e a OAB não despertarem, diante de inúmeros desmandos da Suprema Corte teremos os mesmos problemas presenciados pelos Venezuelanos na eleições. O STF, há um bom tempo, vem demonstrando não temer as ações de atropelo, ignorando todos os nossos preceitos legais, algo só visto em regimes ditatoriais.
Minha impressão é que Maduro foi cúmplice do que ocorreu nas eleições de 2022 no Brasil .
Se nada mudar, provavelmente sim.
Minha impressão é que maduro sabe onde foi parar parte do “emprestimo” do BNDES …Só isso justifica a covardia de Lula e o “vai tomar um chá calmante” do maduro
O pior é que muitos brasileiros ainda não perceberam. Quando acordarem poderá ser tarde demais.
Mestre do jornalismo, Alexandre Garcia, sempre com excelentes artigos, esse só foi mais um.
Já estamos em plena ditadura comunista como na Venezuela. Milhares de presos políticos no Brasil e centenas de brasileiros exilados noutros países. A constituição não funciona. O congresso não tem poder. A justiça é comunista, tem lado. O Pacheco é covarde, a imprensa está comprada por 37 bilhões de reais e as FFAA estão compradas.
Não nos enganemos, Lula e sua trupe farão o possível e o impossível para transformar o Brasil numa Venezuela. Caminhamos a passos largos para destruir a liberdade econômica, de expressão e política. A catástrofe social será consequência.
Estamos a caminho de Venezuelar. Pior que tem ministro que tem o desplante de dizer que tudo faz pela democracia. Muita hipocrisia, ou acha que o povo é idiota.
A Venezuela virou um Brasil. A diferença é que lá o povo continua protestando.