Nesta terça-feira, o Brasil foi surpreendido pela revelação de uma série de mensagens envolvendo Alexandre de Moraes, seu principal assessor no STF e um alto funcionário do Tribunal Superior Eleitoral. Segue-se um resumo do caso que está detalhado na reportagem de capa desta edição, assinada por Silvio Navarro. O gabinete de Moraes no Supremo solicitava com mensagens estranhamente informais a produção de relatórios pelo seu parceiro no TSE. Muitos desses documentos foram usados pelo ministro para embasar acusações do inquérito das fake news, como se tivessem sido enviados espontaneamente pela Justiça Eleitoral.
Na prática, o que isso significa? Navarro responde: “Que Moraes só devia satisfação sobre o andamento das investigações a si mesmo. Acumulou o posto, em dois tribunais que deveriam ser independentes, de investigador, juiz e vítima. Escolheu seus alvos e determinou as sanções sem consultar ninguém”.
Oeste foi um dos alvos dessa trama. Numa das trocas de mensagens fica evidente que, embora só tenham encontrado “publicações jornalísticas” no material investigado, o funcionário do TSE “usou a criatividade” para inventar acusações que se transformaram na justificativa para a desmonetização no YouTube entre janeiro de 2023 e março de 2024.
Os artigos de J.R. Guzzo, Augusto Nunes, Ana Paula Henkel, Adalberto Piotto, Alexandre Garcia e Rodrigo Constantino complementam a reportagem de capa — e dão a exata dimensão das arbitrariedades praticadas por Moraes. Segundo Guzzo, chegou a hora de o Brasil “decidir se continua vivendo sob o regime ilegal comandado há cinco anos pelo ministro Alexandre de Moraes, ou se vai voltar à democracia estabelecida com a Constituição de 1988”.
Como menciona o editorial publicado pelo site nesta terça-feira (e reproduzido abaixo), a perseguição a Oeste não impediu que continuássemos combatendo o bom combate. A prova está em algumas das capas da revista publicadas durante o período da desmonetização.
Confira:
Boa leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação
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A verdade prevaleceu
Em janeiro de 2023, a Revista Oeste recebeu do YouTube a informação de que seu canal havia sido desmonetizado. Motivo: publicação de “conteúdo nocivo”. Em nenhum momento a plataforma informou que espécie de conteúdo fora considerado nocivo nem por quem.
Passado mais de um ano, o motivo da desmonetização foi revelado pela reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta terça-feira: uma decisão fora da letra, do espírito e da praxe do processo penal do ministro Alexandre de Moraes.
Isso fica claro com a divulgação de mensagens trocadas entre Moraes, Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE.
Em 6 de dezembro de 2022, Vieira mandou Tagliaferro “levantar todas essas revistas golpistas para desmonetizar nas redes”. O pedido foi acompanhado de um link do X/Twitter da Revista Oeste. Embora o funcionário do TSE tenha ressalvado que apenas encontrara “publicações jornalísticas” no material analisado, Vieira recomendou-lhe ironicamente “usar a criatividade”. Como? “Pegue uma ou outra fala, opinião mais ácida e… O ministro entendeu que está extrapolando com base naquilo que enviou…”. Resposta de Tagliaferro: “Vou dar um jeito rsrsrs”.
A reprodução dessas conversas provam que Tagliaferro fez mais que dar um jeito. Mais: provam também que Oeste estava certa. Não apenas nas informações e nas análises, mas também em suas críticas às arbitrariedades e ilegalidades consumadas pelo ministro Alexandre de Moraes
A desmonetização, as constantes ameaças e as frequentes acusações que aludem a fake news não impediram que continuássemos lutando o bom combate. Como demonstram as capas da revista, não recuamos um milímetro. Não contornamos um único assunto. E sempre nos ativemos aos fatos.
A decisão editorial de não aceitar dinheiro público, nem depender de publicidade oficial nem da monetização das redes sociais garantiu o fôlego suficiente para vencer esse período de trevas. Oeste sobreviveu graças aos seus assinantes. Como temos repetido, a verdade às vezes desmaia, mas não morre.
Nosso compromisso é com os leitores. E sempre seremos fiéis aos fatos.
Oeste, tem que entrar na justiça (Não sei Qual ) para ressarcir esse Prejuizo , alguém tem q PAGAR
Vocês são a nossa voz, falam por nós com coragem e conhecimento. Sigam firmes nos representando. Sabemos que certas coisas demoram pra serem consertadas, mas a perseverança é necessária. Vamos chegar lá! Sigam firmes!
Vocês são competentes, portanto agem de acordo com as convicções, sem se submeter ao fácil dinheiro do pagador de impostos, como outros veículos por aí.
Como pode no seculoXXI, vermos essas atitudes, ainda falam que estão defendendo a Democracia.
Nenhuma palavra basta para elogiar Oeste. Todas as palavras de elogio e agradecimento devem ser usadas para incentivar os profissionais da revista que, nesses quatro anos, se utilizaram de milhões de palavras para falar de Verdades. Coragem, persistência e talento foram necessários. E você soube reger a orquestra inteira.
EXCELENTE!!! PARABÉNS!!!
Uma grande vitória da Oeste que vem fazendo um trabalho correto, digno, crítico, mas sempre no tom jornalístico, sem partir pra tentativa de destruição de adversários à base de “criatividade”… mas o sistema é pesado e infelizmente não deve dar em nada como deveria, por ser uma situação gravíssima… o aloprado atropelou todos os poderes, foi vítima e investigado, num país isento e democrático já estaria destituído!!!!
Branca Nunes,que prazer falar diretamente aos assinantes da Revista Oeste, esse é realmente meu”Dream Time “.Categoria, conhecimento, lucidez, ética, coragem e informação correta de tudo que ocorre no Brasil. Ser Editora dessa publicação semanal é uma honra merecida.Parabens a esse time de jornalismo super qualificado
Tenho a gratidão em lê-los semanalmente.
“Desmonetize o Mores” – simples assim.
Dona Bianca: acho que não vai dar em nada. Mas, a revista tem o direito de pedir uma indenização por perdas e danos. Se tu tirar um tempo para interpretar o vídeo da declaração de Rosa Weber elogiaando o MOraes e olhar bem sobre o semblante dos dois, logo depois de terem visitado os presos de 8 de janeiro terá uma conclusão parecida com a minha. Rosa Weber como outros, vivem aemaçados pelo PCC e jogam de acordo com o mando deles. A vida deles e da família e muito mais importante do que suas decisões.