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Imagem do ataque terrorista à Torre Sul do World Trade Center, em Nova York (11/9/2001) | Foto: Keystone/Zuma/Shutterstock
Edição 234

Imagem da Semana: o dia em que o mundo parou

As imagens do ataque às Torres Gêmeas, em Nova York, registraram aquele que foi um dos episódios mais traumáticos do século

Daniela Giorno
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Há 23 anos, numa manhã de terça-feira, aviões com passageiros foram sequestrados por terroristas da Al Qaeda e usados como mísseis gigantes para colidir com edifícios históricos nas cidades de Nova York e Washington. Os ataques suicidas aconteceram no dia 11 de setembro e continuam a ser um dos episódios mais traumáticos do século, não só para os americanos mas também para o mundo.

Dois aviões atingiram intencionalmente as Torres Gêmeas do World Trade Center (WTC), localizado no Marco Zero, em Nova York. Em menos de duas horas, ambas as torres de 110 andares desabaram, formando uma enorme nuvem de poeira e fuligem. Mais de 2,6 mil pessoas morreram naquele dia ou algum tempo depois, em consequência das complicações causadas pelos gases tóxicos dos destroços.

O terceiro avião destruiu a face ocidental do Pentágono — quartel-general das Forças Armadas dos EUA —, nos arredores da capital do país, Washington D.C. Foram mortas 125 pessoas.

O terceiro avião, um Boeing 757 fazendo o voo 77, de Washington a Los Angeles, atingiu uma das laterais do Pentágono (11/9/2001) | Foto: WikiImages/Pixabay

O quarto avião caiu em um campo na Pensilvânia, depois que os passageiros reagiram. Acredita-se que os sequestradores pretendiam atacar o Capitólio, em Washington D.C. Todos os 246 passageiros e tripulantes a bordo dos quatro aviões morreram.

Ao todo, 2.996 pessoas foram mortas pelo ataque terrorista, incluindo os 19 sequestradores associados ao grupo extremista islâmico.

O então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, visitava uma sala de aula do segundo ano em Sarasota, na Flórida, quando foi informado do primeiro ataque. Minutos depois, Andrew Card, seu chefe de gabinete, sussurrou no ouvido direito do presidente: “Um segundo avião atingiu a segunda torre. A América está sob ataque.” Para manter o presidente fora de perigo, Bush percorreu todo o país no Air Force One, e aterrissou em Washington apenas na noite de terça-feira.

Ambulância se move em direção ao Marco Zero, após o colapso das Torres Gêmeas, na cidade de Nova York (11/9/2001) | Foto: Anthony Correia/Shutterstock

O medo e a confusão se espalharam como cinzas por todo o país. A cidade de Nova York perdeu 441 socorristas. Milhares de pessoas ficaram feridas ou desenvolveram doenças relacionadas aos ataques, incluindo bombeiros que trabalhavam nos escombros. Mais tarde, descobriu-se que a poeira que envolveu a cidade pelo colapso das torres gêmeas continha metais pesados, como chumbo e produtos químicos tóxicos, como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs). Vinte e três anos depois, há mais de 127 mil pessoas inscritas no Programa de Saúde do WTC. Até o final de 2018, mais de 2 mil pessoas morreram de doenças associadas à exposição a materiais perigosos naquele dia, principalmente de câncer.

Vista aérea da região onde ficavam as Torres Gêmeas, em Nova York | Foto: James Tourtellotte/U.S. Customs and Border Protection

Foram mais de oito meses para limpar o Marco Zero. Um memorial e um museu foram construídos no local. O One World Trade Center, ou “Torre da Liberdade” — ainda mais alta (541 metros) do que a Torre Norte original —, é o novo arranha-céu do complexo reconstruído do World Trade Center, em Lower Manhattan, projetado pelo arquiteto David Childs. À noite, um farol no topo envia um feixe de luz vertical, que pode ser visto a quilômetros de distância.

A reconstrução do Pentágono demorou pouco menos de um ano, com o pessoal de volta aos seus escritórios em agosto de 2002.

Os ataques de 11 de setembro mudaram a conjuntura da geopolítica mundial, desencadeando a “Guerra ao Terror”, do governo George W. Bush, que levaria às invasões no Iraque e no Afeganistão.

Vista das luzes do memorial projetadas acima da paisagem urbana, na Ilha de Manhattan (11/9/2020) | Foto: Anthony Correia/Shutterstock
North Reflecting Pool, no 9/11 Memorial & Museum, iluminado ao anoitecer, com vista para o One World Trade Center, em Lower Manhattan | Foto: Francois Roux/Shutterstock
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Daniela Giorno é diretora de arte de Oeste e, a cada edição, seleciona uma imagem relevante na semana. São fotografias esteticamente interessantes, clássicas ou que simplesmente merecem ser vistas, revistas ou conhecidas.

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5 comentários
  1. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Todos os anos me comovo com este episódio. Tinha 13 anos, e lembro exatamente o momento que liguei a TV e me deparei.

  2. Giovani Santos Quintana
    Giovani Santos Quintana

    Meu Deus, mesmo após décadas do ocorrido é impossível ver as imagens e não se emocionar com tamanha violência e covardia. Que Deus tenha compaixão das famílias e os console para sempre.

  3. Vinicius Freitas
    Vinicius Freitas

    Os feixes de luz são verticais, (pelo menos na imagem postada).

  4. Mauro C F Balbino
    Mauro C F Balbino

    Há a possibiidade de serviços secretos americanos estarem envolvidos nos atentados. Houve armazenamento de grande quantidade de produtos químicos na adjacência também atingida. A indústria de guerra norte-americana não só é a maior do mundo, mas também a mais lucrativa.

  5. RODRIGO DE SOUZA COSTA
    RODRIGO DE SOUZA COSTA

    Triste é ver que 23 anos depois desse atentado, jovens americanos que eram bebês ou nasceram nessa época apoiam os mesmos grupos terroristas que ajudaram ou comemoraram esse trágico evento.

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