Faz sentido um ministro do STF subir ao palco durante uma festa de casamento e cantar uma música, abraçado a um dos mais conhecidos jornalistas políticos da mais influente emissora de TV brasileira? Ou participar de um congresso estudantil e gabar-se aos gritos de ter ajudado a derrotar um candidato à Presidência? Ou a mulher de um ministro do STF atuar como advogada num caso em julgamento no mesmo tribunal?
É sempre difusa a fronteira além da qual surge o conflito de interesses. Nesta semana, os irmãos Joesley e Wesley Batista conseguiram uma proeza: fotografar o conflito de interesses acontecendo. Bastou congelar a imagem dos participantes do convescote em Roma que reuniu ministros do STF, representantes do governo, o presidente do Tribunal de Contas da União, figurões do Senado, gente que deveria ser presa e gente que deveria prendê-la. Os melhores momentos certamente ocorreram nos intervalos do programa oficial. A reportagem de capa desta edição, assinada por Augusto Nunes e Eugenio Goussinsky, relata o prodígio alcançado pela dupla.
Também nesta semana os Estados Unidos exumaram outro cadáver enterrado em cova rasa pelo STF: a suspeitíssima compra de 36 caças suecos pelo governo Dilma Rousseff. A negociata, que custou R$ 5,4 bilhões aos pagadores de impostos, previa que, dessas aeronaves, 15 seriam construídas no Brasil. A reportagem de Silvio Navarro mostra que até hoje nenhuma ficou pronta.
Continuemos no STF, onde o julgamento dos presos pelas manifestações de 8 de janeiro vai se transformando num dos momentos mais sórdidos ali registrados. Quanto mais detalhes surgem, pior fica a imagem dos magistrados. Nesta edição, Cristyan Costa conta a verdadeira história de três moradores de rua que caíram nos domínios de Alexandre de Moraes.
Para conseguir comida, os três frequentavam acampamentos nas imediações dos quartéis. No fatídico 8 de janeiro, tiveram a má ideia de aparecer numa Praça dos Três Poderes atulhada de manifestantes. Quando o quebra-quebra começou, procuraram refúgio no Congresso para se proteger das bombas. Capturados no dia seguinte, foram presos e passaram um largo tempo atrás das grades. Mesmo depois de comprovada a inocência, deixaram a cadeia atados a uma tornozeleira eletrônica. Nenhum ministro do STF abriu a boca para tratar das arbitrariedades.
Finalmente, como observa Alexandre Garcia, o Legislativo se mobiliza para deter o avanço do Supremo. Entre outras medidas destinadas a impedir invasões do território pertencente ao Parlamento, projetos de lei querem restringir decisões monocráticas de ministros do STF que suspendam leis aprovadas no Congresso. Até que enfim.
Boa leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação
Parabéns, Branca, pela primorosa edição.
Esse governo Lula e esse STF e todo primeiro escalão dos três poderes e a cúpula das FFAA tem que ser presos. Estão no poder ilegalmente na base da fraude
Esse governo Lula e esse STF e todo primeiro escalão dos três poderes e a cúpula das FFAA tem que ser presos. Estão no poder ilegalmente na base da fraude
BRASIL BOSTIL, com uma lona é um circo, com um muro é um hospicio.