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Avião de transporte C-99, da Força Aérea Brasileira (FAB) | Foto: Flickr/FAB
Edição 240

Carta ao Leitor — Edição 240

Os parlamentares perseguidos por Alexandre de Moraes e o ministério fantasma de Nísia Trindade estão entre os destaques desta edição

Revista Oeste
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Há quase quatro anos, a Câmara dos Deputados, com medo do Supremo Tribunal Federal, preferiu ignorar a imunidade parlamentar e permitir que a Corte prendesse o deputado Daniel Silveira. A Constituição afirma que os congressistas “são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Alheio a essa norma em vigor desde 1988, o ministro Alexandre de Moraes, em nome do STF, transformou Silveira numa espécie de perseguido de estimação por ter feito declarações gravadas em vídeo consideradas ofensivas aos ministros da Corte.

A reportagem de Cristyan Costa mostra que, ao manterem a prisão preventiva de Silveira por 364 votos a 130, “os deputados que achavam que perderiam apenas os anéis entregaram também os dedos”. De lá para cá, o número de parlamentares na mira da Justiça só tem crescido. Carla Zambelli, Marcos do Val, Nikolas Ferreira e Marcel Van Hattem são alguns exemplos.

Como os deputados e senadores, boa parte da sociedade brasileira parece não perceber a gravidade daquela situação. Da mesma forma, não enxerga com a desejável nitidez o desempenho catastrófico de Nísia Trindade no Ministério da Saúde, esmiuçado na reportagem de Rachel Díaz e Sarah Peres. A lista já incluía uma epidemia de dengue sem precedentes, a escassez de vacinas contra a doença e a falta de medicamentos para enfermidades graves. Agora, chegou-se ao limite do tolerável com o caso dos transplantes de órgãos infectados por HIV.

A coleção de absurdos que assolam a política nacional parece ter reduzido em milhões de brasileiros a capacidade de indignar-se. Muitos aceitam passivamente a proibição, imposta por ministros do STF, de discutir a modernização das urnas eletrônicas — tema do artigo de J.R. Guzzo.

Esses mesmos juízes embarcam quase clandestinamente em aviões da Força Aérea Brasileira para viajar pelo país e pelo mundo à custa dos pagadores de impostos. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, é o campeão de decolagens, alcançando a marca de uma viagem a cada três dias. O pódio é completado por Arthur Lira e Fernando Haddad, com 96 e 85 voos, respectivamente.

A farra da FABtur, descrita na reportagem de capa desta edição, revela que ministros do governo e do STF, além dos presidentes do Senado e da Câmara, não têm nenhum apreço pelo que chamam de dinheiro público. Embora a lei determine que essas aeronaves só podem ser usadas para compromissos oficiais, os ilustres viajantes sempre encontram um pretexto para pousar na cidade natal na sexta-feira e retornar a Brasília só na segunda.

Todos eles parecem ignorar que mesmo sociedades adormecidas algum dia se livram do sono. Será apenas o começo.

Boa leitura.

Branca Nunes,

Diretora de Redação

Capa da Revista Oeste, edição 240. Avião da Força Aérea Brasileira (FAB) | Foto: Sgt P. Silva/Força Aérea Brasileira
10 comentários
  1. Antonio Carlos Neves
    Antonio Carlos Neves

    Branca, assinante da revista há mais de 4 anos, costumo fazer comentários nos artigos dos jornalistas da OESTE bem como nas notícias publicadas. Recentemente comentei na noticia “Barroso diverge de Moraes em condenação do 8 de janeiro”, e publiquei. Ocorre que quando fui revisitar meu comentário, a janela “assine ou cadastre gratuitamente para comentar”, não mais se abriu. Verifiquei se em artigos ou outras notícias estavam também fechados para mim e estavam normais.
    A Revista Oeste saberia me informar se isto foi censura? Comentei no assunto a necessidade do VOTO IMPRESSO nas urnas eletrônicas para dar transparência ao eleitor para evitar novas farsas do 8 de janeiro.

  2. Paulo Roberto Rensi
    Paulo Roberto Rensi

    Desculpem-me, mas não poderia de deixar de comentar mais esse imbróglio… Quanto ao futuro de casos de Dengue… Os técnicos do governo têm ciência que: A fêmea do mosquito transmissor vive sua fase adulta 30 dias e, faz posturas de 1.000 ovos e, esses ovos tem a viabilidade de eclodir de até UM ANO. Quanto a transmissão do vírus, ela não SÓ ocorre quando a fêmea pica uma pessoa com o vírus e depois pica outra pessoa sem o vírus. Os ovos que ela faz a postura levam o vírus, se ela estiver infectada. Agora imaginem quando esses ovos eclodirem, provenientes de um tempo em que o país vivenciou uma epidemia de Dengue. Ou seja, muiiiitas fêmeas eram portadoras do vírus, logo seus ovos JÁ trazem o vírus. A fêmea não vai ter que picar uma pessoa infectada para transmitir a doença. Ela já nasce com o vírus! E o número, no meu entender, será muito, muito, mas muiiiiito MAIOR!

  3. Paulo Roberto Rensi
    Paulo Roberto Rensi

    Existem métodos que a ciência já descobriu e que são eficazes no controle do Aedes aegypti. A EMBRAPA desenvolveu um inseticida biológico que mata só a larva do mosquito transmissor da Dengue e esse produto está registrado no MAPA E ANVISA. Ou seja, tem a licença para ser usado nos meios rurais e urbanos. Tanto que ele pode ser colocado em caixas d’água sem tampas e as pessoas da residência podem consumir dessa água sem perigo algum. Quanto a cereja do bolo é uma bactéria que parasita naturalmente inúmeras espécies de insetos, a WOLBACHIA. Na década de 1990, na Austrália, conseguiram inocular essa bactéria no mosquito transmissor da Dengue, e o resultado foi surpreendente. Os mosquitos ficaram incapacitados de transmitir os vírus da Dengue, Zica e Chikungunyia e essa característica é transmitida a toda sua descendência “add eternum”. No Brasil esse método vem sendo usado de uma maneira tímida, pois está sob o domínio do Instituto FIOCRUZ e ali o “trabalho”, parece-me, que é combatido com mais ênfase. Hoje, existem vários municípios brasileiros que estão construindo biofábricas para usar essa técnica, que tudo indica ser eficiente e o custo menor do que a vacina. Cada pessoa para ser imunizada precisa tomar duas doses da vacina num espaço de 90 dias. Cada dose custa R$ 500,00, logo a pessoa para ser imunizada custou R$ 1.000,00. O governo comprou de um laboratório japonês 6 MILHÕES de doses que devem ser entregues até o final de 2024. Ou seja, um dispêndio de R$ 3 BILHÕES para imunizar 3 MILHÕES de brasileiros. Os outros 207 MILHÕES … QUE SE VIREM PRA NÃO TER DENGUE! … Ah! O assunto é extenso, mas atualmente no Brasil tem 4 cepas de vírus que causam a Dengue. Se o vírus sofrer uma mutação (que não é nada difícil) e surgir uma nova cepa, essa pessoa imunizada pode ter Dengue, em função dessa mutação. A WOLBACHIA não tem essa necessidade, pois, ela não lê se é um ou outro tipo, o impedimento é TOTAL!

  4. Marcio Douglas Soares da camara
    Marcio Douglas Soares da camara

    Gosto muito da reportagem de da oeste

  5. Nerivaldo Carvalho dos Santos
    Nerivaldo Carvalho dos Santos

    O Povo de Minas Gerais já detonou o tal do Pacheco que não ganha nem pra Sindico de prédio , agora é a vez do Povo de Alagoas de nunca mais eleger esse tal de Lira , não fazem nada pelo País , só aprovam o que interessa a eles , já está na hora de tirar esses Morcego do Poder

  6. Tabajara Lucas De Almeida
    Tabajara Lucas De Almeida

    Sugiro que pensem em ampliar a capacidade do servidor da Revista. Está penoso esperar tanto para abrir cada artigo. Percebam que vocês ganharam muitos leitores.

  7. Tabajara Lucas De Almeida
    Tabajara Lucas De Almeida

    Sugiro que pensem em ampliar a capacidade do servidor da Revista. Está penoso esperar tanto para abrir cada artigo. Percebam que vocês ganharam muitos leitores.

  8. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    A melhor Revista do país.

  9. Luzia Helena Lacerda Nunes Da Silva
    Luzia Helena Lacerda Nunes Da Silva

    Leio Oeste pela incansável e corajosa resistência em só divulgar os fatos. E os comentários deles.

  10. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    O artigo 5°da constituição diz que parlamentares de esquerda é livre inviolável por palavras e votos e assalto aos cofres públicos

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