Há quase quatro anos, a Câmara dos Deputados, com medo do Supremo Tribunal Federal, preferiu ignorar a imunidade parlamentar e permitir que a Corte prendesse o deputado Daniel Silveira. A Constituição afirma que os congressistas “são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Alheio a essa norma em vigor desde 1988, o ministro Alexandre de Moraes, em nome do STF, transformou Silveira numa espécie de perseguido de estimação por ter feito declarações gravadas em vídeo consideradas ofensivas aos ministros da Corte.
A reportagem de Cristyan Costa mostra que, ao manterem a prisão preventiva de Silveira por 364 votos a 130, “os deputados que achavam que perderiam apenas os anéis entregaram também os dedos”. De lá para cá, o número de parlamentares na mira da Justiça só tem crescido. Carla Zambelli, Marcos do Val, Nikolas Ferreira e Marcel Van Hattem são alguns exemplos.
Como os deputados e senadores, boa parte da sociedade brasileira parece não perceber a gravidade daquela situação. Da mesma forma, não enxerga com a desejável nitidez o desempenho catastrófico de Nísia Trindade no Ministério da Saúde, esmiuçado na reportagem de Rachel Díaz e Sarah Peres. A lista já incluía uma epidemia de dengue sem precedentes, a escassez de vacinas contra a doença e a falta de medicamentos para enfermidades graves. Agora, chegou-se ao limite do tolerável com o caso dos transplantes de órgãos infectados por HIV.
A coleção de absurdos que assolam a política nacional parece ter reduzido em milhões de brasileiros a capacidade de indignar-se. Muitos aceitam passivamente a proibição, imposta por ministros do STF, de discutir a modernização das urnas eletrônicas — tema do artigo de J.R. Guzzo.
Esses mesmos juízes embarcam quase clandestinamente em aviões da Força Aérea Brasileira para viajar pelo país e pelo mundo à custa dos pagadores de impostos. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, é o campeão de decolagens, alcançando a marca de uma viagem a cada três dias. O pódio é completado por Arthur Lira e Fernando Haddad, com 96 e 85 voos, respectivamente.
A farra da FABtur, descrita na reportagem de capa desta edição, revela que ministros do governo e do STF, além dos presidentes do Senado e da Câmara, não têm nenhum apreço pelo que chamam de dinheiro público. Embora a lei determine que essas aeronaves só podem ser usadas para compromissos oficiais, os ilustres viajantes sempre encontram um pretexto para pousar na cidade natal na sexta-feira e retornar a Brasília só na segunda.
Todos eles parecem ignorar que mesmo sociedades adormecidas algum dia se livram do sono. Será apenas o começo.
Boa leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação
Branca, assinante da revista há mais de 4 anos, costumo fazer comentários nos artigos dos jornalistas da OESTE bem como nas notícias publicadas. Recentemente comentei na noticia “Barroso diverge de Moraes em condenação do 8 de janeiro”, e publiquei. Ocorre que quando fui revisitar meu comentário, a janela “assine ou cadastre gratuitamente para comentar”, não mais se abriu. Verifiquei se em artigos ou outras notícias estavam também fechados para mim e estavam normais.
A Revista Oeste saberia me informar se isto foi censura? Comentei no assunto a necessidade do VOTO IMPRESSO nas urnas eletrônicas para dar transparência ao eleitor para evitar novas farsas do 8 de janeiro.
Desculpem-me, mas não poderia de deixar de comentar mais esse imbróglio… Quanto ao futuro de casos de Dengue… Os técnicos do governo têm ciência que: A fêmea do mosquito transmissor vive sua fase adulta 30 dias e, faz posturas de 1.000 ovos e, esses ovos tem a viabilidade de eclodir de até UM ANO. Quanto a transmissão do vírus, ela não SÓ ocorre quando a fêmea pica uma pessoa com o vírus e depois pica outra pessoa sem o vírus. Os ovos que ela faz a postura levam o vírus, se ela estiver infectada. Agora imaginem quando esses ovos eclodirem, provenientes de um tempo em que o país vivenciou uma epidemia de Dengue. Ou seja, muiiiitas fêmeas eram portadoras do vírus, logo seus ovos JÁ trazem o vírus. A fêmea não vai ter que picar uma pessoa infectada para transmitir a doença. Ela já nasce com o vírus! E o número, no meu entender, será muito, muito, mas muiiiiito MAIOR!
Existem métodos que a ciência já descobriu e que são eficazes no controle do Aedes aegypti. A EMBRAPA desenvolveu um inseticida biológico que mata só a larva do mosquito transmissor da Dengue e esse produto está registrado no MAPA E ANVISA. Ou seja, tem a licença para ser usado nos meios rurais e urbanos. Tanto que ele pode ser colocado em caixas d’água sem tampas e as pessoas da residência podem consumir dessa água sem perigo algum. Quanto a cereja do bolo é uma bactéria que parasita naturalmente inúmeras espécies de insetos, a WOLBACHIA. Na década de 1990, na Austrália, conseguiram inocular essa bactéria no mosquito transmissor da Dengue, e o resultado foi surpreendente. Os mosquitos ficaram incapacitados de transmitir os vírus da Dengue, Zica e Chikungunyia e essa característica é transmitida a toda sua descendência “add eternum”. No Brasil esse método vem sendo usado de uma maneira tímida, pois está sob o domínio do Instituto FIOCRUZ e ali o “trabalho”, parece-me, que é combatido com mais ênfase. Hoje, existem vários municípios brasileiros que estão construindo biofábricas para usar essa técnica, que tudo indica ser eficiente e o custo menor do que a vacina. Cada pessoa para ser imunizada precisa tomar duas doses da vacina num espaço de 90 dias. Cada dose custa R$ 500,00, logo a pessoa para ser imunizada custou R$ 1.000,00. O governo comprou de um laboratório japonês 6 MILHÕES de doses que devem ser entregues até o final de 2024. Ou seja, um dispêndio de R$ 3 BILHÕES para imunizar 3 MILHÕES de brasileiros. Os outros 207 MILHÕES … QUE SE VIREM PRA NÃO TER DENGUE! … Ah! O assunto é extenso, mas atualmente no Brasil tem 4 cepas de vírus que causam a Dengue. Se o vírus sofrer uma mutação (que não é nada difícil) e surgir uma nova cepa, essa pessoa imunizada pode ter Dengue, em função dessa mutação. A WOLBACHIA não tem essa necessidade, pois, ela não lê se é um ou outro tipo, o impedimento é TOTAL!
Gosto muito da reportagem de da oeste
O Povo de Minas Gerais já detonou o tal do Pacheco que não ganha nem pra Sindico de prédio , agora é a vez do Povo de Alagoas de nunca mais eleger esse tal de Lira , não fazem nada pelo País , só aprovam o que interessa a eles , já está na hora de tirar esses Morcego do Poder
Sugiro que pensem em ampliar a capacidade do servidor da Revista. Está penoso esperar tanto para abrir cada artigo. Percebam que vocês ganharam muitos leitores.
Sugiro que pensem em ampliar a capacidade do servidor da Revista. Está penoso esperar tanto para abrir cada artigo. Percebam que vocês ganharam muitos leitores.
A melhor Revista do país.
Leio Oeste pela incansável e corajosa resistência em só divulgar os fatos. E os comentários deles.
O artigo 5°da constituição diz que parlamentares de esquerda é livre inviolável por palavras e votos e assalto aos cofres públicos