Os analistas estrangeiros não conseguem enxergar uma luz no fim do túnel do câmbio entre real e dólar. Os gringos já estão avaliando a possibilidade de um câmbio em R$ 7 em 2025.
Segundo um relatório recente do Morgan Stanley, a depreciação do real pode ir ainda mais longe caso o Banco Central “perca” o seu poder de controlar as expectativas de inflação por meio da política monetária. É um cenário chamado pelos economistas de “dominância fiscal”.
Para o banco, o real tem “espaço para ficar ainda mais barato”. Ou seja, o câmbio pode piorar.
O banco americano Wells Fargo está um pouco mais otimista nesse prazo do que o Morgan Stanley, vendo chance de o dólar chegar a R$ 7 até o início de 2026
O Wells Fargo revisou a projeção da Selic terminal para 15,25% em meados de 2025.
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Investidor estrangeiro perdeu interesse no Brasil
Os investidores estrangeiros não estão mais tão interessados na Bolsa de Valores do Brasil.
Segundo o banco Julius Baer, esse desinteresse dos estrangeiros é provocado tanto pela falta de atratividade quanto pela dificuldade em acessar o mercado local.
A alta da taxa Selic para 12,25% ao ano, com perspectiva de mais 2 pontos de elevação até maio, não colabora para uma mudança desse cenário.
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Gestoras começam a fechar as portas
A crise de confiança no mercado financeiro brasileiro começa a provocar o fechamento das portas de gestoras.
A BlueLine Asset Management, fundada por ex-sócios do J.P. Morgan, decidiu encerrar suas atividades após cinco anos. Segundo a gestora, a decisão foi tomada com base no “cenário econômico” e nas “condições de mercado”.
As gestoras brasileiras estão sofrendo resgates há pelo menos três anos consecutivos, inviabilizando o negócio.
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A volta da Petrossauro
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, deixou claro que pretende aumentar as compras de insumos por fornecedores brasileiros.
“Vamos, sim, fazer encomendas aos fornecedores nacionais”, declarou a executiva, salientando que vai “promover a indústria nacional”, mesmo garantindo que vai “respeitar” os níveis de lucro da companhia.
Entre as compras estão 11 FPSOs (unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência), 30 novas sondas e cerca de 90 embarcações de suporte.
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Tentando reanimar a indústria naval brasileira
Cumprindo uma vontade explícita do presidente Lula de reanimar a moribunda indústria de construção naval brasileira, a Petrobras assinou contratos para construção e afretamento de 12 embarcações tipo PSV (platform supply vessel, ou navio de suprimento de plataforma), num valor de R$ 16,5 bilhões.
Segundo a petrolífera, “essas embarcações serão fundamentais para as operações de logística de exploração e produção da companhia até 2028”.
Do montante total gasto, cerca de R$ 5,2 bilhões serão destinados a investimentos em construção naval no Brasil.
As empresas envolvidas são a Bram Offshore e a Starnav Serviços Marítimos, cada uma responsável por seis embarcações.
Os navios serão construídos nos estaleiros das empresas vencedoras, que ficam em Santa Catarina, nas cidades de Navegantes (Bram) e Itajaí (Starnav).
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Governo Lula deixa de cobrar R$ 15 bi para favorecer petroleiras
O governo Lula estaria deixando de cobrar pelo menos R$ 15 bilhões em impostos de empresas petrolíferas.
Segundo fontes do setor, que realizaram o cálculo da falta de arrecadação, há dois anos o preço de referência da Agência Nacional de Petróleo (ANP) não é reajustado. Com isso, as petroleiras conseguem evitar o pagamento de Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), além de outros impostos e royalties para os Estados produtores.
Sem contar que a falta de reajuste no preço de referência interno acaba favorecendo a exportação de petróleo, e não o seu consumo no mercado interno. Prejudica, dessa forma, as refinarias privadas, que dependem do fornecimento de petróleo da Petrobras, maior operadora no setor de extração, para poderem operar.
Querem reindustrializar, mas prejudicam novas refinarias
O impacto negativo causado por essa distorção do mercado é o maior entrave para a construção de novos centros de refino no Brasil.
No momento há pelo menos 33 projetos de refinarias privadas paralisados por causa do preço de referência não ajustado.
Isso significa milhares de empregos não gerados, bilhões de reais não pagos como impostos, aumento das importações de derivados do petróleo e um crescimento menor para o Brasil como um todo.
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Casamento anunciado: Gol e Azul
Conforme antecipado com exclusividade por Oeste, a fusão entre a Gol e a Azul é apenas questão de tempo. A Gol informou formalmente ao mercado que está avaliando uma possível fusão com a rival.
Segundo o plano de reestruturação divulgado pela aérea na Corte de Falências de Nova York, as duas empresas poderiam criar uma joint venture ou algum outro tipo de combinação estratégica.
O plano de reestruturação ainda precisa ser votado por credores e discutido com o juiz responsável pela recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, segundo as regras do chamado “Chapter 11”, a lei de falências americana.
A primeira audiência para discutir o plano está prevista para acontecer em Nova York, no dia 15 de janeiro. A audiência que pode confirmar o plano de reestruturação está prevista para o dia 7 de março de 2025.
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Mudanças no comando da Oi
Mateus Bandeira, CEO da Oi, anunciou com uma carta aos funcionários que deixará seu cargo.
O executivo explicou no documento que sua saída ocorreu no contexto da realização da assembleia geral extraordinária no dia 11 de dezembro, que elegeu o novo conselho de administração, abrindo o caminho para a eleição de uma nova diretoria estatutária.
Bandeira tornou-se presidente da Oi em janeiro, em substituição a Rodrigo Abreu.
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Yduqs vai às compras
A Yduqs anunciou a compra da Sociedade Educacional Fortaleza (Edufor) por R$ 145 milhões.
A Edufor é um polo educacional focado em medicina e Direito, com mais de 3 mil alunos, oferecendo 13 cursos de graduação na modalidade presencial.
Do valor total, R$ 72,5 milhões serão pagos à vista, e o restante, em cinco parcelas anuais.
Cada nova vaga do curso de medicina aprovada até 2027 resultará em pagamento adicional de R$ 1 milhão.
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Todo mundo comprando carros
As vendas de veículos automotores continuam crescendo em ritmo acelerado no Brasil.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 2024 vai terminar com uma alta de 15% nas vendas em relação a 2023.
De janeiro a novembro, a produção acumulada foi de 2,36 milhões de veículos, um crescimento de 9,6%.
Somente em novembro, a alta das vendas foi de 16,5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
No segundo semestre, as vendas cresceram 32% em relação aos seis primeiros meses, mesmo com uma leve queda nas exportações.
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