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Foto: Revista Oeste/IA
Edição 251

O Brasil se tornou uma armadilha para os investidores

E mais: a Margem Equatorial, o empreendedorismo carioca, o otimismo da Febraban e o acerto de dívidas do Magalu

Carlo Cauti
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O banco britânico HSBS rebaixou a Bolsa de Valores do Brasil e ainda emitiu um alerta claro para os investidores: “Consideramos o Brasil uma ‘armadilha clássica’ de valor”, escreveram os analistas do banco.

Os investidores ficaram decepcionados com o pacote de corte de gastos apresentado no final de novembro pelo governo, considerado absolutamente insuficiente e responsável por um círculo vicioso de taxas de juros altas, enfraquecimento da moeda, inflação em alta e crescimento econômico pífio.

É um cenário que vai afetar diretamente as ações brasileiras.

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Crise de confiança se formando

O pessimismo com o país não é apenas dos bancos internacionais. Para o Bradesco, “uma crise de confiança poderia estar se formando”.

Segundo o banco, é possível identificar semelhanças com o contexto de dominância fiscal. A previsão para 2025 é de um segundo semestre “muito mais fraco”, sem nenhum impulso fiscal adicional.

Foto: Shutterstock

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Tentando pular 2025

O Itaú BBA foi além disso, apelando para que o ano de 2025 acabe logo. “Que venha 2026”, foi o título de um relatório elaborado por gestores do banco e enviado aos seus clientes.

A expectativa do Itaú BBA é de juro médio no maior patamar dos últimos 20 anos, desvalorização do real e incertezas sobre o cenário fiscal.

Para os analistas, o ambiente macroeconômico, “potencialmente, deve melhorar apenas em 2026”.

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Saída recorde de ‘gringos’

Quem já entendeu o cenário e está se antecipando são os investidores estrangeiros. Os “gringos” retiraram R$ 32 bilhões das ações listadas na B3 no ano passado.

Foi a maior saída de capital estrangeiro da bolsa desde 2020 — o primeiro ano da pandemia —, quando houve fuga líquida de R$ 40 bilhões.

Foto: Shutterstock

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Margem Equatorial, agora vai?

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tenta passar otimismo sobre a possibilidade de o governo destravar, ainda em 2025, a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Rio Amazonas, a chamada Margem Equatorial.

Nas palavras do ministro de Lula, a Petrobras “sanou todas as dúvidas” com o Ibama, órgão responsável pelos entraves ambientais.

O caso estava emperrado desde o ano passado, quando técnicos do Ibama recomendaram manter a negativa da emissão de uma licença para a Petrobras perfurar o poço.

“Isso não é uma questão ideológica, é uma questão mercadológica”, disse o ministro.

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Empreendedorismo carioca

O Estado do Rio de Janeiro registrou recorde na abertura de novas empresas em 2024.

A Junta Comercial do Estado registrou um total de 76.036 novos negócios abertos no território fluminense — alta de 5,5%, o maior número em 216 anos de existência.

O volume de novos negócios foi 4,3% superior ao antigo recorde, batido em 2021, quando foram abertas 72.894 novas empresas.

Foto: Shutterstock

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Brava nas alturas

Para a Brava Energia, o ano de 2025 começou de forma muito positiva.

A petroleira, que surgiu da fusão entre 3R Petroleum e Enauta, superou uma produção média de 62 mil barris por dia. É quase o dobro dos 35 mil barris extraídos em novembro.

Esse resultado foi possível graças aos campos de Papa Terra e Atlanta, que voltaram a operar nos últimos dias.

Até o final do mês, a produção poderá subir ainda mais, ficando entre 73 mil e 75 mil barris diários, graças a novas plataformas petrolíferas que entrarão em atividade.

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BTG compra Julius Baer

O BTG Pactual adquiriu as operações do banco suíço Julius Baer no Brasil. O valor da compra foi de R$ 615 milhões.

O maior banco de investimento brasileiro ficou com a gestão de R$ 61 bilhões em ativos de clientes de alta renda.

A operação faz parte da estratégia de expansão do segmento de family office, que vai ultrapassar R$ 100 bilhões após a compra do banco suíço.

Edifício do banco Julius Baer, uma das maiores e mais antigas instituições bancárias suíças, em St. Moritz, na Suíça | Foto: Shutterstock

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Vai um crédito aí?

A Febraban começou o mês de janeiro otimista, prevendo uma alta de 9% na concessão de crédito.

Para o presidente da entidade, Isaac Sidney, o crédito vive seu melhor momento desde a pandemia.

Segundo o executivo, o Banco Central (BC) terá condições para cortar juros em meados do ano, e a Selic poderia se estabilizar na faixa de 15%. Nesse cenário, o crédito seguiria como uma alavanca importante para o crescimento da economia brasileira.

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Magazine Luiza renegocia dívidas

O Magazine Luiza renegociou o vencimento de parte de suas dívidas.

O grupo varejista conseguiu ampliar o prazo de vencimento de debêntures de 2026 para 2028. Os papéis tinham sido emitidos em 2021 com uma taxa de CDI + 1,25%, e agora passarão a render CDI + 1,75%.

Desde o começo do governo Lula 3, o Magazine Luiza passou de um valor de mercado de cerca de R$ 37 bilhões para cerca de R$ 4 bilhões. A queda drástica bate na casa de 90%.

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Perdão tributário

O governo federal perdoou R$ 5,8 bilhões em dívidas da Azul e da Gol com a União.

O montante total dos impostos não pagos chegava a R$ 7,8 bilhões.

Com isso, as duas companhias aéreas ganham fôlego para levar adiante o processo de fusão, antecipado no começo de 2024 em reportagem de Oeste.

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União à vista

A Abra, holding que controla a Gol e a Azul, segue estruturando a assinatura de um memorando de entendimento para unir os negócios.

O documento deverá ser assinado nas próximas semanas, e indicará o tipo de governança, a estrutura de capital das empresas, e os modelos de negócios.

As possibilidades na mesa vão de uma simples joint venture a uma nova empresa, que se tornaria uma corporation, ou seja, uma companhia sem controlador definido.

Aeronaves comerciais da Azul Linhas Aéreas, Webjet e Gol alinhadas para decolar no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro (11/9/2012) | Foto: Shutterstock

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