Emma Pinchbeck, a nova diretora-executiva do Comitê de Mudanças Climáticas do Reino Unido, deu sua primeira entrevista para a TV no começo de dezembro para o programa Sunday with Laura Kuenssberg, da BBC. Para uma suposta especialista encarregada de aconselhar o governo britânico sobre como alcançar o carbono zero, ela demonstrou uma ignorância alarmante em relação ao debate climático.
Como era de esperar, a principal burocrata do clima da Grã-Bretanha está ansiosa para que todos adotemos um estilo de vida austero e tenhamos “consciência de carbono”. Na entrevista, ela fez as recomendações de sempre para trocarmos as caldeiras a gás por bombas de calor e os carros a gasolina por veículos elétricos, apesar dos custos exorbitantes envolvidos em ambos. Mas também quer que todo mundo compre “coisas de segunda mão” e evite viajar para o exterior nas férias. (“Alguns voos tudo bem”, acrescentou ela, obviamente, ao defender sua viagem de ida e volta de 8 mil quilômetros para a COP29 no Azerbaijão.)
No entanto, além dessas mudanças de estilo de vida, Pinchbeck negou que existam grandes custos para chegar ao carbono zero. “Está claro para a macroeconomia”, afirmou, que a transição verde é uma “boa ideia, independentemente das mudanças climáticas”. Ela parece ter esquecido que essa “transição” vai significar contas de energia mais altas, riscos de apagões, trilhões em custos para o setor público e o nivelamento de setores inteiros.
Quando a apresentadora Laura Kuenssberg falou da questão de perda de empregos nas siderúrgicas de Port Talbot, no País de Gales, e na fábrica de vans Stellantis/Vauxhall, em Luton, ambas vítimas trágicas da agenda climática, Pinchbeck menosprezou tranquilamente os riscos. “A mudança sempre traz vencedores e perdedores”, respondeu.
‘Riscos para todos’
Talvez não devêssemos nos surpreender que a ex-lobista do setor de energias renováveis e chefe de política climática do WWF ignore os custos das políticas verdes. Mas o que talvez seja mais alarmante é que ela parece também não entender a ciência da mudança climática. Quando as imagens das enchentes causadas pela tempestade Darragh apareceram na tela, ela alertou:
“Há riscos para todos nós decorrentes desse tipo de evento climático… Se não combatermos as mudanças climáticas internacionalmente, esses impactos vão se agravar no decorrer das nossas vidas… Falamos muito sobre os custos de combater as mudanças climáticas, mas raramente falamos sobre os custos de não combater as mudanças climáticas.”
Mas o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, que costuma ser considerado a bíblia da ciência climática, deixa claro que não há relação comprovada entre o aquecimento global causado pelo homem e as enchentes. Ou, em linguagem científica: “Há pouca certeza em atribuir mudanças na probabilidade ou magnitude de eventos de enchente à influência humana”.
Acontece que os supostos especialistas que querem nos dizer como viver nossa vida, aquecer nossa casa e impulsionar a economia são assustadoramente ignorantes quanto à agenda política que estão promovendo.
Fraser Myers é editor-adjunto da Spiked e apresentador do podcast da Spiked. Ele está no X: @FraserMyers.
Leia também “O golpe da COP”
O retardo mental se proliferando entre os burocratas. A cara dela já diz tudo, que ela tem problema mental.