A decisão do presidente Lula de manter o benefício fiscal concedido a atividades de refino na Zona Franca de Manaus está provocando uma verdadeira guerra no setor. Isso porque a maior beneficiária da medida é a Refinaria da Amazônia (Ream), o que não agrada aos outros polos de refino espalhados pelo Brasil.
A justificativa do benefício tributário — previsto na Constituição — são as dificuldades logísticas para receber o petróleo bruto e escoar a produção de derivados. Havia, no entanto, uma pressão forte de algumas refinarias para que Lula vetasse esse trecho. As concorrentes Raízen, Vibra e Ipiranga consideram indevida a vantagem concedida à Ream.
A Advocacia-Geral da União (AGU) também entrou em campo e prepara uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) ao Supremo Tribunal Federal (STF), para questionar o benefício fiscal.
Quem defende a manutenção do benefício para a Zona Franca de Manaus é a Refina Brasil, segundo a qual não se trata de benesse, mas de um mecanismo de atração de investimentos e de garantia de segurança energética.
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Para o Itaú, a crise já começou
Para o Itaú Asset, a desaceleração da economia brasileira parece estar em curso.
Segundo o economista-chefe da instituição, Thomas Wu, a sequência de indicadores negativos das últimas semanas sugere que a economia poderia ter entrado em uma fase mais complicada.
“Não dá para dizer se é tendência ou ruído, mas aumenta o risco de a desaceleração estar acontecendo antes do esperado”, comentou o economista durante uma live da gestora.
Inflação alta e baixo crescimento
Para o economista, a redução do crescimento decorreria da restrição de oferta, já que a atividade vem aumentando mais do que a sua capacidade, a inflação está em alta, e a economia tem perdido tração.
Com esse quadro, a renda vai crescer menos e será corroída mais rapidamente pela alta dos preços.
“Então, acho que vai ter bastante pressão sobre o governo por mais gastos”, prevê Wu, ao lembrar que a credibilidade fiscal do Executivo vive um momento bastante complicado.
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Dólar vai superar R$ 7?
O descontrole das contas públicas poderia elevar o câmbio com o dólar para um patamar acima de R$ 7.
Essa foi a avaliação do BTG Pactual, segundo o qual fatores domésticos ajudam a explicar boa parte da depreciação recente da taxa de câmbio.
De acordo com o maior banco de investimentos da América Latina, se o governo Lula continuar com “ações que contornem o orçamento, intensifiquem mecanismos parafiscais, minem a credibilidade da política monetária ou envolvam intervenções no mercado cambial”, o dólar “poderia ultrapassar a barreira de R$ 7”.
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Aposentados sem consignado
A alta da Selic não apenas prejudica varejo e investimentos, mas também cria uma grande dor de cabeça para aposentados e pensionistas.
Nas últimas semanas, os principais bancos brasileiros suspenderam a concessão de crédito consignado a beneficiários do INSS.
O Banco do Brasil foi o último a anunciar que não vai aprovar novos empréstimos após o reajuste do teto pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). O limite dos juros foi elevado de 1,66% para 1,8% ao mês. Entretanto, está abaixo da demanda dos bancos, que pediam a elevação do teto para 1,99%.
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Petrobras vai sofrer?
O Goldman Sachs alertou seus clientes sobre os resultados financeiros da Petrobras.
Segundo o banco, a petrolífera atua com uma defasagem muito elevada dos combustíveis em relação aos preços internacionais. E isso terá um impacto negativo no balanço da estatal, principalmente no segmento de refino.
Mesmo assim, o balanço vai continuar no azul, pois os prejuízos serão compensados pelos ganhos com a exportação de petróleo bruto.
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Azul e Gol na batalha do Cade
A fusão entre a Azul e a Gol, anunciada oficialmente nesta semana, ainda deverá enfrentar a análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). E não será nada fácil.
O órgão que vigia a concorrência no Brasil deverá analisar se há concentração entre as rotas das duas empresas.
Os executivos da Azul e da Gol preparam a estratégia: demonstrar que há complementaridade de rotas. Mas os analistas preveem que a nova empresa, fruto da fusão, terá que vender aviões e slots em vários aeroportos.
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A glória da WEG
A WEG se tornou a terceira maior empresa brasileira em valor de mercado. A metalúrgica catarinense superou a Vale ao alcançar R$ 223 bilhões.
A empresa só fica atrás da Petrobras, que tem R$ 506,7 bilhões em valor de mercado, e do banco Itaú, que vale R$ 284,5 bilhões.
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Indústria automotiva a todo vapor
A produção de veículos aumentou 9,7% no Brasil em 2024.
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no ano passado foram fabricados 2,5 milhões de unidades.
Desse montante, cerca de 1,9 milhão foram carros de passageiros; 485,6 mil, comerciais leves; 141,3 mil, caminhões; e 27,7 mil, ônibus.
Com esse número, o Brasil volta a ser o oitavo maior produtor de veículos motores do mundo.
As vendas cresceram 14,1% na comparação com o ano anterior, com mais de 2,6 milhões de veículos emplacados.
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Varejo em queda
Para o varejo, o mês de dezembro deixou a desejar.
Segundo a empresa de tecnologia de pagamentos Stone, em dezembro houve uma queda de 3,5% nas vendas feitas por meio de suas soluções financeiras — como cartões, vouchers e Pix realizados dentro da sua plataforma.
O maior problema foi a semana de Natal, quando tradicionalmente se concentram as vendas do mês, mas que registrou queda de 2,3%.
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Todo mundo quer cimento
As vendas de cimento registraram alta de 3,9% em 2024 na comparação com o mesmo período de 2023, chegando a 64,7 milhões de toneladas.
O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) continua otimista para 2025, e prevê nova alta de 1% no volume de vendas.
A estimativa poderia ser ainda melhor se a taxa de juros não estivesse tão elevada.
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Imaginem como anda a Petrobrás, com a quadrilha de volta a cena do crime…