“Quando me perguntam se sou forte o suficiente para esse trabalho ou me dizem ‘você não consegue carregar meu marido para fora de um incêndio’, minha resposta é: ‘Foi ele que se colocou no lugar errado’.”
Foi com essas palavras que a subcomandante do Corpo de Bombeiros de Los Angeles (LAFD), Kristine Larson, explicou como enfrenta as críticas da população sobre a falta de capacidade física dos membros da corporação.
O vídeo se tornou viral nas redes sociais depois que os bombeiros apareceram claramente despreparados para conter os incêndios que devastaram a cidade californiana nas últimas semanas. A própria imagem de Larson, visivelmente acima do peso, gerou dúvidas sobre suas condições físicas para resgatar vítimas.
Os bombeiros de Los Angeles foram criticados nas redes sociais por estarem mais preocupados com as políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) — como é conhecida a “agenda da lacração” — do que em contratar pessoal preparado e comprar equipamentos modernos para combater as chamas.
Larson é chefe do departamento conhecido como “DEI dos bombeiros” de Los Angeles. O salário é de US$ 340 mil (cerca de R$ 2,1 milhões) por ano, muito acima do que ganham os funcionários do Estado. Negra, homossexual e acima do peso, ela chegou ao topo da carreira porque fundou um movimento chamado “Igualdade em Chamas”.
“Nosso departamento é o melhor do mundo na luta contra os incêndios”, declarou Larson num vídeo recente. “Mas agora meu papel é lutar contra o sexismo e o racismo”, disse.
Em poucos dias, os incêndios na Califórnia já destruíram mais de 156 quilômetros quadrados, uma área maior do que Paris. Pelo menos 12 mil edifícios estão arruinados. O número de mortos até agora chega a 24 pessoas, além de centenas de animais.
LAFD Deputy Chief Kristine Larson for reminding us that $300,000 a year does not buy logic or accountability. pic.twitter.com/1QAayMpDVZ
— TheBasedWay (@basedistheway) January 13, 2025
Bombeiros LGBT
Quando os incêndios avançaram, outra imagem viralizou na internet: Larson aparece ao lado de duas mulheres, a comandante do Departamento de Treinamento e Suporte, Jaime Brown, e a chefe dos bombeiros de Los Angeles, Kristin Crowley. As três estão fora de forma para os cargos que ocupam. Mas em quase todas as suas postagens nas redes sociais elas fazem questão de salientar que são membros da comunidade LGBT.
Em uma entrevista realizada logo depois de ter sido nomeada, a chefe Kristin Crowley foi questionada sobre qual seria sua prioridade. “Promover políticas de diversidade, equidade e inclusão do DEI” foi a resposta. Nenhuma menção a aprimorar a luta contra incêndios em um dos estados que mais sofrem com o fogo nos Estados Unidos. O salário anual dela é de US$ 510 mil (cerca de R$ 3,5 milhões).
Crowley foi nomeada em 2022 pelo prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, depois que o então chefe dos bombeiros, Ralph Terrazas, foi criticado por não adotar discursos contra o racismo e o sexismo no departamento.
Logo que chegou ao cargo de chefia, Crowley fez questão de participar de todas as paradas gays de Los Angeles. Não estava sozinha e usou os caminhões do seu departamento.
Ela sempre se vangloriou de ser a primeira lésbica assumida a comandar os bombeiros de Los Angeles — como se preferência sexual representasse competência para a profissão, e não um aspecto da vida privada.
Atualmente, o primeiro requisito para ser contratado pelo corpo de bombeiros local é ser LGBT. O conhecimento técnico ou o condicionamento físico são secundários. A meritocracia passa bem longe.
“Eu morava em uma garagem, minha mãe não tinha dinheiro para comprar comida, e então fui até um quartel dos bombeiros no centro de Los Angeles e me candidatei para uma vaga. Fui rejeitado por não ser negro, hispânico ou mulher. Responderam que havia uma lista de espera de sete anos por ser homem e branco. Fui obrigado a trabalhar como lixeiro para me sustentar”, afirmou Adam Carolla, famoso jornalista e radialista americano. Em 2017, ele discursou em frente ao Congresso dos Estados Unidos, denunciando as políticas discriminatórias já existentes há quase uma década. Os resultados são visíveis hoje: a Califórnia está em chamas.
De acordo com uma pesquisa do instituto Gallup, apenas 7% dos americanos se identificam como LGBT. Todavia, em 2023 cerca de 50% da liderança dos bombeiros de Los Angeles faz parte desse grupo. Uma disparidade de 700% que levanta a dúvida sobre se as promoções na corporação são imparciais ou tendenciosas.
Até mesmo os casos de abuso registrados entre os bombeiros de Los Angeles são tratados de maneiras diferentes conforme a situação. Quando a vice-chefe do departamento, Kristina Kepner, atacou sua parceira e ameaçou matá-la em razão de seu envolvimento com outra mulher, não houve nenhuma consequência.
O caso ocorreu em 2021 e havia vídeos que mostravam a violência doméstica. Kepner chegou a dizer para a vítima que era inútil denunciá-la porque a polícia acreditaria nela. Foi o que aconteceu.
Poucos meses depois, Kepner foi promovida pela própria Crowley a um cargo em que se analisam denúncias de violência cometidas por bombeiros contra suas parceiras. O salário dela era de US$ 264.468 (cerca de R$ 1,6 milhão).
Se tudo isso tivesse acontecido com um homem, o desfecho seria muito diferente.
Lacração vs competência
O problema de inserir a “agenda da lacração” em um setor extremamente complexo e duro como o dos bombeiros é que a capacidade de combater os incêndios foi para segundo plano.
Nos primeiros dias da emergência, a chefia dos bombeiros de Los Angeles mobilizou apenas uma fração de seus homens e caminhões para combater o incêndio antes que saísse do controle. Apenas cinco dos 40 caminhões de bombeiros disponíveis foram enviados para a região afetada, enquanto mil bombeiros ficaram nos quartéis, segundo informações de documentos que estão sendo divulgados pela imprensa americana.
Resultado: muitos californianos decidiram contratar bombeiros privados, vindos de outros estados. Existem cerca de 10 mil bombeiros privados em operação nos Estados Unidos, divididos em mais de 250 empresas, como a Wildfire Defense Systems e a Allied Disaster Defense. E os moradores da região de Los Angeles começaram a pagar quantias astronômicas para contratar esses profissionais e salvar suas propriedades.
Bombeiros privados são frequentemente contratados por seguradoras, que preferem pagar seus salários a terem que cobrir a perda de uma residência. Eles chegam rapidamente, são muito profissionais, têm todo o material de que precisam e jogam gel ignífugo nas paredes e tetos. Até Kim Kardashian e Kanye West os acionaram para salvar sua mansão de um incêndio alguns anos atrás.
Só que esse tipo de situação aumenta a disparidade entre ricos e pobres em desastres assim. Quem tem dinheiro consegue ter sua casa salva. O cidadão comum, que deveria ser protegido pelos bombeiros de Los Angeles, perde tudo. É a lacração gerando desigualdade social.
Leis absurdas, chamas descontroladas
Além da incompetência da chefia dos bombeiros de Los Angeles, o que contribuiu para a propagação dos incêndios foram leis absurdas aprovadas pelo estado da Califórnia para agradar o ambientalismo mais radical.
O presidente de saída, Joe Biden, explicou que os hidrantes de Los Angeles estavam secos porque as empresas de energia desligavam o fornecimento de eletricidade durante emergências para evitar que fios caídos causassem mais danos. Mas essa é apenas parte da história.
Os bombeiros poderiam compensar a falta de energia usando geradores portáteis. Ocorre que esses aparelhos usam combustíveis fósseis e poluem o ar. O governo da Califórnia limitou seu uso a 200 horas por ano para evitar a poluição. Tempo insuficiente até mesmo para testar os modelos disponíveis.
O Departamento de Água e Energia de Los Angeles comprou geradores menores para evitar a poluição, mas eles não fornecem energia suficiente para movimentar água na quantidade utilizada pelos bombeiros para apagar as chamas.
As agências de gestão hídrica tinham solicitado ao governo da Califórnia medidas para isentá-las das regulamentações de qualidade do ar em nome da segurança. Em 2020, três senadores estaduais chegaram a apresentar um projeto de lei para esse fim, que passou por uma revisão inicial, mas acabou engavetado em razão da oposição de uma entidade ambientalista, a Associação dos Funcionários para o Controle da Poluição no Ar (CAPCOA, na sigla em inglês).
Além disso, as empresas de energia elétrica cortaram o fornecimento por causa de outras leis californianas que as responsabilizam por quaisquer danos causados a propriedades de terceiros que tenham cabos e canos passando por elas.
Até poucos anos atrás, essas leis eram contornadas com seguros (agora as seguradoras estão deixando a Califórnia por ter ficado cara demais) ou eram compensadas por pequenos aumentos mensais na conta de luz.
Em 2017, a Comissão de Serviços Públicos impediu a empresa San Diego Gas & Electric de recuperar US$ 379 milhões em danos com um aumento mensal de US$ 1,67 em sua conta por seis anos. A partir desse episódio, as empresas passaram a se proteger desligando o fornecimento quando há qualquer emergência. Como incêndios.
No passado, para evitar a propagação de incêndios, era comum queimar galhos velhos e arbustos, criando áreas de segurança livres de material inflamável. Mas regulamentações cada vez mais rigorosas aprovadas pelas autoridades californianas limitaram essa atividade preventiva, pois espalharia fuligem no ar.
Os cidadãos, por sua vez, puderam fazer muito pouco para lutar contra os incêndios. Os proprietários das mansões poderiam ter usado a água de suas piscinas a fim de ajudar os bombeiros. Mas isso se tornou impossível, porque os geradores que alimentam as bombas de água poluem. E, portanto, são proibidos por leis locais.
A classe política da Califórnia parece preferir deixar o estado inteiro queimar a admitir que motores alimentados por combustível fóssil e bombeiros selecionados por sua capacidade, e não por sua preferência sexual, poderiam salvar vidas e casas.
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O besteirol que tomou conta da mídia, dos políticos e da elite climática delinquente está transformando o mundo inabitável para humanos normais.
É tanto absurdo que fica impossível aceitar qualquer tipo de argumento desta classe.
Lamentável.
Lamentável.
Lamentável.
É triste e lamentável. Espero que governos pelo mundo aprendam com isso.
A preocupação não é o combate a catástrofes, mas sim a aparência. Não tem como dá certo!
A poluição causada pelos incêndios é infinitamente maior do que o que deixaram de poluir com as proibições impostas
Se não fossem a Ana Paula Henkel e Carlo cauti nestes dois artigos eu não acreditaria. É nojenta e trágica a situação de LÁ
A corrupção,a ideologia , a falta total de preparo dos bombeiros, falta de água permitiram que o fogo consumisse uma das maiores cidade nos EUA.Excelente artigo de Carlo Cauti. Governo permitiu que milhares de pessoas tenham que começar do zero para retomarem suas vidas.
Inacreditável … Se não fossem a Ana Paula e o Carlo cCautui
Diametralmente opostas: Califórnia x Flórida.
Basta olhar para a ideologia que governa a Califórnia e entenderemos a ineficácia pública em conseguir apagar as chamas de um dos maiores flagelos de fogo.