Quem mora no Brasil tem a sensação de que existem dois países distintos com o mesmo nome. Um é o dos discursos de Lula e das reportagens divulgadas pela imprensa velha. O outro é o Brasil real.
No primeiro, quase cem brasileiros foram presos e deportados cruelmente por Donald Trump. Viajaram algemados e sofreram maus tratos. Aos olhos do governo Lula e do jornalismo oficial, foi uma “inaceitável afronta aos direitos fundamentais”.
No Brasil dos fatos, como demonstra J.R. Guzzo no artigo de capa desta edição, “mais de 3,5 mil brasileiros foram deportados com algemas durante o Lula 3, em 32 voos diferentes, pelo governo Joe Biden”. Guzzo também informa que, nos quatro anos de governo do democrata, 7,5 mil brasileiros fizeram a viagem de volta nas mesmíssimas condições, sem qualquer protesto dos jornalistas.
“O voo acusado de ofender a dignidade brasileira”, informa Guzzo, “não tem nada a ver com o governo Trump — as deportações foram ordenadas pela administração anterior, e estavam à espera de execução”. Entre os deportados, aliás, havia um punhado de criminosos, alguns dos quais punidos por homicídio.
No Brasil retratado nas páginas dos jornais e nas emissoras de televisão, trechos da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro, provam de forma cabal que houve uma tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Nesta semana, o Brasil real constatou que Cid jamais pronunciou a palavra “golpe”, conta a reportagem de Silvio Navarro.
Apesar disso, alguns golpistas imaginários foram condenados a mais de 15 anos de cadeia. A reportagem de Cristyan Costa descreve a realidade vivida por quatro deles: a cabeleireira Débora dos Santos (mãe de dois meninos, um de 6 e outro de 8 anos), a faxineira Edinéia Paes da Silva dos Santos (que tem uma filha de 10 anos), Jaqueline Freitas Gimenez (mãe de duas crianças, uma de 7 e outra de 10 anos) e Camila Mendonça Marques (mãe de uma criança de 5 e outra de 9 anos).
No mesmo país em que essas quatro mulheres continuam encarceradas, o ministro Gilmar Mendes premiou uma traficante de drogas com a prisão domiciliar. Motivo: ela é mãe de um menino de 4 anos. No despacho, amparado na jurisprudência do STF, o decano argumentou que a criança precisa ter seus direitos resguardados, informa Costa.
Gilmar também determinou ao Conselho Nacional de Justiça que organize “mutirões carcerários” para revisar casos semelhantes. No mês anterior, Edson Fachin premiara com o mesmo benefício outra traficante. Motivo: ela é mãe de “uma criança em fase de amamentação”.
Apesar das tentativas, está cada vez mais difícil vender a ideia de que existe o Brasil Maravilha. “A desaprovação do governo é cada vez mais ampla que a aprovação”, lembra Alexandre Garcia. “É o próprio Lula que causa isso, ao criar expectativas como a da picanha ou a das viagens aéreas para os pobres. Quem não consegue chegar sequer à laranja e votou em Lula à espera de uma vida melhor passa a sentir raiva quando o bolso e o estômago reclamam.”
Os leitores de Oeste sabem que aqui só há um país: o Brasil de verdade.
Só o mundo real aparece nos textos escritos pelo time de jornalistas, agora reforçado por mais um craque. Está pronto para entrar em campo o repórter especial Claudio Dantas. A estreia será na manhã deste sábado, com a participação de Dantas na cobertura das eleições na Câmara dos Deputados e no Senado. Não perca a transmissão das disputas pelo comando do Congresso no canal da Revista Oeste no YouTube.
Boa leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação
Mesmo com essa situação infame, o PL e Jair Bolsonaro estão apoiando os candidatos governistas para presidente da câmara e do senado. Não haverá anistia aos presos políticos de 8.01, não haverá anistia aos perseguidos e exilados políticos, não haverá liberdade de expressão, não vai mudar nada.
Parece que é só garantir cargos e privilégios, isso é uma traição ao povo brasileiro
Lula, seus comparsas do judiciário e a imprensa oficial fazem coisas que despontavam no horizonte desde a campanha para presidente, mas estão indo além, muito além do que prevíamos. A letra L tem se mostrado muito mais do que o símbolo dos que votaram em Lula. Hoje, é um polvo com enormes tentáculos que sufocam e matam sonhos e esperança.
Jurisprudência do STF é carta magna. Essa justiça tem que ir pra cadeia
Tá bom o resumo. Torço para que num futuro próximo os ministros do STF sejam julgados em tribunal especial dos direitos humasnos pela absurda disfunção de abrir as portas para traficantes e fechar para mulheres inocentes, sem o devido processo legal e por desvio de conduta em não julgar com paridade.