A eleição de Davi Alcolumbre para a presidência do Senado Federal poderia ajudar a destravar o imbróglio sobre a exploração da Margem Equatorial pela Petrobras. Alcolumbre, que é senador pelo Amapá, quer que seu Estado seja beneficiado pelos royalties do petróleo extraído do seu litoral.
Por isso, ele conversou com Lula sobre o assunto durante seu primeiro encontro, no Palácio do Planalto. O senador já declarou em diversas oportunidades seu interesse em ver avançar o projeto na região.
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Silveira se antecipou, Marina se esquivou
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já se antecipou ao declarar que a emissão da licença ambiental para a exploração da Margem Equatorial deveria sair ainda neste ano.
Silveira afirmou que “a Petrobras cumpriu com tudo aquilo que o Ibama pediu”, e condenou aquilo que chamou de “extremismo meramente ideológico”.
Por sua vez, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que não cabe à sua pasta decidir sobre a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas.
A decisão sobre o licenciamento do projeto, na verdade, está a cargo do seu ministério. Todavia, para ela, seria uma questão “apenas técnica”.
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Gringos pessimistas com 2025
Os analistas estrangeiros estão cada vez mais pessimistas com o Brasil.
Em um relatório divulgado nesta semana, o banco americano J.P. Morgan prevê uma desaceleração do crescimento no Brasil de 3,5% em 2024 para 2,2% em 2025.
Uma redução do crescimento provocada principalmente por um resultado pior do setor agrícola.
A inflação é outro ponto de preocupação dos analistas, com altas nos preços de serviços, bens duráveis e alimentos. Uma tendência que elevará as pressões sobre o poder de compra da população.
Com isso, segundo o J.P. Morgan, o Banco Central deve manter sua política monetária apertada, com a possibilidade de novos aumentos na taxa de juros para conter a alta de preços.
Para a agência de classificação de risco Moody’s, o aumento dos juros no Brasil, a inflação persistente e a maior depreciação cambial pressionarão o fluxo de caixa e reduzirão a rentabilidade das empresas em 2025, limitando sua capacidade de cumprir obrigações financeiras.
Segundo a Moody’s, a alta do câmbio terá implicações maiores para empresas que dependem de um real forte para manter seu fluxo de caixa, além de terem grande parte de sua dívida denominada em dólares.
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Investidores têm outra opinião
Se os bancos estão pessimistas, os investidores, aparentemente, estão indo na direção oposta.
O Ibovespa começou o ano com o pé direito. O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) registrou alta de quase 6% em janeiro. O sétimo melhor resultado do século para o primeiro mês do ano.
Desde 2000, sempre que o Ibovespa engatou um resultado positivo em janeiro, terminou o ano no azul.
Os números de janeiro poderiam sinalizar que o Ibovespa vem se recuperando após um 2024 muito complicado.
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Gringos de volta à B3?
O que ajudou também a impulsionar a Bolsa de Valores brasileira foi a entrada de investidores estrangeiros.
Desde o começo do ano, já ingressaram R$ 6,2 bilhões na B3. Uma tendência contrária ao saque de mais de R$ 32 bilhões ocorrido em 2024.
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Os Batista desistem da Brava
Os irmãos Wesley e Joesley Batista, controladores da JBS, desistiram da tentativa de adquirir os ativos onshore da petrolífera Brava Energia.
A empresa está tentando vender seus ativos por cerca de US$ 2 bilhões.
Entretanto, a Fluxus, controlada pelos Batista, avaliou a proposta como cara demais.
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Missão dada é missão cumprida
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, declarou que recebeu uma missão do governo Lula: turbinar o produto interno bruto (PIB) do Brasil.
Para cumprir essa ordem, a executiva está determinada a aumentar os investimentos em exploração e produção de óleo, refino, fertilizantes e transição energética.
O plano estratégico até 2028 prevê altas de 9% no investimento geral e 17% só no refino, na comparação com o documento anterior. Uma porcentagem que deve ser mais do que triplicada, considerando o esforço de alinhamento entre previsão e realização intentado pela atual gestão.
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Tudo negativo, Petrobras
Os dados operacionais sobre 2024 divulgados pela Petrobras mostram que os principais indicadores estão todos negativos.
No ano passado, a estatal petrolífera vendeu 3% menos petróleo, gás e combustível, na comparação com 2023.
A produção total caiu 3% frente a 2023, chegando a 2,6 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). A queda no quarto trimestre foi maior, de 10,5%, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
As exportações caíram 1%, chegando a aproximadamente 800 mil barris por dia de petróleo e derivados. No último trimestre do ano passado, a queda foi de quase 22%, atingindo cerca de 700 mil barris de petróleo por dia.
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Mercado preocupado
Os dados alarmaram os analistas do mercado financeiro, que tentam prever o impacto dessas quedas no balanço da Petrobras.
Segundo a XP, a redução da produção, somada à menor cotação do petróleo em nível internacional, poderia provocar uma queda de 30% no Ebitda da Petrobras.
Para o UBS BB, esses números se somam a um período de paradas na produção já previstas para 2025. O que aumenta a preocupação dos analistas com os números do balanço.
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Ainda otimismo?
Poucas horas antes da divulgação dos dados operacionais da Petrobras, um relatório do Bank of America mostrava otimismo com a estatal petrolífera.
Segundo o banco, a companhia é “mais do que capaz” de superar a produção de 2,4 milhões de barris de óleo equivalente diário (boed) do ano passado.
O relatório do banco foi publicado após a divulgação por parte da Petrobras de 11,4 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) de reservas até dezembro de 2024.
Para o Bank of America, existem oportunidades de retorno no curto prazo para os acionistas da Petrobras, já que a estatal registrou “importantes avanços”, que teriam “ajudado com as dúvidas em relação à governança corporativa da empresa, preços de combustíveis e dividendos”.
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Acabou o home office
Os espaços corporativos de São Paulo registraram a menor taxa de vacância desde a pandemia de covid-19.
Segundo dados da RealtyCorp, apenas 16% dos escritórios estão disponíveis.
No último trimestre do ano passado, cerca de 79 mil metros quadrados foram alugados na cidade. Uma alta de 40% em relação ao trimestre anterior.
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Aluguéis nas alturas
O aumento da demanda por escritórios está impulsionando também os valores dos aluguéis.
O valor médio do metro quadrado corporativo de alto padrão em São Paulo chegou a mais de R$ 116. Uma alta de 11% no ano passado, na comparação com 2023.
Segundo os dados da Binswanger Brazil, somente no último trimestre do ano houve um aumento de cerca de 5% no valor dos aluguéis.
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Exploração de petróleo nas mãos de Davi Alcolumbre, Randolfe Rodrigues, Alexandre Silveira, e companhia limitada… imaginem o rombo!
Oxalá avance logo esse projeto na Margem Equatorial. O Brasil necessita