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Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Edição 256

A USAID e os ativistas de aluguel

O 'consenso' ideológico pago em dólares explica a sofreguidão com a qual tantos jornalistas defendem a censura

Roberto Motta
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A agência “humanitária” americana USAID comprou sua opinião. Graças aos esforços da USAID e de uma constelação de outras agências e ONGs, a sua opinião foi colocada a serviço de interesses dos quais você nem desconfia e que, frequentemente, agem contra você.

Vamos entender.

A maioria das pessoas forma sua opinião baseada no que outras pessoas pensam e no que a mídia diz. Ninguém tem tempo, paciência ou interesse para ler relatórios científicos relevantes sobre “mudanças climáticas antropogênicas” ou sobre a teoria econômica do crime. Se as moças da TV dizem que o planeta vai esquentar até derreter, esse passará a ser o dogma. Se o influencer diz que a “regulamentação” das drogas eliminará o tráfico, essa é a conclusão oficial — ainda que a experiência em outros países mostre o contrário. O que importa é a narrativa endossada pelos formadores de opinião. Por isso é tão importante a investigação sobre a USAID, uma agência que foi usada para financiar a disseminação de pautas de extrema esquerda ao redor do mundo — inclusive por aqui.

A USAID não atuava sozinha. Outras agências internacionais, muitas delas ligadas à Organização das Nações Unidas, passaram a ter seus cargos de direção ocupados por pessoas que poderiam, com justiça, ser descritas como ativistas de esquerda. Donald Trump determinou que os EUA saíssem da Organização Mundial da Saúde, medida imediatamente copiada pelo governo argentino de Javier Milei. Há fartura de evidências mostrando como a liderança da OMS contribuiu para agravar a tragédia da pandemia ao gerar incerteza e dar legitimidade a políticos populistas e autoritários que trancaram a população em casa, impediram as pessoas de trabalhar e deixaram milhões de crianças sem escola. Foi a criminosa estratégia do “fique em casa, a economia a gente vê depois”.

Donald Trump retirou os EUA da OMS, e Javier Milei seguiu o mesmo caminho na Argentina | Foto: Shutterstock

Por coincidência, vários projetos financiados pela USAID estavam relacionados com o chamado “ganho de função” de organismos nocivos. Explicando de forma simples: laboratórios ao redor do mundo — inclusive o laboratório de Wuhan, na China, onde se suspeita que o vírus da covid-19 tenha se originado — receberam dólares da USAID para aumentar a mortalidade e a capacidade de contágio de vários tipos de vírus. A justificativa oficial para esse tipo de pesquisa é que ajudaria a desenvolver novas formas de prevenção de doenças. Que cada um faça seu próprio juízo sobre essa explicação.

Há mais de uma década estudo a crise de crime em que vivemos. O resultado está no meu livro A Construção da Maldade, um best-seller com mais de 100 mil exemplares vendidos. Posso afirmar que quase todo o discurso oficial adotado pela mídia e por boa parte do sistema de Justiça Criminal brasileiro é composto de falácias e mentiras. Essas falácias e mentiras, transformadas em políticas públicas, são a causa da criminalidade sem fim do país.

Não se trata de uma crise, mas de um projeto político.

O que já foi descoberto na investigação sobre a USAID confirma e complementa o que denunciávamos havia anos: praticamente toda a política do Estado brasileiro para temas críticos como meio ambiente e segurança pública é determinada por ONGs e agências transnacionais. Todas essas entidades defendem exatamente as mesmas pautas: ideologia de gênero, ativismo judicial, censura, racismo do bem, “mudanças climáticas”, “desencarceramento”, guerra à polícia e apologia às drogas.

Agências como a USAID financiam atividades “culturais”, projetos de entretenimento, iniciativas “educacionais”, sites de internet, agências “checadoras de fatos”, centros de pesquisa, laboratórios e uma quantidade infinita de eventos frequentados pela mídia, por influenciadores e por autoridades judiciais. Esses empreendimentos promovem a criação de um “consenso” ideológico em torno de temas críticos para a liberdade, os direitos civis e a segurança do Brasil. “Consenso” significa que o cidadão comum nunca terá oportunidade de ouvir uma opinião diferente daquela que as agências decidiram impor. “Consenso” significa que qualquer divergência será chamada de desinformação, fake news ou até de atentado ao Estado Democrático de Direito. O “consenso” pago em dólares explica a sofreguidão com a qual tantos jornalistas defendem a censura.

A USAID financia, com dólares, a criação de um “consenso” ideológico que censura divergências e controla o debate público | Foto: Shutterstock

O resultado desse “consenso” é a doutrinação de multidões que formam opiniões absolutas sobre assuntos que conhecem superficialmente. O controle dos canais de comunicação, informação, ensino e cultura pelo oligopólio “progressista” — financiado pela USAID e suas irmãs — criou uma seita. Aqueles que ousam pensar diferente merecem ser destruídos socialmente, juridicamente e até fisicamente.

É por isso que há inúmeros ambientes, na maioria dos países ocidentais, onde afirmar que um homem não pode usar o banheiro das mulheres resulta em agressões morais, jurídicas e até estatais. É por isso que um escândalo de crimes sexuais violentos foi ignorado pelas autoridades do Reino Unido e abafado durante anos pela mídia: os abusadores eram imigrantes asiáticos e as vítimas eram crianças ocidentais — e isso destoa do “consenso”.

É por isso que manifestantes de esquerda têm licença para depredar e agredir impunemente enquanto outros manifestantes, com uma Bíblia nas mãos, são chamados de golpistas. O “consenso” também permitiu que marxistas confessos alcançassem cargos em altas cortes de Justiça nacionais e internacionais, e possibilitou a injeção de conceitos extremistas como a Teoria Crítica da Raça no ordenamento jurídico nacional. Acabou de acontecer.

Uma investigação sobre as atividades da USAID pode ser transformadora, especialmente para quem combate o crime. Praticamente todas as organizações que tratam de segurança pública no Brasil estão na folha de pagamento do bilionário Georges Soros, por meio da sua fundação Open Society Foundations. Descobriu-se agora que as organizações de Soros atuavam em coordenação com a USAID, financiando aquelas ONGs de nomes fofinhos que dizem que o Brasil “prende demais”, que a “saidinha” ressocializa, que é preciso descriminalizar as drogas e que a medida mais importante para combater o crime é colocar câmeras no pescoço dos policiais.

George Soros, por meio da Open Society, financia ONGs no Brasil em coordenação com a USAID para influenciar políticas de segurança pública | Foto: Shutterstock

São essas ONGs que exigem a suspenção de operações policiais em comunidades como acontece no Rio desde 2020, criando santuários para o narcotráfico e gerando o caos.

Eu sempre disse que a criminalidade do Brasil não era uma crise, mas um projeto. Um projeto, sabemos agora, financiado em dólares.

Leia também “O anjo salvador que não existe”

1 comentário
  1. LUCIANO LOURENCO BARROS SANTOS
    LUCIANO LOURENCO BARROS SANTOS

    Suspensão com “ç”???

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