Em qualquer pesquisa sobre os maiores problemas do país, a segurança pública figura entre as principais preocupações dos brasileiros. Não é para menos: todos os anos, cerca de 40 mil pessoas são assassinadas no Brasil e outras 40 mil desaparecem. Além disso, há centenas de milhares de casos de estupros e assaltos, e o índice de elucidação desses crimes ainda é baixo: estima-se que apenas 8% dos homicídios e 2% dos assaltos sejam esclarecidos.
Paralelamente, pesquisadores advertem que o único caminho efetivo para o combate à violência é a redução dos benefícios obtidos pelo criminoso e o aumento do custo do crime por meio do endurecimento da legislação. “Um recente trabalho científico do professor Pery Shikida com criminosos presos no Estado de São Paulo revelou que a renda média obtida com as atividades criminosas era de aproximadamente R$ 46 mil por mês”, contou Roberto Motta, num artigo publicado na edição 240 de Oeste.
Mais: os próprios criminosos afirmam que penas mais severas (sem possibilidade de redução), prisão perpétua e pena de morte poderiam desestimular a violência. Mas o Brasil segue o caminho oposto, mostra a reportagem de capa desta edição, assinada por Silvio Navarro.
É catastrófica para o cidadão de bem a receita que mistura desencarceramento em massa, demonização da polícia e romantização do bandido. E as leis têm favorecido cada vez mais os delinquentes. Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal proibiu operações aéreas ou sem aviso prévio em favelas do Rio de Janeiro, terrenos demarcados pelo narcotráfico. O veto continua em vigor. Como se não bastasse, em agosto de 2023, o mesmo STF resolveu impedir que Estados e municípios removam compulsoriamente dos espaços públicos “pessoas em situação de rua”.
Esse é o maior obstáculo que Egidio Ferrari, prefeito de Blumenau, terá de enfrentar para concretizar uma promessa reiterada na campanha eleitoral: tirar das ruas todos os 521 homens e mulheres que insistem em permanecer em lugares que pertencem a todos os habitantes. Segundo a reportagem de Uiliam Grizafis, a prefeitura oferece a todos abrigo e uma oportunidade de trabalho ou internação no caso dos dependentes químicos.
É possível que o prefeito logo esteja diante de uma escolha de Sofia: ou cumpre o que ordenam os ministros do Supremo ou obedece ao artigo 1º da Constituição, que determina a Estados e municípios que garantam a “dignidade da pessoa humana”.
Enquanto metem o bedelho em atribuições de outros Poderes, os superjuízes, mostra o artigo de Augusto Nunes, continuam a anistiar corruptos irrecuperáveis. É o caso de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio e atual influencer. Os ministros também mantêm os olhos voltados para o que está prestes a acontecer em Belém.
Fabio Boueri informa que “o governo federal, em parceria com o governo do Pará, anunciou um investimento inicial de mais de R$ 220 milhões para a construção da ‘Vila de Líderes’ na capital do Pará, cidade-sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas”. Ainda não se ouviu um pio dos ministros sobre o suspeitíssimo processo de licitação para as obras do complexo. O vitorioso foi o Consórcio Vila Líder, cuja proposta foi quase R$ 45 milhões mais cara que a apresentada pela Metalúrgica Big Farm, terceira colocada.
O governo promete investir na COP R$ 5 bilhões. O contraste entre gastos com eventos de grande porte e a indigente realidade social de Belém é chocante: 60% da população vive em favelas, e apenas 15% dos domicílios têm acesso à coleta de esgoto. Apenas 3,5% do volume coletado é tratado.
Esse quadro torna mais atual do que nunca a paródia de Guilherme Fiuza baseada num antigo sucesso de Caetano Veloso: “Caminhando contra o vento, sem lei e sem regimento, atrás do meu pagamento eu vou. Eu tomo uma Coca-Cola, ela pensa em dez por cento, a Selic eu não aumento. Amor, não vou. Porque não! Porque não!”
Boa leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação
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Sou a favor de pena de morte no Brasil. Tem certas situações que o delinquente não tem mais jeito, só eliminando mesmo.
E, a partir daí, com a diminuição da população carcerária, poder se fazer uma verdadeira ressocialização.
O Brasil das inutilidades, mudanças climáticas, não existe. Os governos estadual e federal são governos ladrões e esse STF não fica atrás. Então toda essa invenção é dar murro em ponta de faca
🚨🌈💩 Aparelho excretor não reproduz, Levi Fidelis.
Extrema esquerda ama bandidos
É, de mal a pior esse Brasil. São números inadmissíveis. Como assim 40.000 assassinatos por ano? Ou a polícia não trabalha, protege o cidadão comum, ou tem algo estranho aí!
Como gastar essa dinheirama na COP-30 numa cidade, num estado que não oferecem o básico ao seu cidadão?
Para que servem esses governos? Onde estão as necessidades reais? A Floresta Amazônica está lá intacta, o clima está sob controle. Afinal, fenômenos climáticos sempre existiram e contiuarão a existir. Então, de novo, há algo estranho aí.
Quais devem ser as situações tratadas mundialmente?: o clima ou as mazelas da capital? Imaginem vocês no interior? Nas cidades periféricas da grande Belém?
Nós temos questões muito mais urgentes do que essa COP-30 que todos sabemos no que vai dar: NADA!
Acorda Brasil! Temos perdido um tempo precioso que não será recuperado jamais!