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Edição 256

Os Avengers

Quem poderia negar que o trio formado por Trump, Musk e Milei tem feito a enorme diferença no combate ao socialismo moderno?

Rodrigo Constantino
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“Infeliz a nação que precisa de heróis”, disse o comunista Bertolt Brecht. Discordo totalmente. Os iconoclastas que tentam destruir todo arquétipo heroico, ou mesmo buscar qualquer falha nos humanos mais notáveis — e somos todos falhos —, acabam provando apenas sua própria rebeldia infantil. Pobre do povo que escolhe os modelos errados de heróis, isso, sim! Mas todos precisamos dessas figuras corajosas, que aceitam o fardo do sacrifício pessoal em prol de um ideal, de uma causa ou do bem coletivo.

Não por acaso os filmes da Marvel e da DC fazem tanto sucesso. Decidi rever o primeiro Batman da trilogia de Christopher Nolan esses dias, e é simplesmente espetacular. Há inúmeras passagens belas sobre heroísmo, sobre enfrentar e dominar os próprios medos, sobre fazer a coisa certa e necessária apesar dos custos envolvidos, e sobre evitar se transformar apenas num instrumento de pura vingança pessoal ou justiçamento no processo.

Trilogia Batman | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Existem muitos heróis entre nós. Eles não vestem capas como nos filmes, tampouco usam roupas esquisitas. Parecem ordinários, gente como a gente, pessoas comuns, mas labutam no dia a dia para defender a Verdade, a Liberdade e a Justiça. Em muitos casos não serão modelos perfeitos de moralidade em todas as esferas. Não é isso que faz de alguém um herói. Churchill era um ser humano repleto de vícios e defeitos, mas, quando a circunstância se impôs, ele fez a coisa certa na hora certa, mostrou uma coragem contagiante e assumiu o fardo da liderança. Churchill foi um herói, sem dúvida.

Durante a guerra fria, não resta a menor dúvida também de que o trio formado por Ronald Reagan, Margaret Thatcher e o papa João Paulo II foi heroico e contribui sobremaneira para salvar o Ocidente do comunismo. O inimigo varia com o tempo, mas invariavelmente apresenta sempre as mesmas características diabólicas: odeia a vida humana, a liberdade individual, a Verdade. O totalitarismo ideológico se mascara com diferentes disfarces dependendo da época, mas mantém esse denominador comum. O heroísmo consiste em combater essas forças do Mal, com todos os riscos que isso demanda.

Muitos questionavam onde estavam os novos Reagan, Thatcher e João Paulo II para enfrentar a nefasta ideologia dos nossos tempos, a agenda woke, a pauta ambientalista fanática carregada de misantropia, as políticas identitárias que só alimentam ódio e divisão. Trump tem vários defeitos como ser humano, não seria uma incrível referência moral para nossa vida. Elon Musk é meio gênio e meio doido, assim como Javier Milei parece um sujeito “amalucado”. Mas quem poderia negar que esse trio tem feito a enorme diferença no combate ao socialismo moderno?

Papa João Paulo II | Foto: Wikimedia Commons

Podemos chamar de revolução do bom senso, de resgate da democracia, da retomada do controle popular contra uma casta tecnocrata poderosa, do que for do gosto do freguês, mas não é possível negar a ação disruptiva que cada um deles tem promovido. Não dá para ficar indiferente perante suas medidas, que já mostram ótimos resultados.

Milei passou a “motosserra” no estado hipertrofiado pelos peronistas, conseguiu domar a inflação descontrolada deixada pela esquerda, e vem colocando a Argentina nos trilhos novamente, servindo de inspiração para inúmeros outros líderes. Trump sobreviveu a um atentado por milagre, levantou-se ainda com sangue na orelha gritando “lute, lute, lute”, e retornou à Casa Branca para drenar o pântano do deep state. Musk, o homem mais rico do mundo, resolveu doar seu tempo para expor a corrupção desse estamento burocrático, assumindo claros riscos para tanto.

A popularidade de Milei atinge a marca de 56% de aprovação, com a população se dizendo otimista com o futuro | Foto: Reprodução/Redes Sociais

A ficção curte um exagero, os monstros são assustadores, e os heróis possuem incríveis poderes. Mas nada disso, em essência, difere muito da realidade. O Batman pode ser um mito inalcançável, mas e o Comissário Gordon, ou a promotora Rachel? São pessoas comuns que decidem fazer a coisa certa, apesar dos riscos e das probabilidades. Esses são nossos heróis do cotidiano, aqueles que se recusam a aderir ao caos, a dançar de acordo com a música, a se corromper.

Eu não seria o primeiro a comparar Elon Musk com Tony Stark, nosso Homem de Ferro. Bilionário, playboy, gênio da tecnologia, alguém que poderia estar fazendo absolutamente qualquer coisa na vida, curtindo o mais caro dos iates existentes, com a coleção infindável de carros esportivos, mas que está se dedicando a enfrentar o monstro da corrupção, os inimigos do povo. Mas há quem prefira atacar o herói para manter sua zona de conforto, para acreditar nas mentiras que os donos do poder até então enfiaram goela abaixo dos trouxas. É pura ingratidão, mas os heróis não ligam. Eles vão continuar desafiando os inimigos, mesmo que algumas vítimas pareçam não apreciar o gesto heroico.

Tony Stark e Elon Musk, nosso Homem de Ferro | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Batman é um herói para a cidade de Gotham, mas, no momento, muitas pessoas de Gotham não entendem completamente seus esforços para protegê-las. Ele chega a se transformar num vilão para muitos. “Então ele é a chance que eles merecem de acreditar no ideal de que precisam para seguir em frente, o fiel servo do povo e de suas instituições. (…) Porque ele é o herói que Gotham merece, mas não o que precisa agora… e então nós o caçaremos… porque ele pode aguentar… porque ele não é um herói… ele é um guardião silencioso, um protetor vigilante. O Cavaleiro das Trevas.”

Que esses heróis mitológicos e da vida real sirvam de inspiração para cada um de nós, para que tenhamos a coragem de fazer a coisa certa, mesmo quando isso significar maiores riscos pessoais ou sacrifício. Existe uma verdadeira batalha entre o Bem e o Mal, e tudo de que o Mal precisa para triunfar é que as pessoas de bem nada façam, como alertava Edmund Burke. Façamos, então, a nossa parte.

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