Confetes, serpentinas e sprays de lança-perfume se espalhavam pelo ar à medida que foliões desfilavam pelas ruas em carros conversíveis inteiramente ornamentados. Assim eram os corsos: os eventos de Carnaval muito populares na primeira década do século 20.
A brincadeira — em sua maioria formada pelas elites que possuíam ou alugavam carros — tinha origem em um sofisticado Carnaval da virada do século europeu. A principal inspiração era a batalha de flores que acontecia na cidade de Nice, no sul da França.
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Antes do surgimento dos automóveis, o desfile de corsos já existia em cidades como Recife e Olinda, onde era composto de carros puxados a cavalo, tais como cabriolés, aranhas (carruagens leves de duas rodas), charretes, entre outros modelos.
Até a década de 1960, a brincadeira podia ser observada em algumas cidades do Brasil, mas no Rio de Janeiro ela foi mais difundida. Os corsos chegavam a ocupar os três dias de folia. Na noite de segunda-feira, abriam espaço em horários predeterminados para os grupos populares, chamados genericamente de ranchos, e, na noite da terça-feira gorda, para as grandes sociedades.
O declínio gradativo dos corsos no Rio de Janeiro teve início depois da organização oficial do Carnaval carioca, em 1932, e também com a diminuição da fabricação de carros abertos ou conversíveis com capotas de lona. Outra razão que pode ter inibido a brincadeira foi a permissão pela polícia de caminhões enfeitados carregando os foliões na carroceria.
Algumas cidades do país ainda mantêm a tradição, como Teresina, no Piauí, onde acontece o maior desfile do gênero no mundo. No entanto, a prefeitura da cidade informou que neste ano não financiará a festa de Carnaval e do corso por dificuldades orçamentárias.
Confira algumas imagens desse animado evento:
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Daniela Giorno é diretora de arte de Oeste e, a cada edição, seleciona uma imagem relevante na semana. São fotografias esteticamente interessantes, clássicas ou que simplesmente merecem ser vistas, revistas ou conhecidas.
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