A prioridade número dois dos comunicadores brasileiros está mais do que definida: depois de resolverem sua guerra política para a eliminação a qualquer custo do ex-presidente Jair Bolsonaro da vida política nacional, a ordem unida, agora, é “tolerância zero” com o governador Tarcísio de Freitas. Bolsonaro, para eles e para o consórcio Lula-STF, é tratado todos os dias como fatura liquidada. Não pôde fazer campanha eleitoral em 2022. Seu adversário, a horas tantas, foi proclamado vencedor pelo TSE; “missão cumprida”, declarou o chefe da polícia eleitoral na cara de todo mundo, na cerimônia de diplomação do novo presidente. Depois disso, Bolsonaro foi proibido por eles de disputar eleições até 2030; o ex-presidente disse numa reunião de embaixadores estrangeiros que não confiava nas urnas do TSE, como milhões de brasileiros não confiam até hoje. Enfim, para cercar a coisa pelos sete lados, o regime Lula-STF decidiu trancar o inimigo na cadeia; além de já ser “inelegível”, querem que ele fique preso pelo resto da vida. Ainda não deram a sentença, mas Bolsonaro já está condenado.
Entra em cena, então, Tarcísio de Freitas, o governador de São Paulo que poderia herdar o eleitorado do ex-presidente. Seu processo, por “golpe armado”, é uma farsa de A a Z: dos cinco ministros que vão julgar se Bolsonaro é culpado ou inocente, três são inimigos pessoais e declarados de vida ou morte. Como no tribunal invisível que julgava Joseph K. em O Processo e que nunca, em toda a sua história, tinha absolvido ninguém, o STF jamais aceita que qualquer dos seus ministros seja proibido de julgar alguém. Já recusou 290 pedidos de “suspeição” nos últimos 25 anos, ou algo assim. Por que iriam, agora, abrir uma exceção para Bolsonaro, se o seu único objetivo nisso tudo nunca foi fazer justiça, e sim eliminar um inimigo político? De qualquer jeito, pelo sim, pelo não, o linchamento de Tarcísio já foi posto em execução.

O fato é que o regime Lula-STF e a mídia que mais uma vez se coloca a seu serviço já estão trabalhando o day after de Bolsonaro. Seus cálculos podem ou não estar corretos. Mas parece claro que o seu problema, cada vez mais, não é Bolsonaro — é a direita, ou “extrema direita”, que está adquirindo o péssimo hábito de ganhar eleições livres. De fato, para que diabo serve liquidar Bolsonaro se você se arrisca a ter um Tarcísio em seu lugar? O que o consórcio não quer de jeito nenhum, inclusive por razões de segurança pessoal, é largar o osso do governo — estar dentro ou fora faz toda a diferença deste mundo. Estar dentro significa, talvez em primeiro lugar, manter a legalização do roubo em tempo real do Erário. Ninguém ligado ao governo, em nenhuma circunstância, verá a sua impunidade ameaçada. As mulheres dos ministros continuarão a defender causas que vão ser julgadas pelos maridos. O PT e o Psol vão continuar correndo para o STF a cada vez que perderem uma votação no plenário do Congresso, ou quiserem algo para si. Vai haver mais companheirada nos conselhos das estatais. Vai haver mais ministério. Vai haver mais Gilmarpalooza. Vai haver mais Janjapalooza.
Quem quer largar uma vida dessas? Direita no governo, para todos eles, não é apenas um purgante ideológico. Mais que isso, é também um desastre no bolso de muita gente. É ruim para o crime organizado, ou desorganizado. É ruim para o método Paulo Freire de perpetuação do analfabetismo. É ruim para a casta de juízes, procuradores e outros magnatas da máquina estatal que ganham R$ 100 mil, R$ 200 mil, R$ 500 mil por mês, e que estão querendo mais. É ruim para a caverna dos 40 ministérios. É um horror para a mídia que vai receber do governo Lula cerca de R$ 3 bi para publicar propaganda do Brasil que “voltou”. É péssimo para todos que preferem receber as esmolas do Bolsa Família em vez de trabalhar. É ruim para os banqueiros, “campeões nacionais” e bilionários socialistas em geral. É ruim, como regra de vida, para os parasitas, as ONGs e os que prosperam com a “crise do clima”.

Toda essa gente olha com angústia para o que descrevem como “ameaças” à “democracia” a cada vez que a direita ganha uma eleição no mundo. Eleição deixou de ser vista no consórcio Lula-STF como um instrumento vital para o exercício da democracia. Hoje é perigo de gol. O “outro lado” pode ser a maioria — e não há nada que a esquerda deteste mais do que a vontade da maioria. Nunca gostou, na verdade; atualmente, passou a odiar em modo intenso. A eleição de Javier Milei na Argentina é um risco para a América do Sul. A eleição de Giorgia Meloni na Itália é um risco para a Europa. A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos é um risco para o mundo. A eleição de Jair Bolsonaro seria um risco para o Sistema Solar.
Não se trata apenas de eleições. O problema real de todos eles se chama liberdade — é esse o inimigo a ser destruído. É simples: o regime Lula-STF é geneticamente incompatível com a livre circulação do pensamento. Ou é um ou é o outro; é impossível ter os dois ao mesmo tempo. É por causa disso que a esquerda não aceita alguém que seja simplesmente um ser humano individual definido pelas suas virtudes, defeitos e circunstâncias. Não é você que diz quem você é — é a estrela amarela que colaram na sua testa, e que certifica qual é a cor da sua pele, se você é hétero ou gay, se é bom ou ruim. É isso que realmente encanta os Moraes da vida: a autoridade para dizer, em nome do Estado, se você é isso ou aquilo, o que pode falar e o que não pode, o que deve pensar e fazer.

Liberdade é tudo o que Lula, Moraes e o processo civilizatório do ministro Barroso não querem no Brasil — nem eles nem os jornalistas, sociólogos, reitores de universidade, artistas da Lei Rouanet e mais do mesmo. Não precisam censurar a imprensa, porque a maior parte dela já é mesmo a favor do regime. Mas querem, desesperadamente, silenciar a praça livre das redes sociais. Torcem para Elon Musk ir à falência, perder os seus US$ 350 bilhões e acabar pedindo esmola na porta da Candelária. Querem que Frei Gilson e os milhões de fiéis que o acompanham em suas orações da madrugada sejam levados à delegacia de polícia pela prática de “fascismo”. Querem cassar todos os deputados de direita. Olhe um pouco o que eles dizem: só querem prender, multar, bloquear, proibir, abrir inquérito, silenciar.
O que adianta, levando-se em conta isso tudo e muito mais, que Bolsonaro seja condenado, fuzilado ou trancado pelo resto da vida no Château d’If, na masmorra do conde de Monte Cristo? Dá para o regime Lula-STF se livrar dele, mas não dá para se livrar da população brasileira. O governador é uma mosca nessa sopa; como se dizia em outros tempos, a junta de governo vai sair de Anás para cair em Caifás. Fazer o quê? Estão atirando todos os dias em Tarcísio, na esperança de que ele caia morto antes das próximas eleições. A polícia de São Paulo, dizem eles, mata bandido demais. Ele está brigado de novo com Bolsonaro; a imprensa, aliás, garante que eles brigam todos os dias, de manhã, à tarde e à noite. O governador está numa missão impossível — não pode, ao mesmo tempo, ser leal a Bolsonaro e sobreviver na política brasileira de hoje. Não pode isso. Não pode aquilo. Tem de fazer assim. Tem de fazer assado. “You lost. Game over.” Mas ele não perdeu, o jogo ainda não acabou, e parece cada vez mais claro que o consórcio vai ter de chamar o VAR, e sabe lá o que mais, para levar essa.

Leia também “Pelo resto da vida”
J R GUZZO, o senhor se tornou indispensável para esse país.
Guzzo é brilhante como sempre., a fotografia perfeita do que o país vive. A ditadura do Consórcio-Lula/STF para detonar quem os ameaça. O povo tem que se conscientizar que as eleições de 2026 tem que eleger o maior número de parlamentares de direita. Hj o STF é mais maléfico ao país do que o corrupto do Lula..
Guzzo
Guizo, melhor comentarista enfluenciador político do Brasil. Pena que seus artigos sejam fechados
Esse artigo do excelente Guzzo desvenda um quadro sinistro, uma verdadeira antessala do inferno em que o Brasil está hoje. Olhando para todos os lados, não há saída, não se vê nada… a não ser a enorme fornalha que aguarda este país.
Quando vi a fotografia de Barroso e luladrão juntos, deu repugnância no estômago, parei de lêr a coluna, da nojo e ânsia de vômito essas coisas nojentas.
A VENEZUELA É AQUI. JA COMEÇOU A DESTRUIÇÃO DA IMAGEM DO TARCÍSIO. SE NAO CONSEGUIREM ATRAVES DO CONSORCIO PT LULA STF REDE GLOBO VAO CORRER ATRÁS DAS ” URNAS ELETRÔNICAS” . TENHO 77 ANOS E VOTEI EM TODAS AS ELEIÇÕES APESAR DE SER ISENTO. MAS SE NÃO TIVER VOTO IMPRESSO E CONTAGEM PÚBLICA DE VOTOS EM 2026 VOU DEIXAR DE FAZÊ-LO . NAO QUERO LEGITIMAR UMA POSSÍVEL FRAUDE.
Meu Deus do Céu. Guizo tirou uma fotografia de inferno em que estamos vivendo.
Meu Deus do Céu. Guizo tirou uma fotografia de inferno em que estamos vivendo.
Leio seus textos para melhorar como pessoa. Parabéns, parabéns e parabéns mestre Guzzo. Siga em frente!