Cinco anos depois do início da pandemia de covid-19, a maioria das teses e das prescrições dos governos baseadas num alegado “consenso científico” desmoronou. Ainda reverberam os danos das políticas implantadas arbitrariamente em todo o mundo — como lockdowns, imunização obrigatória com vacinas experimentais, exigência do uso de máscara, suspensão das aulas, fechamento do comércio e negativa de tratamento com medicamentos já existentes. Mesmo com a explosão de mortes, o confinamento e o uso de máscaras, por exemplo, continuaram a ser obrigatórios nos primeiros anos da crise sanitária. Na imprensa global, ainda prepondera uma “guerra de versões”; no Brasil, prevalecem o silêncio ou as teses de que o “fique em casa” era indispensável.
Ao longo dos últimos cinco anos, contudo, a imprensa não conseguiu esconder os danos significativos à economia, como a bancarrota de milhares de empresas, o atraso na alfabetização e aprendizagem de crianças e adolescentes em todo o mundo, uma epidemia de doenças mentais e o aumento dos casos de doenças não diagnosticadas nem tratadas naquele período.
Durante a pandemia, as redes sociais, aliadas a governos como o de Joe Biden, nos EUA, censuraram todos os perfis de médicos e cientistas que manifestaram incredulidade ou fizeram questionamentos sobre a eficácia das medidas ou das vacinas. Agora, as informações fluem de maneira mais livre pela imprensa tradicional — embora ainda estejam restritas a artigos de opinião.


Centenas de artigos têm sido publicados para exigir dos governos, especialmente no Reino Unido e nos Estados Unidos, um reconhecimento do fracasso das medidas adotadas durante a pandemia. Nos EUA, a escolha, por Donald Trump, de Jay Bhattacharya para chefiar os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) é considerada uma reviravolta cármica e um restabelecimento do equilíbrio e da sobriedade nas questões de saúde. Bhattacharya, professor de medicina, economia e política de saúde na Universidade Stanford, viu sua reputação ser pisoteada depois de escrever o artigo intitulado O Coronavírus É Tão Mortal Quanto Dizem?, logo nos primeiros dias da pandemia, em 25 de março de 2020. Ao sugerir que a taxa de mortalidade era bem inferior ao propalado — já que havia muitos casos de contaminação pelo coronavírus assintomáticos e não diagnosticados nem registrados —, Bhattacharya atraiu o ódio do “consenso” mundial de “cientistas” pró-confinamento.
A partir de outubro daquele ano, o massacre midiático seria completo, com a publicação da Declaração de Great Barrington, uma carta aberta assinada por ele em conjunto com Martin Kulldorff, de Harvard, e Sunetra Gupta, de Oxford. O trio explicava que o bloqueio causaria “danos irreparáveis” e defendeu a “proteção focada” para grupos de risco, como idosos e enfermos; pessoas mais jovens e saudáveis deveriam seguir sua vida — sem distanciamento social, sem máscaras, sem quarentena —, o que aumentaria a imunidade na população. A imunidade de rebanho foi desprezada, como atestou recentemente um relatório de deputados republicanos da Subcomissão Especial sobre a Pandemia do Coronavírus da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
Bhattacharya foi completamente desacreditado. O então Twitter, hoje X, suprimiu a visibilidade de suas postagens, e o Google e o Facebook, agindo a pedido da administração de Biden e de seu consultor para Saúde, Anthony Fauci, omitiram qualquer menção ao Great Barrington. Posteriormente, quando comprou o Twitter, Elon Musk divulgou centenas de arquivos que mostraram como funcionou a censura na rede social. Mark Zuckerberg, dono do Instagram e do Facebook, confessou, recentemente, que a plataforma retirou do ar, por pressão do governo norte-americano, publicações que afirmavam que o coronavírus tinha se originado em laboratório, que defendiam o tratamento precoce ou que questionavam a eficácia e a segurança das vacinas experimentais.
O caso norte-americano é semelhante ao do Brasil: qualquer pessoa — desde influenciadores e médicos até o presidente da República — que ousasse questionar as restrições e as medidas indicadas pela Organização Mundial da Saúde era imediatamente tachada de negacionista pela imprensa velha e se tornava alvo das agências de checagem. As redes sociais suprimiam as publicações ou desmonetizavam os canais.
O médico Roberto Zeballos é um exemplo, entre tantos outros, dos que foram “cancelados” durante a pandemia. A ousadia do clínico geral e doutor em imunologia foi criar um protocolo para dar atendimento eficaz aos doentes de covid-19, prescrevendo medicamentos de “uso off-label”, especialmente corticoides e ivermectina. “Na primeira fase da doença, não perdi um único paciente”, lembra. Mesmo com a eficácia do protocolo, o chamado “tratamento precoce” passou a ser sinônimo de “negacionismo” em boa parte da imprensa. A quem apresentava sintomas de covid-19, recomendava-se equivocadamente ir para casa, tomar dipirona e esperar a situação piorar para procurar atendimento.
“Esse foi o maior erro da pandemia: negar tratamento aos doentes”, resume Zeballos, cujo protocolo foi seguido por dezenas de médicos no país. “Outros usaram cloroquina, com sucesso, mas eu nunca usei porque não achava eficiente. Todos foram tachados de negacionistas, embora tenham salvado muitas vidas.” A atuação de Zeballos e de sua equipe em Belém, em 2021, foi relatada na revista científica Health: de 210 pacientes tratados, dois morreram com o protocolo que incluía corticoide via oral, anticoagulante e antibióticos.
“O tratamento precoce gerava menos carga viral e, consequentemente, menor inflamação sistêmica”, explica a médica Raissa Soares, autora do protocolo de Porto Seguro de profilaxia pré-exposição à covid-19. “Quanto menos inflamação, menos órgãos acometidos, menor o risco de complicações, menor a taxa de internação e menor a mortalidade.” Quem ousou não concordar com as recomendações da OMS, porém, foi colocado numa “lista de cancelamento público e profissional”, observa Soares.
No Reino Unido, os que questionavam o “consenso” oficial eram chamados de “assassinos de vovós” ou “covidiotas”, ressalta a ativista Kingsley, que recentemente escreveu um duro artigo no Telegraph para cobrar do governo britânico transparência sobre as medidas adotadas durante a pandemia. “Mas os verdadeiros idiotas trabalhavam para o governo”, afirma Kingsley, citando o uso obrigatório de máscara, que não tinha eficácia nenhuma — como já se sabia na época e como está mais do que provado agora por dezenas de estudos. Até mesmo pesquisadores da Universidade de São Paulo chegaram a essa conclusão. Em praticamente todo o mundo, crianças foram obrigadas a usar máscara, mas, no Reino Unido, por exemplo, descobriu-se posteriormente que o governo não realizou uma avaliação de risco até 17 meses depois de a política ser imposta às crianças. “Fazer com que as crianças cobrissem o rosto nunca foi totalmente sobre ‘seguir a ciência’; era política”, conclui.
O distanciamento social, que recomendava um afastamento de dois metros entre as pessoas, foi outra daquelas medidas tomadas sem respaldo científico. Nos EUA, Fauci admitiu ao Congresso que não houve estudos controlados comparando diferentes distâncias, o que reforça a ausência de evidências. Em janeiro do ano passado, isso ficou muito claro nos Estados Unidos. Francis Collins, ex-chefe dos NIH, agora aposentado, admitiu que ele e outros especialistas em saúde pública do governo, como o próprio Fauci, estavam alheios aos danos que causariam com as ordens de bloqueio porque estavam obcecados em fazer as coisas à sua maneira.


Como um burocrata de Washington, Collins disse que ele e seu grupo “não estavam realmente considerando as consequências em comunidades que não eram Nova York ou alguma outra cidade grande”. “Você atribui valor infinito para parar a doença e salvar uma vida e atribui valor zero a se isso realmente perturba totalmente a vida das pessoas, arruína a economia e tem muitas crianças mantidas fora da escola de uma maneira que elas nunca se recuperem”, admite, chamando isso de “mentalidade de saúde pública”.
Para Molly Kingsley, o problema foi além da “mentalidade de saúde pública”. Muitas medidas, diz ela, eram “evidentemente ridículas”, como estar seguro contra a covid-19 ao se sentar para almoçar em um restaurante, mas permanecer em risco altíssimo de contaminação enquanto permanecia em pé, prescrição que também foi vista em larga escala no Brasil.
Aqui como lá, outro fenômeno que chamou atenção foi a hipocrisia dos defensores dos confinamentos: ficou claro que o lockdown era seletivo e podia ser quebrado, ao bel prazer de quem estivesse cansado de ficar em casa. Não foram poucos os casos de políticos e celebridades — defensores dos bloqueios — flagrados em passeios públicos ou festinhas particulares.
O problema é que essa “mentalidade de saúde pública” e as medidas “evidentemente ridículas”, sem lastro científico, trouxeram inúmeros danos à economia, à educação, à saúde e a vários aspectos da vida das pessoas — como foi previsto pelas vozes dissidentes desde o início da crise sanitária.
Milhões de pessoas no mundo perderam sua fonte de renda, seu emprego, o meio de sustentar a família. Em São Paulo, tornou-se comum a cena de fiscais fechando pequenos comércios de gente que tentava sobreviver. O então governador João Doria endureceu as regras e a fiscalização contra o comércio e cidadãos comuns. Foram mais de 11 mil multas, num total de R$ 73 milhões, por descumprimento de regras sanitárias, inclusive o uso de máscara. A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) chegou a aprovar uma lei para anistiar os multados. O PT, um defensor incontornável das medidas pró-bloqueio, levou o caso à Justiça, e a PGR já se manifestou contra a lei sancionada por Tarcísio de Freitas em outubro de 2023.
Alguns países reverteram decisões ultrajantes adotadas na pandemia. Os EUA, por exemplo, restabeleceram membros das Forças Armadas que haviam sido dispensados por mandatos de vacinas, e a Itália descartou as multas para os oponentes da vacina contra a covid-19.
Na saúde, muitos perderam a oportunidade de fazer exames para outras doenças, como o câncer, cuja detecção precoce muitas vezes representa a possibilidade de cura. Ou para doenças cardíacas, que precisam de acompanhamento sistemático. Nos últimos anos têm sido frequentes as notícias sobre a explosão de casos dessas doenças e de uma epidemia de doenças mentais.
Na educação, os danos são irreparáveis, pelo menos no curto e no médio prazo. No Brasil, houve aumento da evasão escolar, da mortalidade materna e de casos de violência e abuso, e diminuição de matrículas de crianças em creches, como retrataram diversas pesquisas ao longo dos anos. Um estudo da Academia Americana de Pediatria revelou aumento nos casos de suicídio juvenil e outros problemas psicológicos, como ansiedade e depressão, por causa do fechamento de escolas e da restrição de atividades sociais.



“Nenhum grupo foi mais ferido durante a pandemia do que as crianças, atingidas indiscriminadamente pelo fechamento em massa de escolas e de playgrounds, e forçadas a ficar longe do ar fresco, expostas à violência”, afima Kingsley. “Milhões de crianças ainda vivem com impactos pandêmicos até hoje.”
Países que não adotaram regras de isolamento social e não fecharam escolas, como Suécia, Taiwan e Islândia, tiveram mortalidade menor ou igual aos que fizeram rígidos confinamentos. No entanto, evitaram as inúmeras feridas ainda abertas no tecido social.
Vacinas
As vacinas emergenciais, vendidas inicialmente como um milagre para nos salvar do caos da pandemia, se mostraram pouco eficazes — até mesmo o CEO da Pfizer contraiu a doença pelo menos duas vezes; o presidente norte-americano Joe Biden, vacinado com quatro doses, pegou covid-19 no mínimo três vezes. Anthony Fauci, um defensor das vacinas, pegou a doença três vezes depois de seis doses.
Quando os vacinados voltaram a ficar doentes, as farmacêuticas e os governos mudaram o discurso de 100% de eficácia para contrair a doença “mas com sintomas leves”. Ainda assim, sem a garantia de que um vacinado não ficaria doente e com a confirmação de que, mesmo com sintomas leves, poderia transmitir a doença a outras pessoas, os mandatos de vacina se proliferaram no mundo. Os governos — no Brasil, notadamente o Judiciário e outras repartições públicas, como universidades — obrigaram os trabalhadores a se vacinar para não perder o emprego.
“Isso não só foi injusto como levou milhares a perder o emprego”, diz o relatório dos deputados republicanos dos EUA. Lá, mais de 100 mil enfermeiros foram demitidos por se recusarem a tomar a vacina. Para os parlamentares, essas medidas foram baseadas em uma obediência cega à OMS. “O que vimos foi uma organização que, em vez de servir a toda a humanidade, ficou presa à política”, afirma o texto.
Segurança das vacinas
A segurança das vacinas também é questionada. No Brasil, esse tema ainda é “proibido”, embora haja dezenas de relatos de pessoas que tiveram efeitos colaterais graves. Um caso emblemático foi o de Bruno Graf, que teve um AVC alguns dias depois de tomar uma dose de AstraZeneca em Santa Catarina, em agosto de 2021. Doze dias depois da vacina, ele morreu. A família dele busca reparação na Justiça. No Rio de Janeiro, a Justiça já mandou a farmacêutica indenizar a família de uma gestante que morreu em maio de 2021.
Na Flórida, o governo de Ron DeSantis entrou com um processo judicial para apurar a responsabilidade da Pfizer e da Moderna, fabricantes das vacinas de RNA mensageiro, que causaram inúmeros e graves efeitos colaterais. Na Argentina, o Judiciário analisa o caso de uma mulher que informa ter desenvolvido a síndrome de Guillain-Barré depois de tomar AstraZeneca. Na Inglaterra, em um processo coletivo, a farmacêutica sueca admitiu que seu imunizante poderia ter um “efeito colateral mortal”.
As reações adversas às vacinas também são continuamente ignoradas ou minimizadas. O Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Vacinas relatou, até novembro, 1,8 milhão de avisos no mundo todo. Desses, foram registradas 38 mil mortes. Para efeito de comparação, todas as vacinas combinadas, desde 1990, registraram menos de 1 milhão de efeitos adversos em todo o mundo — e cerca de 10 mil óbitos. Esse sistema apenas recebe as notificações, mas não as investiga caso a caso.
Para o médico Roberto Zeballos, é preciso analisar os efeitos das vacinas aplicadas durante a pandemia, porque “países que vacinaram menos registraram menos mortes”, como no Leste Europeu e na África. “As vacinas não ajudaram nada. Quem ajudou foi o bom e velho sistema imunológico e a mudança para variantes menos agressivas.”

Kingsley, a ativista britânica, levanta uma dúvida razoável sobre as vacinas: o fato de uma onerosa comissão instaurada pelo governo para avaliar os erros na condução da pandemia passar longe de pontos centrais para entender a razão de tantas decisões erradas. Uma delas é o possível conflito de interesses do Imperial College London, que teria recebido 22 milhões de libras do governo para pesquisa e desenvolvimento de vacinas ao mesmo tempo que o confinamento precisava “ser mantido até que uma vacina se tornasse disponível”, recomendação usada para sustentar decisões da OMS e de vários países que confinaram a população.
Agora, de pária em 2020 a chefe dos NIH em 2025, Bhattacharya diz que a cautela deve nortear o trabalho de médicos e cientistas. Em vez de tomar decisões e fazer prescrições, os cientistas devem descrever com precisão os riscos e benefícios de ações de saúde, para que os cidadãos e seus líderes possam pesar as compensações. “A ciência deve ser um motor para o conhecimento e a liberdade”, declarou Bhattacharya ao Senado, na sabatina para assumir o cargo no governo Trump. “Jamais algo que está no topo da sociedade e diz que você deve fazer isso ou aquilo.”
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O Brasil parece que não aprendeu nada nesses 5 anos! Famílias continuam sendo perseguidas judicialmente por se recusarem a injetar esses experimentos gênicos em seus filhos!