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Edição 263

2025: um ano difícil para as empresas brasileiras

E também: mais petróleo, mais alumínio, mais veículos e mais energia (do Paraguai)

Carlo Cauti
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Durante uma reunião entre economistas e diretores do Banco Central (BC), ocorrida no começo da semana, um ponto foi unânime: este ano será desafiador para as empresas brasileiras. Principalmente para as pequenas e médias.

A inflação deverá se manter elevada por causa da política fiscal expansionista do governo Lula. Por exemplo, com o programa de consignado privado. Com isso, os juros também continuarão altos por um tempo prolongado.

A situação terá um impacto limitado nas empresas grandes, mas capitalizadas. Mas provocará sérios problemas para as empresas pequenas e médias, que serão obrigadas a processos de fusões e aquisições.

A maioria das projeções para o crescimento do PIB de 2025 ficou entre 1,8% e 2,3%, enquanto as estimativas para a inflação estão entre 5% e 6%. Para a Selic, os economistas esperam um nível de 15% a 15,5%.

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A volta de Michael Klein?

O empresário Michael Klein quer voltar ao conselho da Casas Bahia. E como presidente.

O empresário comprou mais 1% do capital da varejista, chegando a 10,4%. Um grupo de investidores aliados também comprou uma participação, somando cerca de 5%.

O objetivo de Klein é alcançar 30% dos votos junto com outros acionistas, e assim se tornar presidente do conselho. Seu indicado, Luiz Nannini, seria membro.

Além disso, Klein estaria negociando com o Bradesco para evitar a conversão em ações de seus créditos com a empresa varejista. Operação que acabaria diluindo a participação do empresário.

Casas Bahia
Empresário Michael Klein quer voltar ao conselho da Casas Bahia | Imagem: Wikimedia Commons

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Injeção de liquidez na Bombril

A Bombril precisa de uma capitalização para fazer frente às dívidas de R$ 2,3 bilhões.

O controlador da empresa, Ronaldo Sampaio Ferreira, teria descartado a venda de ativos por causa do processo de recuperação judicial iniciado há poucas semanas.

Três fábricas da empresa já foram dadas como garantia em processos tributários, limitando alternativas para gerar caixa no curto prazo.

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Arquiplan em turbulência

A construtora Arquiplan conseguiu aprovar seu plano de recuperação judicial. Mas com muita turbulência.

A companhia tinha entrado com pedido de recuperação judicial em 1º de julho do ano passado, com uma dívida de R$ 337,6 milhões.

O plano foi alterado dois dias antes da assembleia de credores, realizada no último dia 3. Prevê um deságio de 85% para as dívidas de classe III, e de 50% para as de classe IV, com pagamento em até 180 meses.

A Arquiplan foi acusada de privilegiar os bancos e fundos, considerados credores parceiros, e que receberão integralmente os valores devidos. Todos os outros, não.

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Marisa dá a volta por cima

A varejista Marisa voltou finalmente a encerrar no azul depois de amargar prejuízos por 12 trimestres consecutivos.

Entre outubro e dezembro de 2024, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 5,8 milhões. Um ano antes, esse resultado tinha sido um prejuízo de R$ 120 milhões.

A empresa está colocando as contas em ordem, e praticamente já zerou sua alavancagem. Com isso, restabeleceu a relação com fornecedores, reequilibrou os estoques, e começou a ver as clientes retornarem às lojas.

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Marisa voltou finalmente a encerrar no azul depois de amargar prejuízos por 12 trimestres consecutivos | Foto: Divulgação/Marisa

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Vendas de veículos em alta

As vendas de veículos no Brasil subiram 4,2% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Segundo dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), entre janeiro e março o mercado registrou um crescimento de 7,2% nas vendas, com 551,7 mil veículos entregues.

Para o acumulado do ano, a Fenabrave prevê uma alta de 5% nas vendas neste ano para carros zero-quilômetro.

As motos também registraram alta nas vendas, com 473,9 mil unidades comercializadas no Brasil. Um volume 9,6% superior ao dos três primeiros meses de 2024.

Vendas de veículos no Brasil subiram 4,2% em março | Foto: Shutterstock

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Brasil, país do alumínio

O Brasil registrou recorde no consumo de alumínio em 2024, alcançando 1,8 milhão de toneladas. Uma alta de 13,5% na comparação com 2023.

O resultado foi puxado pela construção civil, cuja demanda por produtos com base no metal avançou 21,9%.

Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), o cenário para 2025 é de crescimento, ainda que mais moderado.

Todavia, as tarifas adicionais impostas às importações americanas pelo presidente Donald Trump poderiam alterar esse cenário.

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Brasil, país do petróleo

As reservas provadas de petróleo (1P) do Brasil cresceram 5,92% em 2024 em relação a 2023, chegando a 16,841 bilhões de barris de óleo bruto.

A informação foi divulgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no Boletim Anual de Recursos e Reservas (BAR).

Foi registrado um aumento de 4,36% no volume relativo ao somatório de reservas provadas e prováveis (2P), que saltaram para 24,071 bilhões de barris. No somatório das provadas, prováveis e possíveis (3P), o aumento é de 4,27%, totalizando 29,176 bilhões de barris.

As reservas provadas de petróleo (1P) do Brasil cresceram 5,92% em 2024 | Foto: Shutterstock

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Petrobras mais verde

A Petrobras assinou um acordo com o Instituto Francês do Petróleo e Energias Renováveis (Ifpen) para pesquisa, desenvolvimento e inovação voltados para projetos de transição energética e descarbonização.

O acordo, assinado por meio do seu Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Cenpes), permite que a Petrobras estabeleça parcerias com subsidiárias do Ifpen, como Grupo Axens, Beicip-Franlab, IFP Training e GreenWITS.

O chamado master agreement inclui treinamentos e estabelece diretrizes sobre diferentes modelos de projetos, propriedade intelectual e aplicação de novas tecnologias.

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BP menos verde

Poucas horas depois do acordo entre Petrobras e Ifpen, a gigante britânica BP dissolveu sua equipe de mobilidade de baixo carbono.

A unidade era responsável por desenvolver soluções elétricas, de hidrogênio, entre outras, de baixas emissões para veículos, especialmente caminhões.

Há cinco anos, a BP caminhava na direção da descarbonização. Todavia, o atual CEO, Murray Auchincloss, quer voltar a direcionar a BP para seu negócio tradicional de petróleo e gás.

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Energia do Paraguai

O Ministério de Minas e Energia (MME) autorizará Cemig, Copel, Eneva e Santander a importar energia elétrica do Paraguai e comercializá-la no mercado livre.

A informação foi publicada no Diário Oficial da União e contempla também a Genco Energia, a Deal Comercializadora e a Inpasa Agroindustrial.

A autorização tem como base uma portaria, de outubro do ano passado, que permite a importação de eletricidade do país vizinho — desde que não seja proveniente da Itaipu Binacional — para venda no mercado livre brasileiro.

Ministério de Minas e Energia (MME) autorizará Cemig, Copel, Eneva e Santander a importar energia elétrica do Paraguai e comercializá-la no mercado livre | Foto: Shutterstock

Leia também “Qual será o futuro da Braskem?”

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