Quem já visitou Buenos Aires sabe que o culto aos mortos é tão tradicional na cultura argentina quanto o tango. Em 27 de junho, último domingo do mês, era previsível que, em mais um lance de oportunismo fúnebre, o presidente Alberto Fernández usasse politicamente os mais de 92 mil mortos pelo coronavírus no país. Ao som de Adiós Nonino, do compositor argentino Astor Piazzolla, foi realizada a cerimônia no Centro Cultural Kirchner, na região central da capital, atraindo diversos políticos em busca de holofotes. A grande ausência foi a vice-presidente Cristina Kirchner, que governou o país de 2007 a 2015, e não compareceu ao local, cujo nome é uma homenagem a seu ex-marido, Néstor Kirchner, morto em 2010. Em seu discurso, Fernández associou a situação desastrosa do país a um “cataclismo que assola a humanidade”.
Catastrófica, na verdade, tem sido a gestão de Fernández, emparedado pela pandemia de coronavírus e pela crise política agravada pelo pesadelo sanitário. No ano passado, a Argentina adotou um dos mais severos lockdowns do mundo. Fechou fronteiras, impediu a abertura do comércio e trancou a população dentro de casa. No início, os argentinos até se animaram com os baixos índices de contaminações e mortes. Poucos meses depois, com o fim das restrições e uma população sem vacinas, o problema da pandemia voltou e pegou a economia em frangalhos. A retração de 9,9% do Produto Interno Bruto (PIB) resume bem o que foi 2020 no país vizinho — um tombo muito maior do que o registrado no Brasil (-4,1%).
A epidemia de erros na economia começou bem antes da chegada da pandemia. Assim como o Brasil, que sofreu com a política econômica desgovernada de Dilma Rousseff (2011-2016), a Argentina foi vítima de governos populistas de esquerda desde 2003, quando Néstor se instalou na Casa Rosada, sede oficial do governo, e foi sucedido por sua mulher, Cristina, em 2007. O kirchnerismo é um braço do peronismo, que surgiu na década de 1940 com o presidente Juan Domingo Perón, deposto por um golpe militar em 1955. Já em 2015, um sopro de esperança surgiu com a vitória do liberal Mauricio Macri, então prefeito de Buenos Aires, numa coligação de partidos de centro-direita. Com a economia em frangalhos, herança do casal Kirchner, ele perdeu rapidamente a popularidade, flertou com medidas populistas e fracassou na agenda de reformas, apesar de todo o apoio financeiro da comunidade internacional.
A mais recente prova de falta de visão foi a proibição de exportações de carne com o objetivo de controlar a inflação
Faltou a Macri conseguir explicar à sociedade a necessidade de o país enfrentar diversas reformas estruturais, o que lhe custou a reeleição em 2019. A derrota se deu justamente para uma coligação peronista-kirchnerista, que lançou a chapa Fernández e Cristina para os cargos de presidente e vice, respectivamente. O retorno do kirchnerismo à Casa Rosada trouxe na bagagem malabarismos econômicos já testados no passado com retumbantes fracassos na Argentina e no Brasil. Congelamento de preços, proibição de compra de dólares, maquiagem de índices e gastos públicos excessivos geram, num primeiro momento, uma falsa sensação de estabilidade econômica. Em seguida, como se sabe, a conta chega principalmente para a população mais pobre por meio de inflação, desemprego e recessão econômica. “Fernández olha muito no curto prazo e insiste em fazer coisas que não dão certo”, afirma o consultor econômico argentino Roberto Luis Troster, que vive no Brasil desde o final dos anos 1970. “É uma visão muito míope.”
A mais recente prova de falta de visão foi a proibição, em maio, de exportações de carne bovina, com o objetivo de controlar a inflação, que beira os 50% ao ano. Com a medida, a Argentina, o quinto maior exportador global da proteína, acabou favorecendo os produtores brasileiros, que puderam aumentar suas vendas para a China. Esse tipo de medida intervencionista sempre gera resultados positivos no curto prazo e, posteriormente, se mostra insustentável. Não foi diferente nesse caso. Na primeira semana, o excedente de carne que seria vendido ao exterior foi deslocado para o mercado interno, derrubando os preços nos açougues. Na sequência, sob protesto, os produtores reduziram o volume de abates, o que gerou um aumento nos preços. “A Argentina continua a tropeçar na mesma pedra”, escreveu em relatório a equipe da consultoria argentina EconViews. “Na última vez que implementamos algo parecido, o país perdeu 10 milhões de cabeças de gado.”
Entidades do agronegócio ficaram revoltadas, pois Fernández havia declarado, durante a campanha eleitoral, em 2019, que as exportações eram prioridade e jamais seriam utilizadas como instrumento de combate à inflação. Há poucos dias, o governo relaxou parcialmente as restrições, permitindo que cada frigorífico possa vender ao exterior, no máximo, 50% do volume médio mensal registrado no ano passado. Foi anunciada também a prorrogação de um acordo para a venda a preços populares de alguns cortes de carne. O desconto no bife chega a 45%.
EXTREMA POBREZA
Há cinco anos, 1 dólar valia 15 pesos argentinos. Atualmente, a moeda norte-americana é cotada a 95 pesos, devendo superar a simbólica marca de 100 pesos nas próximas semanas. Estamos falando, é claro, do câmbio oficial. No mercado paralelo, apelidado de blue, a cotação costuma ser o dobro da estabelecida oficialmente, com o risco de a transação envolver notas falsificadas. Antes da pandemia, comerciantes portenhos tentavam convencer os turistas a pagar suas compras em dólar, euro ou até real. Aliás, a comparação entre a moeda argentina e a brasileira dá uma dimensão do abismo em que nossos vizinhos se meteram. Em 2014, 1 real valia 4 pesos. De lá para cá, o Brasil passou pela mais grave recessão da sua história, durante o governo Dilma Rousseff, e ainda enfrentou um barulhento processo de impeachment. Apesar de todas as turbulências, o real vale atualmente 19 pesos, quase cinco vezes mais do que no período da Copa do Mundo no Brasil. A inflação elevadíssima ajuda a explicar essa história.
O impacto da desvalorização cambial nos preços do comércio mostra que o poder de compra dos argentinos se esfarela. “Tudo aumenta por aqui, e os salários não acompanham a inflação”, diz a brasileira Gilda Antunes de Melo, que mora em Buenos Aires há 11 anos e trabalha formalmente como analista de conteúdo em uma empresa de audiovisual. “A cada nova ida ao supermercado, os preços estão mais altos.” A combinação de contas públicas no vermelho e de baixo volume de reservas internacionais eleva a percepção de risco de novos calotes na dívida argentina, o que tem gerado inúmeras negociações com organismos internacionais como o FMI e o Clube de Paris, grupo composto de 22 países, incluindo o Brasil. Com menos de um mês no cargo, em dezembro de 2019, o presidente Fernández deu um calote na dívida. Na ocasião, as agências de classificação de risco consideraram o país em default seletivo (calote parcial), o que gerou pressões ainda maiores no câmbio.
Embora expressiva, a desvalorização do peso argentino nos últimos anos só não foi maior por causa de um rigoroso controle cambial estabelecido no crepúsculo da gestão Macri, logo após a derrota nas urnas. Desde então, a compra mensal por habitante foi limitada a 200 dólares. No ano passado, a equipe econômica, liderada pelo ministro Martín Guzmán, aumentou em 30% a cotação do chamado dólar solidário, destinado apenas a quem quer guardar dinheiro debaixo do colchão. “Dólares são para produzir, e não para guardar”, costuma dizer o presidente Fernández, sempre que questionado sobre o controle cambial. O difícil é encontrar alguém da elite argentina que não tenha dólar em casa.
Esse tipo de intervenção só serve para adiar os problemas em vez de equacioná-los. “A Argentina definitivamente não está no caminho certo”, afirma o economista argentino Juan Jensen, professor do Insper e sócio da 4E Consultoria. Jensen mora no Brasil há 45 anos e, a exemplo de seu conterrâneo Troster, jamais deixou de acompanhar as agruras de sua terra natal. Embora ambos torçam pela Argentina quando o assunto é futebol, no quesito economia, eles reconhecem que nossa situação é bem melhor. “O Brasil tem um espaço fiscal para sustentar o PIB na pandemia que a Argentina não possui, o que se reflete nos resultados”, diz Jensen.
Enquanto isso, nas ruas de Buenos Aires, a analista de conteúdo Gilda descreve com tristeza o aumento no número de miseráveis. “A gente sai na rua e já vê pobreza”, relata. “A pandemia piorou um quadro que já vinha se deteriorando, com inúmeras lojas fechadas.” O Indec, instituto nacional de estatísticas, equivalente ao IBGE, publicou um estudo mostrando que mais de 40% da população argentina vive abaixo da linha de pobreza, 10 pontos porcentuais a mais do que o índice registrado em 2018. Pior: 10,5% vivem abaixo da linha de indigência, quase 4 pontos porcentuais a mais no mesmo período.
São dados assustadores para um país que já foi considerado um pedaço da Europa na América do Sul, mas cuja população não costuma perder a pose. Até o papa Francisco fez, em 2015, uma piada sobre seus conterrâneos. “Sabe como um argentino se suicida? Sobe em seu próprio ego e se atira lá de cima”, brincou o pontífice. Há um mês, o presidente Fernández disse que “os mexicanos vieram dos índios, os brasileiros vieram da selva, mas nós, argentinos, viemos em barcos”. “Barcos que vinham da Europa, e assim construímos nossa sociedade”, afirmou. O presidente Jair Bolsonaro reagiu à declaração com a publicação de uma foto em que aparece cercado de índios e a legenda “selva”.
FUTURO TENEBROSO
O mercado de trabalho apresenta desafios semelhantes aos do Brasil. A taxa de desemprego está em 10,2% — entre as mulheres, o índice é de 12,3% —, e só não é maior por causa de medidas de proteção ao emprego implementadas pelo governo. A geração em massa de postos de trabalho, no entanto, depende de uma evolução consistente da economia. Depois de três anos seguidos de recessão [veja infográfico acima], é natural que alguma recuperação ocorra em cima de uma base muito achatada. No primeiro trimestre, o resultado surpreendeu, com expansão de 2,6% em relação ao quarto trimestre de 2020. Foi a maior aceleração desde o início de 2018. O problema é que, ao contrário do cenário brasileiro, as perspectivas não são promissoras.
A consultoria Econviews projeta retração de 4% do PIB no segundo trimestre devido às novas medidas de isolamento social, que incluem o fechamento do comércio e a interrupção do transporte coletivo aos fins de semana, além de toque de recolher a partir das 20 horas durante a semana. Em abril, o último dado mensal disponível pelo Indec, a atividade econômica encolheu 1,2% ante março. Para piorar, a seca atrapalhou o cultivo de soja e milho. Se a vacinação não atrasar, a economia voltará a crescer no terceiro e no quarto trimestres e, no acumulado do ano, o PIB deverá registrar alta de 6%, desempenho insuficiente para recuperar as perdas de 2020. “A participação da Argentina na economia global está encolhendo”, diz Troster. “Estamos na terceira divisão do campeonato.”
Na Europa e nos Estados Unidos, a recuperação econômica está sendo acelerada pela vacinação em massa. Mais cedo ou mais tarde, avaliam os especialistas, os números da pandemia também vão melhorar nos países periféricos. Na Argentina essa recuperação preocupa pela agenda populista do governo Fernández. “O quadro argentino certamente não é bom, e os problemas não serão corrigidos tão cedo”, afirma o economista Jensen.
As eleições legislativas serão realizadas em novembro. Até lá, há o temor de que o governo peronista dobre a aposta no populismo e amplie ainda mais os gastos públicos para recuperar a popularidade corroída pela gestão desastrosa da pandemia. A próxima eleição presidencial será apenas no fim de 2023. Nesta altura, alguém pode estar se perguntando por onde anda Cristina, a vice que é alvo de diversas investigações e denúncias de corrupção no seu governo. Seu papel na Casa Rosada tem sido mais focado nas articulações políticas regionais. Mas como as principais maluquices econômicas costumam sair de sua cabeça, quanto menos se falar nela e quanto menos ela falar, melhor.
Leia também “A vocação para o atraso”
Estou muito satisfeito com as matérias da revista Oeste. Adquiri há 3 dias e só vi matérias sérias e embasadas nas realidades do mundo. Estava difícil ler algo imparcial.
Que os argentinos se, com o perdão da palavra, fodam.
Certeza ???? É só o nosso 4º maior parceiro comercial, atrás apenas da China, EUA e União Europeia.
Povo, históricamente, orgulhoso e preconceituoso está pagando o preço de sua arrogância. Isto me foi dito por um argentino que veio se refugiar aqui no RS com sua família.
Seremos eles amanhã, pois à esquerda no Brasil tem o mesmo projeto e temos instituições podres, que representam o interesse dela….
Se não tomarmos cuidado, teremos o mesmo destino dos campeões da Copa América.
Justamente porque a imprensa vermelha e a os partidos do Foro de São Paulo não falam da Argentina e o fiasco dos seus governos, é que precisamos fazer a divulgação massiva do que acontece com nossos hermanos! Se não houver essa “prevenção”, seremos nós em 2023!
Somos adversários somente no futebol.Com graça e arte de jogar.
No mais , desejo aos irmãos argentinos saúde frente a esta Pandemia, retorno de empregos e de investimentos no país, incrementação do Mercosul e que, possamos, enfim, ver o fim desta pandemia e o início de uma nova era de evolução, recuperação econômica e de fraternidade entre nós e nossos vizinhos.Esse é o desejo do povo brasileiro aos nossos irmãos argentinos.
Uma triste realidade da atualidade sul americana…. a Argentina caminha a passos largos pra alcançar a Venezuela…. meu Deus… que sirva de alerta aos Brasileiros sem “noção” administrativa…. pois estivemos muito próximos de caminhar pela mesma estrada que optaram os Argentinos !!
Segundo o economista portenho, A Argentina está na 3a divisão comparando ao futebol e aqui no Brasil a esquerda trabalha e deseja fazer o Brasil cair da 1a direto para a 4a divisão.
Ótimo texto…imparcial e trás especialistas da Argentina para falar da Argentina. Ou seja que está no contexto da situação. Apresenta os fatos…só isso…parabens
muito obrigado, Claudinei!
Que a agenda populista é essa que só aumenta o número de pobres? Deveria chamar-se agenda elitista, pois só os ricos costumam se beneficiar da inflação.
Definitivamente, a Argentina é um tango de Gardel – que dizem ter vindo da Europa de barco. 🙂
Excelente matéria feita por quem entende de economia e sabe muito bem embasá-las com dados. Infelizmente, o latino americano tem simpatia por governos populistas e vem pagando caro por isso. Não à toa a região é um celeiro de pobreza, violência e falta de oportunidades. Em países desenvolvidos, onde o populismo não tem vez, a história é outra. E o pior de tudo é que os ventos lá da Argentina sempre acabam soprando por aqui e fortalecendo cada vez mais o populismo no continente. Lamentável !!!!
Muito obrigado, Marcos Alexandre!
A esquerda brasileira evita falar sobre
a Argentina. Não é para menos…
O povo tem o que merece.
Primeira matéria que leio da revista e já fez valer a assinatura!
Muito obrigado pelas palavras, Santiago!
Assim como no Brasil, o Estado e a Constituição não ajudam na esfera político-econômica. Populismo é o fim e, aliás, é nisso que o Lula está apostando suas fichas roubadas.
Tornei-me assinante há poucos dias. Pela qualidade deste artigo, vi que a decisão foi acertada. Quanto à situação da Argentina, fico muito triste. Visitei várias vezes e tenho alguns amigos por lá. O progresso do Brasil está um pouco atrelado à saúde econômica da Argentina. Embora tenhamos mais recursos e diversidade de parceiros, não é bom para nós estarmos cercados de países pobres. Faço votos de que se recuperem com a brevidade possível.
Muito obrigado, Frederico!
Como admiradores de Cuba e Venezuela, há ainda muita gordura para os socialistas argentinos queimarem. Depois só restará roer o osso socialista. Os cubanos já roem osso há mais de 70 anos. Os venezuelanos só começaram a roer, mas vão roer por décadas o osso socialista do século XXI. O Brasil também tem no horizonte um osso socialista chamado PT.
Prezado Luís Artur Nogueira, sua descrição foi precisa e só por algum desvio intelectual ou de moralidade alguém encaminharia o Brasil para o mesmo caminho. Tenho sorte de ter conhecido a Argentina quando dólar valia 12 pesos argentinos. Infelizmente não sobrará nada desse câncer que assolou e continua a devastar nosso país vizinho. Estejamos avisados, é melhor guerra do que seguir o mesmo caminho!
Muito obrigado, Ernesto!
Mais uma tragédia protagonizada pelo socialismo bolivariano. Os brasileiros precisam abrir os olhos para esse câncer patrocinado pelo Foro de São Paulo.
Até o final de 2023 a Argentina já virou uma Venezuela.
Já fui várias vezes a Argentina e dá para você perceber como muita facilidade a desigualdade social que existe lá. O povo é literalmente manipulado por corruptos e ideais populistas que só beneficiam os poderosos. Triste realidade ! O povo irá sofrer a consequência de suas escolhas.
Luis Artur Nogueira,quero parabenizá-lo pelo excelente artigo sobre a Argentina.Trouxe sua real história com os detalhes verdadeiros, pobres argentinos.Essa situação econômica atual, dificilmente será revertida.Nao adianta Fernandez tocar em cerimônia pública todos os excelentes tangos de Piazzolla,o povo continuará em uma faixa de pobreza e fome nunca antes imaginada.Quem conheceu Buenos Aires, não voltará para ver um país decadente e sem perspectivas.
Muito obrigado, Teresa!
Que tristeza dos hermanos. Como combater o populismo com a população cada vez mais desesperada? Que fracasso!
E se Deus não tiver dó,faremos esse mesmo caminho. Se o LULADRAO voltar, é questão de tempo. Com certeza ele vai retirar todas as amarras que o fizeram passar uma temporada no xilindro,tais como , nomear bandidos tipo Gilmar Mendes para o STF, criando recursos eternos antes de alguém ser preso,cooptando os mais desfavorecidos, dando-lhes assistencialismo,e por aí vai. Quando chegarmos lá, não poderemos dizer que não sabíamos. Venezuela e Argentina estão aí como exemplos.
O Brasil seguirá o mesmo caminho, caso Lula volte à presidência.
Espero que nos os Brasileiros que tem um pouco de visão, possamos ver no que virou a Venezuela , o caminho que está seguindo a Argentina .
E isto que queremos para nosso BRASIL, esquerdopatas LADROES!!!
Nunca mais !!!!!
Caro Júlio…. peço perdão pelo trocadilho:
Falando em Lula… você roubou meu pensamento!!!!
Grande abraço!!
Países como Cuba, Venezuela, Bolívia e outros estão esperando, ansiosamente, o retorno da Esquerda. O dinheiro dos nossos impostos farão a festa dos governos socialistas e de seus políticos.