Em Manaus é proibido construir a chamada “cozinha americana”, uma abertura entre a cozinha e a sala. Nos imóveis alugados durante o verão em Governador Celso Ramos, Santa Catarina, não é permitido que mais de dois adultos durmam no mesmo quarto. Em Porto Alegre, todo edifício precisa exibir em algum espaço uma obra de arte. E os restaurantes de São Paulo só podem servir ovos depois de fervidos por sete minutos.
A interferência do Estado na vida dos cidadãos é tão extensa que parece piada. Não é. Essas e outras decisões estão reunidas no livro Leis Absurdas do Brasil: 51 Leis Absurdas Que Você Não Conhecia, escrito pelo economista André Costa. “Atualmente, no Brasil, existem mais de 180 mil leis vigentes”, conta Costa na introdução da obra. “Desde a Constituição de 1988, foram publicados mais de 5,4 milhões de textos normativos. São 769 normas por dia útil.” Ou, como destaca o repórter Edilson Salgueiro na entrevista feita com Costa, “uma a cada dois minutos”. A Assembleia Constituinte, aliás, estabeleceu que a inflação não deveria ultrapassar 12% ao ano. A norma foi discretamente esquecida quando, no governo Sarney, o índice anual chegou a 1.000%.
A mão pesada do Estado não é uma exclusividade brasileira. Numa das mais recentes medidas para driblar outro colapso econômico em curso na Argentina, o presidente Alberto Fernández proibiu a exportação de carne bovina. O objetivo era controlar a inflação, que beira os 50% ao ano. Como mostra a reportagem de capa desta edição, escrita pelo também economista Luís Artur Nogueira, o governo peronista de novo está tentando obter resultados diferentes com o uso das mesmas fórmulas. “A única certeza é que não dará certo”, escreve Nogueira. Como sempre, a redução da exportação vai prejudicar a economia e faltará carne no mercado interno.
O panorama traçado na capa é complementado pelo artigo de Ubiratan Jorge Iorio, que revisita os governos de Juan Domingo Perón e sua mulher, Isabelita, Carlos Menem, Fernando de la Rúa, Néstor e Cristina Kirchner, até chegar ao liberal Mauricio Macri. O desembarque na Casa Rosada da dupla Alberto Fernández e Cristina Kirchner comprova a vocação suicida do país vizinho.
Com a pandemia de coronavírus, lá como aqui o Estado apropriou-se da “ciência” para determinar o que é certo e o que é errado. E proibiu contestações a medidas como vacinas, uso de máscara, tratamento precoce e outras verdades absolutas. “A verdadeira ciência é feita com humildade, cautela, perguntas incômodas e a constante tentativa de refutar a tese principal, justamente para verificar sua robustez”, escreve Rodrigo Constantino, colunista de Oeste.
A letargia dos brasileiros diante dessas imposições supostamente científicas facilitou a aceitação do que talvez seja o mais cruel efeito colateral da pandemia: a privação do ensino para crianças de todas as idades — especialmente intensa entre os mais pobres — na mais extensa quarentena escolar do planeta. Como registra um trecho do artigo de J. R. Guzzo, “manter as escolas fechadas é um crime social inédito na sua extensão, na sua violência e nos seus efeitos contra vítimas que não podem, e nunca puderam, se defender”.
Boa leitura.
Branca Nunes
Diretora de redação
Branca…. parabéns!!
Ótima sinopse do que li na revista…aliás, REVISTA!!!!
Orgulhoso em ser assinante!!!!
Pessoal, sobre os anúncios, vocês precisam entender que a revista precisa arrecadar recursos para continuar entregando este excelente conteúdo. Infelizmente os jornais de viés conservador liberal, ainda não contam com adesão em massa como as mídias tradicionais. Tenho certeza que em um futuro próximo a revista estará com uma base de assinantes ainda maior, possibilitando proporcionar uma melhor experiência para nós, leitores.
Ótima lembrança Caio… esse é o jornalismo independente que todos nós conservadores buscamos!
Informação sem dinheiro do Governo…. informação livre, isenta e responsável…. e ética!
eis a diferença entre essa REVISTA e a velha imprensa…. ou melhor inpremça!
Forte abraço Caio!
Acabo de me tornar assinante dessa revista de primeira linha! Parabéns a todo o time, de editores, jornalistas, colunistas, articulistas, etc.
Falta de jornalista de verdade??? Será que esse comentário é cabível quando da avaliação da seriedade e competência do grupo de JORNALISTAS e COMENTARISTAS da REVISTA OESTE? Quem pensa assim, melhor voltar a assinar a Folha e o Estadão… PARABÉNS OESTE, pelo jornalismo sério, um bálsamo semanal diante de tantas distorções as quais temos sido submetidos pelos meios de comunicação!
Estou sentindo falta de jornalista de verdade nessa “revista”. Cadê investigação da Covaxin? Estão com medinho??
Já há muita gente fazendo isso. Você é que está procurando no lugar errado, meu prezado! Vá procurar sua turma: Crusoé, Foice de S. Paulo, Estadão, O Globo, etc etc. Na Oeste não há nenhum medroso, como você insinua. Só não tem também jornalismo tendencioso.
Boa, Sebastião! Queria que a Revista Oeste disponibilizasse Likes e Dislikes para os comentários de leitores também, assim este PHV veria como está por fora
Excelente!!!
Excelente comentário Sebastião!!!
Este não é um leitor de verdade, portanto seu lugar é em outra freguesia, foice SP, crusoe, antagonista, estadao, globo e por fim o site do PT.
Sou assinante para apoiar e prestigiar esse veículo de informação Liberal Conservador, mas seria ótimo ter uma versão em App ou Site para assinantes sem essa publicidade chata e abusiva!!
Fica a dica e sugestão!!
Parabéns pelos ótimos conteúdos e Colunistas!
Sim, precisamos de ler a revista numa plataforma de leitura, Kindle, ou similar.
Eu ia pedir exatamente isto: ficar livre da propaganda abusiva que persegue o leitor, tampa as materias, sobe e desce e prejudica a leitura.
Seria maravilhoso mesmo
Estou sentindo falta do Augusto Nunes.
A REVISTA OESTE precisa de mais divulgação, para que todos tenham acesso a ela.
Obrigado por esta fantástica revista.
Fez-me dar boas gargalhadas a Carta ao Leitor. Vontade de chorar, também. E a ilustração, além de risos, provoca angústia No inverno seco, ventoso e quente do interior paulista, contemplo as 37 crianças na praça enorme. Todas com máscaras. E muita sede. Só um dos vários acessos ao espaço aberto é mantido aberto pela prefeitura. Inexplicavelmente, apenas um.