Uma reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo em janeiro de 2018, no início de um ano eleitoral sem sombra de pandemia, ajuda a explicar por que o hoje presidente Jair Bolsonaro enfrenta a maior oposição já declarada pela imprensa brasileira — e por seus rivais políticos que surfam em manchetes — desde a redemocratização do país. O texto apresentava números de uma pesquisa Datafolha num cenário em que o ex-presidente Lula (embora condenado em segunda instância e, portanto, impossibilitado de ir às urnas) derrotaria Bolsonaro em qualquer circunstância. Pior: o candidato que seria eleito nove meses depois com 58 milhões de votos havia “parado de crescer”.
Naquela época, os meios de comunicação tradicionais já caçavam incessantemente informações capazes de desidratar a arrancada eleitoral em curso. Se é fato que revirar o passado de um político prestes a governar uma nação é legítimo e dever da imprensa, também é preciso registrar que começava ali uma artilharia cuja mira só tinha um lado — afinal, em janeiro daquele ano, a Lava Jato ainda levaria gente graúda para a cadeia e Lula nem sequer havia sido preso.
No dia seguinte ao do primeiro turno da eleição, o tom dos editoriais subiu. Para a Folha de S.Paulo, o candidato que recebera mais votos era um político com “pregação tosca, de tons frequentemente autoritários, e um programa ultraliberal encampado na última hora”. Já O Estado de S. Paulo escreveu que “mesmo o mais bem informado eleitor teria dificuldade em saber quais eram suas propostas para tirar o país da rota do iminente desastre fiscal porque, nas poucas vezes em que foi questionado sobre o assunto durante a campanha, em entrevistas ou debates, o ex-capitão gaguejou, apelou para frases feitas, com pouco sentido, e, por fim, acabou admitindo que é absolutamente ignorante em economia”. Na mesma linha seguiu o Grupo Globo.
Tudo isso ganhou escala muito maior depois da posse. Até a “rachadinha” dos filhos de Bolsonaro — que não deve ser minimizada — recebeu uma calibragem diferente quando comparada com a mesma prática feita pelo PT. Jornalistas, artistas e famosos que nunca tiveram coragem de escrever com todas as letras que Lula é um criminoso chamam sem pudor Bolsonaro de “genocida” — um colunista desejou publicamente a sua morte em jornal, outro desconfiou da facada.
Parte da resistência a Bolsonaro se explica pela militância ideológica de esquerda presente nas redações e que nunca aceitou sua vitória nas urnas — daí a hashtag #EleNão e a chegada da abjeta “cultura do cancelamento” ao meio político. Para saber mais sobre como as universidades doutrinam a juventude, vale a leitura do livro Lavagem Cerebral, de Ben Shapiro, comentarista político conservador nos Estados Unidos. A realidade nas salas de aula lá não é diferente do que acontece aqui.
A outra metade da responsabilidade pelo desgaste com a imprensa se deve ao estilo reativo do presidente. Não foram poucas as vezes em que ele poderia, simplesmente, ter evitado o confronto com um microfone que considera provocador — porque Bolsonaro gosta de uma encrenca.
Leia “Ben Shapiro e a doutrinação nas universidades”
Picadeiro da CPI
Montado desde o final de abril no Senado, o grupo de detetives da covid, comandado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), também será lembrado por algumas proezas na política brasileira: começou como a CPI da cloroquina, depois da ivermectina, em seguida da Copa América. Concluiu que o governo patrocinou um extermínio em massa pela falta de vacinas, descobriu um gabinete paralelo do Ministério da Saúde e diz ter batido à porta de um inédito escândalo de corrupção no qual não se provou ainda o desembolso de um centavo dos cofres públicos.
A história começa com uma declaração do desconhecido deputado Luis Miranda (DEM-DF). Ele disse que procurou o presidente em março para relatar supostos problemas no contrato de compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, uma bolada de R$ 1,6 bilhão. Mas como Miranda soube das supostas irregularidades e quais seriam elas? O parlamentar afirmou em entrevista que seu irmão, Luis Ricardo, funcionário do Ministério da Saúde, teria sido pressionado a pagar pelo imunizante.
No dia 25 de junho, os irmãos Miranda foram chamados pela CPI. Os depoimentos começaram a ser anunciados como o “Dia D” de Bolsonaro no Palácio do Planalto, porque a dupla faria uma divulgação bombástica e irrefutável. Voz mais estridente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) buscou os repórteres em Brasília para anunciar que o Brasil estava diante do “Covaxgate”, numa alusão ao escândalo Watergate, que derrubou o presidente norte-americano Richard Nixon na década de 1970.
A “bomba” foi uma afirmação de que Bolsonaro teria dito que houve “rolo de um deputado” na negociação para adquirir as vacinas. Segundo Luis Miranda, o parlamentar seria seu colega Ricardo Barros (PP-PR), o líder do governo na Casa — ele nega a acusação e pede para ser ouvido, mas a CPI não quer. Qual seria o rolo? Barros teria apresentado uma emenda no processo de votação da Medida Provisória nº 1.026/2021, destinada a acelerar a liberação de vacinas já autorizadas na Índia. No dia seguinte ao da revelação, contudo, uma informação deixou jornalistas e oposição em parafuso: os também deputados Orlando Silva (PCdoB-SP) e Renildo Calheiros (PCdoB-PE), irmão de Renan, apresentaram emendas idênticas.
Quando o noticiário político se degenera no policial, uma equação precisa ser inevitavelmente respondida: quem roubou, quanto e onde foi parar o dinheiro? Pelo que se sabe até agora, os recursos nunca chegaram ao bolso de ninguém porque não foram pagos.
Também os imunizantes da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, os mais usados hoje no Brasil, teriam sido alvo de um roubo que por pouco não aconteceu. Aí surgiram os personagens que só aparecem num escândalo à brasileira — um ex-policial que virou atravessador, um reverendo lobista, a ex-cunhada magoada e a figura do deputado de quinta categoria que sonhava virar um Roberto Jefferson. Com um enredo desses, é claro que a semana não poderia terminar bem, e o senador Omar Aziz (PSD), cujo prontuário policial no Amazonas assusta, deu voz de prisão a um funcionário do Ministério da Saúde e resolveu provocar as Forças Armadas.
O fato é que até agora o que se viu na CPI foi um grupo de picaretas perdendo tempo com outros picaretas.
No início da década de 1990, quando a revista Veja revelou que o presidente Fernando Collor de Mello participava de um esquema de corrupção com o ex-tesoureiro da campanha PC Farias, uma CPI esbarrou na compra de um Fiat Elba pela primeira-dama, Rosane. O dinheiro teria saído de uma conta fantasma de PC. Foi o estopim para o impeachment de Collor. A Elba de Bolsonaro não apareceu.
A tal ‘corrução do atual Governo’, como inventa a oposição, não envolve o pagamento de um centavo sequer. Situação bem diferente nos governos Lula e Dilma, quando tivemos bilhões desviados em esquemas de corrupção. #CPIdaCovid pic.twitter.com/BUH6LKLeQw
— MARCOS ROGÉRIO (@MarcosRogerio) July 6, 2021
Muito barulho por nada, como diria Shakespeare…
O Mecanismo vai voltar ao Poder!
Podem fazer o print…
Silvio,, você foi muito feliz na escolha do tema desse artigo. A analogia foi perfeita. Qualquer coisa, por mais irrelevante que possa parecer, desde que possa vir, de qualquer forma ou modo, prejudicar o Governo é motivo de investigação, comentários distorcidos, e divulgação maciça, sem o menor compromisso com a ética ou com a moral. Mas há um velho ditado popular contado pela minha saudosa vó Dita:”há males que vem pra bem”. Pois é, agora as máscaras estão uma a um caindo. Finalmente o POVO, pelos comentários dos leitores desta revista e nas conversas do dia a dia, acordou. Espero que estejamos juntos, unidos a favor do Brasil, reelegendo Bolsonaro, é a única forma de protegermos nossos filhos e netos da sanha desses políticos vagabundos que estão no poder. E se analisarmos veremos que eles tratam de preparar seus filhos para continuarem no comando da roubalheira. Chega!
Só por causa dessas palhaçadas , temos que reeleger Bolsonaro que é mesmo paa esfregar na cara dessa corja que nós é quem decidimos, não eles, o destino do país.
Procurem “Mensalão”, “Petrolão”, compra de Pasadina, obras criminosas na África e América Central e do sul com oligopólio político e econômico nas ações de Bolsonaro. Procurem por “pedaladas fiscais”. Procurem por canetada de Fachin ou decisões de Lewandowski e Calheiros sobre impeachment.
Se nada encontrarem, façam cara de “ué” e continuem produzindo mediocridades, Estadão, Folha, O Globo.
O pessoal é muito perigoso e temos que nos cuidar. Até um simples comentário aqui na revista é patrulhado por criminosos e mafiosos. Como se diz aqui no fundo do sertão, o Bolsonaro não é flor que se cheire. No entanto, a maioria das pessoas, inclusive os que o atacam, mudariam suas atitudes a partir de uma facada que não pode ser investigada, mas uma suposta prevaricação que não provocou saída de dinheiro público é mais investigada do que a pensão do Renan para sua namorada, ou Rosi, amante do Lula. Chamam o presidente de genocida e se olha o conceito da palavra no Aurelião e contradiz os desafetos que misturam outros conceitos sem pé nem cabeça, principalmente na área jurídica. Aí, o STF manda mais do que o presidente e não obedece as regras democráticas, principalmente a lendária independência dos poderes. E aí o próprio STF acusa o presidente de antidemocrárico. Ele alerta pelos perigos da próxima eleição que já se sabe que poderemos ter atos terroristas de esquerda e compra de votos, já que o sTF aceitou o dinheiro da corrupção para turbinar campanhas eleitorais. Todo mundo sabe que eleições fraudadas não acontece apenas com os hackers manipulando o computador do TSE, mas também utilizando verbas roubadas e pixulecos que ajudam candidatos e partidos a comprarem votos, cobrir custos não contabilizados ou até mesmo contabilizados mas inacreditavelmente homologados pelo TSE desde a época do Lewandoviski. Com a visita do Jair no RS, e com suas palavras soltas sem papas na língua, alguns petistas usaram a imprensa para dizer que ele falou em Porto Alegre que esteve reunido com o Miranda e isto é a prova que faltava para tirar ele da presidência. Que loucura! Já faz um mês que o próprio Presidente já tinha dito que houve o encontro. É um assunto requentado que ainda dá espaço para gente com ódio mortal. O pessoal da CPI está humilhando os órgãos que controlam as contas públicas, pois convocam apenas gente do quarto ou quinto escalão e que não tem o poder da caneta e liberação de dinheiro. Tem muitos problemas acontecendo e até agora os opositores, STF e CPI nunca tiveram coragem de dizer o que eles teriam feito se tivessem o poder de planejar ações contra a pandemia. Além de tudo, eles tentam passar à população que as mortes só acontecem aqui no Brasil e só aqui no Brasil “teria havido atraso” na compra de vacinas, que ora eram prejudicadas pela demora e outras que foram “estranhamente” aceleradas as negociações… Por fim: deu pra ver que o Bolsonaro não colocou o rabo entre as pernas. Pelo contrário: ele aumentou o tom e começa a criticar até mesmo o STF, algo que atende a maioria dos seus aleitores.
Se essa pandemia não tivesse acontecido, a oposição arranjaria de qualquer maneira uma motivação para querer atrapalhar o governo. A COVID caiu como uma luva para as pretensões do PT e assemelhados pois uma boa parte do orçamento que estava previsto para outras obras e melhorias do povo brasileiro foi consumido pelas providencias tomadas para combater a doença, como hospitais, vacinas, respiradouros, etc. Por isso o Presidente precisa do segundo mandato para mostrar o seu trabalho e ser reconhecido pelo povo que o está rejeitando através de manobras maquiavélicas da oposição feroz e vingativa. Boa sorte ao nosso Presidente.
CIRCO DE QUINTA CATEGORIA! LAMENTÁVEL! TRISTE VER BACHARÉIS EM DIREITO PARTICIPAREM, SEM QUAISQUER CONSTRANGIMENTOS, DESSA PANTOMIMA, QUE
CÔMICA, NÃO FOSSE TRÁGICA!
Depois dos depoentes pitorescos chamados por Renan Calheiros como uma bióloga sem registro, uma médica sem crm, um hippie que foi presidente da Anvisa, um deputado estelionatario picareta, uma cantora e hoje um auxiliar de escritório do MS os próximos a serem chamados serão a TIA DO CAFÉ e o FAXINEIRO do MS. No final dessa CPI será dada uma festa, com máscaras, onde convidarao stripers fantasiados de policiais federais. Simone Tebet tentará fazer um streep tease por invoice.
kkkkkkkkkkkkkkkk
É Fakir, nessa você pegou pesado, mas que foi boa foi.
É preciso mesmo uma verve humorística nesta hora. Excelente.
ótimo comentário!! kkkkkkkkkkk