O McDonald’s está preocupado com seus banheiros. Recorreu então a uma inovação: criou o banheiro multigênero, que pode ser usado por clientes de qualquer sexo. Na porta das cabines “inclusivas” estão desenhadas três figurinhas: masculina, feminina e transgênero. O uso é individual. Ou seja: não faz a menor diferença quem está lá dentro. Mas a propaganda politicamente correta faz muita diferença. O mercado está pagando uma baba por demagogia fantasiada de inclusão.
Pare num posto de gasolina na beira da estrada, pergunte onde é o banheiro e se você pode usar. Provavelmente o encarregado te entregará uma chave e não perguntará o seu sexo. Aí você pode se trancar lá dentro e escrever emocionado na sua rede social que está num banheiro multigênero, à beira da estrada. Arremate a sua mensagem ao mundo com um “viva a revolução!”
Uma cliente do McDonald’s na cidade paulista de Bauru encontrou um desses banheiros “inclusivos”, não gostou do que viu e fez um vídeo espalhando a novidade. A prefeitura da cidade foi lá e disse que não pode. Que as regras do código sanitário preveem a distinção entre banheiros masculinos e femininos.
A conclusão inequívoca deste episódio é muito simples: a humanidade está com todos os seus problemas resolvidos. Mergulhou num tédio profundo e está procurando o que fazer para passar o tempo.
A clássica pergunta deverá ser feita em linguagem neutra: “Onde é o banheire?”
Vamos ajudar a humanidade. O tédio é de fato um inimigo poderoso, mas com criatividade é possível vencê-lo. Ou pelo menos enfrentá-lo de igual para igual. A partir do escândalo de Bauru, propomos as seguintes iniciativas, para apimentar a relação do ser humano com seu planeta monótono:
- CPI do Banheiro Misto. Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues e Kátia Abreu vão demonstrar ao mundo que qualquer maneira de amor vale a pena — e qualquer maneira de ir ao banheiro também. Vão ensinar que um é pouco, dois é bom e três é demais, dependendo da metragem. Se for longa-metragem, recomendarão O Cheiro do Ralo (para clientes cult) e Lula, o Filho do Brasil (para usuários com incontinência monetária);
- Na CPI, Omar Aziz determinará a quantidade de papel higiênico a que cada cliente terá direito, em nome da diversidade sexual e florestal. Quem for flagrado em qualquer ato discriminatório no banheiro será condenado a usar papel higiênico de segunda mão. Nada de moleza para os preconceituosos;
- Dress code. Vamos acabar com a zona nos banheiros das lanchonetes. Homem de saia deverá escolher preferencialmente o McDonald’s. Se for escocês pode ir ao Bob’s, desde que esteja com seu passaporte sexual em dia. A clássica pergunta deverá ser feita exclusivamente em linguagem neutra: “Onde é o banheire?” Quem perguntar do modo antigo será indiciado pelo STF por ato antidemocrático;
- Se a vida continuar um tédio depois de todas essas medidas criativas, iremos propor ao Burger King separação de banheiros pela cor da pele. Esses banheiros de hoje que só se preocupam com o gênero do usuário denotam claramente um preconceito racial velado — passando uma mensagem subliminar contra a diversidade das cores humanas, em postura nitidamente supremacista;
- Dia Mundial de Luta Contra o Preconceito nos Banheiros. A humanidade evoluiu e hoje todos sabem que os banheiros não são mais lugares apenas para necessidades fisiológicas e higiênicas. Banheiro é lugar de leitura e reflexão. No dia do orgulho sanitário — que será inserido numa sequência de eventos denominada Dezembro Marrom — só será permitido o ingresso em banheiros públicos ao usuário que portar no mínimo um livro de filosofia e um iPhone. Esse iPhone deverá ter acesso a pelo menos uma rede social, na qual o usuário deverá provar que postou mensagens de orgulho sanitário.
As proposições acima visam a reforçar a luta da humanidade contra o tédio e pela encenação de novas éticas que possam servir ao nobre princípio de pentelhar a vida alheia (para usar a norma culta das portas de banheiro). Basta de monotonia.
Leia também “Mexa-se”
Não duvido nem um pouco wue esses delírios virem realidade!
Gostei muito da reflexão sócio-gástrica-urinária-sexual!
Se nada for feito, o nosso querido Planeta vai virar um hospício.
👏👏👏
Essas “lanchonetix” PRECISAM adotar logo que sanduba se compra no banheirix e os “escrementix” se devolvem no balcão…
Leio essas sugestões do Fiúza e fico até com receio de algum dos novos tiranetes levar a sério.. melhor nem dar ideia..
Excelente artigo, pra não variar!
Simplesmente extraordinário. Li e ri muito.
Kkkkk… se nao fosse trágico, seria muito cômico! Mundo ta virando mesmo um esgosto… muita falta do que fazer! Perfeito Fiuza!
Cabeça vazia é oficina do diabo e ele já tomou conta de grande parte.
Excelente texto, como de costume.
Fantástico, somente com muita ironia vamos sobreviver a esse mundo ridículo do progressismo desvairado.
Show.
Gostei da ideia 💡 do Fiuza de classificar de “Dezembro Marrom” ! Claro que tinha que ser MARROM, pois essa é a cor dos excrementos dos idiopatas que acham que o mundo gira em torno deles. A imbecilidade está tomando conta do mundo. Que pena!
Dou muita risada com você.
Hoje me lembrou o FEBEAPA do Stanislaw Ponte Preta.
Muito bom.
Perfeito comentário. Só quem viveu na época conhece, porque estes mesmos do “dezembro marrom” tentam reescrever a história…
To rindo muito kkkkk excelente Fiuza
Muito bom Fiuza! Não vou escrever, mas passaram várias ideias pela minha cabeça.
Muito bom!
Genial
Belissíma colocação!!! Parabêns Fiuza!!
Excelente! O tédio e a criatividade neutra…
Brilhante! Kkkk
Hahahaha! Perfeito o texto!!
Há de chegar o dia em que não toleraremos tanta imbecilidade!
Acho difícil seguir a teoria de gênero criada por essa empresa.Na maioria dos banheiros públicos teremos o feminino e o masculino,como sempre foi.Isso é modismo para quem não tem o que fazer da vida.
Ri muito!!! Mas vale a observação do leitor Mazzaro: perigo os 3 patetas gostarem da ideia… hoje em dia tudo é possível, kkkkkk
Sensacional, meu irmão Guilherme! Abração
E para o idoso que ainda insiste em ser hetero, há oferta de banheiris adequadis?
Tenho uma sugestão, proibir logo a palavra banheiro e permitir apenas ” toalete” que já vem prontinha com a vogal “e”. Em tempo: Randolfe é um nome perfeito para aquele ” indivídue” . Parabéns aos pais. Nem o corretor ortográfico aceita essas aberrações.
Estou aguardando o meu banheiro também, sou homem branco e hétero.
Genial!
Todas civilizações passadas tiveram seu apogeu e queda, com essa não será diferente, estamos caminhando para o fim. A imbecilidade está tomando conta, e o que é pior, em escala global.
Boa! Quanto mais imbecil mais chic, mais internacionalmente “in”! 🥸
como sempre brilhante suas cronicas.
Aproveito o excelente artigo de Fiúza, para apresentar uma proposta de solução para os problemas da linguagem neutra.
Onde é o banheire ou onde é a banheire? Solução: elimine-se o uso do artigo. Diga: Onde é banheire? Você continuará não identificando se quer satisfazer necessidades fisiológicas ou se quer tomar um banho relaxante com direito a espuma, mas estará praticando imbecilidade explícita com absoluta correção.
Boa, Paulo Fernando Vogel. Ri muito com seu comentário: “Onde é banheire?”.KKK… Por aí se vê a estupidez disso tudo, que deveria ser assunto limitado ao ridículo, mas que dele se ocupa até ministro do supremo. Haja saco nesse mundo de hoje…
Um show de criatividade. Excelente texto. Parabens Fiuza
É isso que um senado de país que escolhe “inclusivamente” algumas de suas mais altas autoridades jurídicas pela opção sexual deles e não pelo notório saber jurídico e ilibada reputação. Aí vem candidatos que rebolavam no Carnaval, davam uns tapinhas e umas cheiradinhas em coisa estragada, bebiam que nem malucos em bares gays no RJ, MT, MG, PR, SP, mas não tem coragem de subir numa das infinitas favelas e ver como o povo real vive. Aí vem um que nem lembro o nome e quer implantar “linguagem neutra”. É óbvio que com um repertório desses seres obscuros e pitorescos que habitam nosso mundo jurídico que ISSO NÃO ACABA BEM.
Isso sim é comunismo de verdade, todos são iguais mesmo contra a biologia
Sensacional! “Dezembro Marrom” foi o máximo!!!!
Como sempre, espetacular!
Não dá ideia Guilherme.
Tchê, o negócio engrossou de vez. Aqui na Serra Gaúcha, mais propriamente em Canela, existe um local onde existem três portas de banheiro com placas indicativas: Homens, Mulheres e…. Tanto Faz!
Pelo menos eles indicam Homens e Mulheres!
A outra aberração satânica é o Fachim autorizar a linguagem neutra. Ele deve explicar se em concursos públicos ou no ENEN a correção de textos e redações devem obedecer a cartilha do ministro. Tem muito professor desistindo da correção, pois tudo é válido, Quem sabe até na biologia, física, filosofia e matemática surgirá também a linguagem neutra: b+c+o = nada.
De todos os antológicos artigos do Guilherme este ganha em inteligência e sarcasmo.