Bastante comum no Brasil e nos Estados Unidos, o descongestionante nasal fenilefrina foi considerado ineficaz por um grupo de consultores da Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador sanitário norte-americano.
Na terça-feira 12, os conselheiros da agência votaram unanimemente contra a eficácia da droga na sua forma oral, encontrada em diversos medicamentos vasoconstritores, que promovem a redução do inchaço e inflamação das mucosas do nariz.
Com o resultado, o FDA precisa definir se o ingrediente será retirado do mercado norte-americano. Porém, de acordo com o jornal The New York Times, a decisão pode demorar alguns meses para ser anunciada.
Apesar de ineficaz, o conselho considera que a fenilefrina é segura e não oferece riscos à saúde quando consumida conforme as orientações médicas.
Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que até o momento não existem elementos técnicos que indiquem uma conclusão sobre as informações do FDA.
Descongestionante nasal mais popular do país
No início dos anos 2000, a fenilefrina ganhou popularidade como substituta da pseudoefedrina, que foi restringida nos Estados Unidos devido ao seu uso indevido na produção de metanfetamina.
Desde então, a fenilefrina tornou-se o descongestionante oral mais popular no mercado norte-americano.
De acordo com dados da FDA, a droga gerou quase US$ 1,8 bilhão em vendas em 2022.
Se a FDA seguir as recomendações do conselho, o que geralmente acontece, gigantes farmacêuticas poderão ser obrigadas a retirar das prateleiras seus medicamentos orais contendo fenilefrina, nos Estados Unidos.
A Anvisa afirma que, no Brasil, os remédios com fenilefrina são registrados na forma associada com fármacos que têm indicação de analgésico e alguns com anti-histamínico. Não há medicamentos no mercado brasileiro com apenas a fenilefrina e a indicação de uso oral.
Entidade contraria de decisão
A Associação de Produtos de Cuidados com a Saúde do Consumidor dos Estados Unidos (CHPA) argumenta que a fenilefrina é segura e eficaz, sendo contra sua remoção da lista de medicamentos sem prescrição.
A entidade alerta que isso pode levar os consumidores a procurar ajuda médica, aumentando a demanda por consultas e piorando os resultados clínicos.