Há três semanas, Patrizia Cavazzoni foi recontratada pela Pfizer como sua médica-chefe. Ela liderou a divisão de revisão de medicamentos da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos durante o governo de Joe Biden. A FDA funciona como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.
Ela também chefiou Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da agência de 2020 até janeiro deste ano. Sua nomeação representa um retorno à Pfizer, onde já ocupou cargos importantes.
Com uma carreira extensa, Patrizia ocupou posições de liderança em empresas como Eli Lilly e Sanofi, acumulando quase duas décadas de experiência. Na Pfizer, ela liderou ciências clínicas e operações de desenvolvimento, contribuindo para o avanço de projetos significativos.
A recontratação de Cavazzoni pela Pfizer exemplifica a prática da “porta giratória”, na qual funcionários transicionam entre a FDA e a indústria farmacêutica. Críticos dizem que isso pode comprometer a independência das agências reguladoras, levantando preocupações sobre conflitos de interesse.
O grupo de defesa “progressista” Public Citizen criticou a contratação de Cavazzoni, destacando que ela ilustra a continuidade da “porta giratória”, minando a credibilidade da FDA como órgão regulador de saúde pública.
Em 2021, a FDA concedeu registro definitivo para a vacina da Pfizer contra a covid-19.
Outros comissários da FDA também foram para a Pfizer
Outros exemplos notáveis incluem Scott Gottlieb e Robert Califf, ex-comissários da FDA que migraram para o setor privado.
Gottlieb ingressou no conselho de diretores da Pfizer, enquanto Califf atuou como conselheiro para o Google Health e sua subsidiária, Verily Life Sciences.
Em 2022, durante audiências de confirmação no Senado, Califf comprometeu-se a não aceitar cargos na indústria por quatro anos depois de deixar a FDA, assegurando apoio de senadores, como Elizabeth Warren.
Críticas sobre as transições

Robert F. Kennedy Jr., atual secretário de Saúde e Serviços Humanos do governo de Donald Trump, expressou críticas sobre essas transições.
Em uma audiência no Senado, Warren questionou Kennedy sobre sua promessa de não aceitar compensação de empresas farmacêuticas, equipamentos médicos, sistemas hospitalares ou seguradoras de saúde por pelo menos quatro anos depois de deixar o cargo.
Kennedy reafirmou seu compromisso e declarou: “Estou feliz em me comprometer com isso”.
+ Leia mais notícias de Saúde em Oeste