Durante o jogo entre Nacional (URU) e São Paulo, em 22 de agosto, o zagueiro uruguaio Juan Izquierdo sofreu um mal súbito e acabou morrendo na última terça-feira, 27. Investigações iniciais revelam que o protocolo de parada cardiorrespiratória da Fifa não foi seguido, e o desfibrilador não foi utilizado no atendimento, o que pode ter ocasionado a morte do jogador.
André Pinelli, médico da Conmebol, afirmou ao jornal UOL que os profissionais de saúde não utilizaram o desfibrilador externo automático (DEA) durante o atendimento ao jogador Izquierdo. Segundo o cardiologista Édmo Atique Gabriel, o DEA é essencial para identificar problemas cardíacos, como arritmias.
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O manual da Fifa estipula que qualquer jogador que desmaie sem contato deve ser considerado como estar sofrendo de parada cardíaca súbita. No entanto, os médicos interpretaram o quadro de Izquierdo como neurológico, não cardíaco.
“Quando se vê a queda [do jogador], você vai para o campo como se fosse uma parada cardíaca. Por isso que tudo é muito rápido”, explicou Pinelli. “Chegando em campo, você faz o diagnóstico se é ou não. Não é em todo mundo que você vai aplicar o choque com desfibrilador.”
Os profissionais não iniciaram os procedimentos de parada cardiorrespiratória porque o atleta respirava e tinha pulso. O manual da Fifa recomenda o uso imediato do DEA, mesmo que o paciente ainda respire.
Movimentos involuntários e respiração agônica podem ocorrer nos primeiros minutos após a parada cardíaca, sendo necessário iniciar a ressuscitação cardiopulmonar e o uso do DEA.
Izquierdo sofreu uma convulsão intensa
Durante o atendimento, os médicos diagnosticaram uma convulsão intensa no zagueiro Izquierdo, similar a uma crise epiléptica.
“Quando você vê uma pessoa com um quadro convulsivo, você tem duas situações, ou é cardiológico ou neurológico, se a pessoa tem pulso e respiração, você não tem como, no momento exato, saber se é cardiológico ou não, então quem comanda a decisão é o médico da equipe”, disse Pinelli.
O médico da Conmebol ainda esclareceu que o jogador uruguaio “não teve uma coisa lenta. Ele teve uma coisa rápida, que a gente chama de convulsão tônico-clônica. É um outro quadro clínico.”
Em jogos organizados pela Conmebol, há sempre duas ambulâncias de alta complexidade e dois DEAs disponíveis no gramado. O cardiologista Édmo Atique Gabriel também destacou que o DEA poderia ter ajudado no diagnóstico dos médicos.
“Os equipamentos modernos detectam não só paradas cardíacas, mas também arritmias. Poderia ter sido útil para ajudar na interpretação dos médicos ali naquela situação, porque esse diagnóstico tem que ser o mais rápido e preciso possível. A interpretação tem quer ser fria, independentemente se o cenário é confuso ou emotivo”, afirmou o cardiologista.
Presença de ambulâncias e DEAs nos jogos da Conmebol
Segundo o cardiologista Édmo Gabriel, as imagens mostram que o atleta poderia estar em um estado de gasping, reflexo do corpo quando os níveis de oxigênio no cérebro estão baixos.
“Quando o atleta cai, ele cai sem demonstrar movimentos bruscos e com sinais que podem representar já uma possível parada cardíaca. Claro que quem chegou ali avaliou, viu que ele ainda tinha um pulso residual, uma respiração ofegante e agônica, mas ainda assim a imagem é clara quanto a isso”, disse Gabriel.
O especialista disse que a “queda acontece sem sustentação, sem rigidez nos músculos”. Revelou que, apesar de não ser possível ver todas as imagens do atendimento, “não é possível perceber espasmos repetitivos e incontroláveis, que normalmente caracterizam a convulsão tônico-clônica. A questão, pelo menos para mim, que sou cardiologista, é que o desfibrilador ajudaria muito”.
A maior falha de protocolo foi no desenvolvimento das vacinas. Esse caso, e muitos outros de forma crescente no mundo todo, são efeitos de médio prazo de vacinas não testadas apropriadamente e pelo tempo previsto no… protocolo!.