Em novembro de 2024, no Hospital Timmins and District, no Canadá, um médico de 60 anos vivenciou uma situação inesperada. Durante seu turno, ao atender um paciente com infarto, percebeu que também estava passando por um infarto.
Nesta semana, o hospital compartilhou este caso para destacar a importância do mês de conscientização sobre a saúde do coração, celebrado em fevereiro.
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O médico Chris Loreto havia começado a sentir dores no peito cerca de quatro meses e meio antes do diagnóstico. As dores se estendiam para a garganta, dentes e ouvidos, especialmente durante suas corridas matinais. Inicialmente, ele acreditava que os sintomas fossem decorrentes de refluxo gástrico.
Ao buscar seu médico de família, Loreto omitiu que as dores surgiam durante o exercício físico. Posteriormente, ele reconheceu que omitir esse detalhe foi um erro, pois mesmo depois de iniciar tratamento para refluxo, os sintomas persistiram. Em 12 de novembro, enquanto jogava hóquei, as dores retornaram intensamente e afetou também seus ombros.
Apesar do desconforto, Loreto foi trabalhar no dia seguinte. No fim de seu turno, um paciente sofreu um infarto fulminante, e Loreto foi quem prestou o atendimento. Ao conversar com a mulher do paciente, percebeu que os sintomas descritos eram semelhantes aos que ele próprio sentia.
Médico comentou sintomas com colegas
Impactado pela coincidência, Loreto compartilhou seus sintomas com colegas médicos. Foi então convencido a realizar exames de sangue e um eletrocardiograma, que confirmaram que ele também estava infartando.
Inicialmente, ele relutou em aceitar o diagnóstico e chegou a pedir para continuar em sua escala de plantão, mas os colegas insistiram no tratamento imediato.
Transferido para um hospital especializado em Toronto, Loreto passou por um procedimento de colocação de stent e começou a reabilitação cardíaca. Ele reflete sobre o fato de que seu pai, também corredor, sofreu um ataque cardíaco aos 59 anos, quase na mesma idade dele. Loreto atribui isso a fatores genéticos.
Apesar disso, ele acredita que seu estilo de vida ativo, com corridas e jogos de hóquei, ajudou a proteger seu coração de um infarto mais severo. Reconhece, contudo, que deveria ter buscado ajuda médica mais cedo. “Somos ótimos em cuidar dos outros e péssimos em cuidar de nós mesmos”, comenta o médico.
Aos pacientes, ele aconselha: “Façam o que eu digo, e não o que eu faço”. Durante sua estadia em Toronto, reencontrou o paciente que havia atendido. A mulher do homem agradeceu por ter salvado a vida do marido, ao que Chris respondeu: “não, obrigado ele por salvar minha vida”.
Atualmente, três meses depois, Chris está de licença médica e continua sua reabilitação cardíaca.