Um neurocirurgião de Grampian, na Escócia, desenvolveu uma técnica inovadora para remoção de tumor cerebral, comparáveis a maçãs, por meio de pequenas incisões nas sobrancelhas. Essa abordagem minimamente invasiva resulta em cicatrizes menores em comparação com cirurgias tradicionais.
O Serviço Nacional de Saúde (NHS) de Grampian anunciou a inovação. O neurocirurgião Anastasios Giamouriadis já realizou o procedimento em 48 pacientes.
Ele explica que a técnica possibilita a remoção de tumores maiores na parte frontal do cérebro utilizando cortes pequenos, semelhantes a um buraco de fechadura. Esta técnica é uma adaptação da laparoscopia, conhecida por ser minimamente invasiva.
A Sociedade Neurológica Britânica e a Associação Europeia de Sociedades Neurocirúrgicas apoiaram a técnica.
“Eu não inventei esse tipo de cirurgia, mas a modifiquei para me proporcionar mais espaço através da sobrancelha, permitindo-me retirar tumores cerebrais muito grandes”, afirmou o médico.
Doreen Adams, de 75 anos, teve um tumor do tamanho de uma maçã removido pela sobrancelha no ano passado. Anteriormente, ela passou por uma craniotomia em outro país, mas a cirurgia não foi bem-sucedida.
“A recuperação após a craniotomia foi difícil”, relatou. “Contraí sepse, fiquei doente por algumas semanas e a recuperação levou muito tempo. Infelizmente, a cirurgia não resolveu o problema e, quando voltei para a Escócia, fui encaminhada ao doutor Giamouriadis.”
Retirada de tumor pela sobrancelha permite recuperação rápida
Depois da nova cirurgia, Doreen relata uma recuperação rápida. “Saí do hospital dois dias depois e retomei minha vida normal quase imediatamente”, comemora.
A técnica não só acelera a cirurgia, mas também reduz o tempo de recuperação. Muitos pacientes recebem alta no dia seguinte e retomam suas atividades em uma a duas semanas.
“Com craniotomias normais e extensas, a duração da operação geralmente é de cerca de oito horas, e os pacientes permanecem dias no hospital”, explicou o médico. “O método através da sobrancelha é mais desafiador tecnicamente, mas provavelmente leva metade do tempo – se não menos.”
De acordo com o cirurgião, a técnica representa uma virada de jogo e uma cirurgia muito menos invasiva. “Tradicionalmente, as pessoas ficariam com cicatrizes em toda a testa, evitamos isso com este método”, concluiu.
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