Os reguladores chineses intensificaram o escrutínio de dezenas de empresas domésticas de internet em busca de possíveis violações antitruste, informa uma reportagem do jornal The Wall Street Journal. Nas últimas semanas, agentes de agências governamentais, incluindo o órgão antitruste, a polícia cibernética e as autoridades fiscais, realizaram visitas-surpresa a algumas empresas e durante algumas dessas inspeções, as autoridades questionaram executivos seniores, baixaram contratos e registros financeiros, além de coletar e-mails e comunicações internas, informaram fontes do periódico.
As ações fazem parte de uma revisão regulatória, que se seguiu à apresentação de autoavaliações de 34 empresas de tecnologia convocadas, em abril, pelas autoridades. A lista inclui a startup de aplicativos de vídeo Bytedance, a empresa de entrega de alimentos Meituan e a gigante de mídia social Tencent Holdings Ltd. Em maio, o órgão antitruste manteve outra reunião com os reguladores em nível provincial e pediu-lhes que acompanhassem as investigações. De acordo com o jornal, não se sabe quais dessas 34 companhias foram visitadas pelos agentes.
Este mês, um alto funcionário da Administração Estatal de Regulação do Mercado afirmou que as companhias deveriam se acostumar a um escrutínio regulatório mais rígido. “É necessário promover ainda mais a aplicação da lei antimonopólio e restringir a concorrência desleal”, disse Chen Zhijiang, segundo o roteiro da entrevista coletiva. “É estritamente proibido para empresas com posição dominante espremer o espaço de vida de várias entidades do mercado para obter participação de mercado.”
O resultado dos questionamentos pode afetar ou adiar os planos das empresas que planejam ir a público. Na semana passada, a Didi Chuxing Technology Co. afirmou, em seu prospecto de IPO (oferta inicial de ações), que havia concluído a autoinspeção ordenada em abril e que os reguladores também realizaram inspeções presenciais. De acordo com o The Wall Street Journal, isso serviu de alerta de que as autoridades podem não ter ficado satisfeitas com os resultados e a empresa pode estar sujeita a penalidades.
Desde o final de 2020, a China vem reprimindo as práticas anticompetitivas entre os poderosos gigantes chineses da internet. Em abril, o país impôs uma multa recorde de US$ 2,8 bilhões ao Alibaba Group Holding Ltd. em uma investigação antitruste. Recentemente, a repressão às empresas de tecnologia foi ampliada para também visar outras infrações, como violações de privacidade de dados.
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Criam-se dificuldades para vender facilidades. Parece um certo país semi socialista dos trópicos tupiniquins.
Não desistamos. Juntos chegaremos lá, já afirmava às avessas um certo candidato a presidente do Brasil.