A Meta, empresa norte-americana que controla o Facebook e o Instagram, passou a ser investigada em 11 países europeus por alegações de uso ilegal de dados pessoais em um novo programa de inteligência artificial (IA), segundo a AFP.
A organização não governamental (ONG) austríaca Noyb, conhecida por sua atuação contra grandes empresas de tecnologia, foi quem apresentou as denúncias.
A Noyb solicitou às autoridades que interviessem com urgência para impedir a nova política de privacidade da Meta, que deve ser implementada no dia 26 deste mês.
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Segundo a ONG, a empresa norte-americana planeja ampliar o uso de dados que têm sido coletados desde 2007 de seus bilhões de usuários para uma tecnologia experimental de IA, sem quaisquer restrições.
Isso, segundo o portal da Noyb, inclui as muitas contas “inativas” do Facebook com as quais os usuários quase não interagem mais, que, no entanto, ainda contêm enormes quantidades de dados pessoais.
“Eles basicamente dizem que podem usar quaisquer dados de qualquer fonte para qualquer finalidade e disponibilizá-los para qualquer pessoa no mundo”, denunciou Max Schrems, fundador da Noyb.
Schrems alerta para o fato de que os dados podem ser usados para desenvolver desde um simples robô conversacional até uma publicidade personalizada agressiva ou mesmo um drone assassino, tudo sem o consentimento dos usuários, o que viola o regulamento europeu de proteção de dados.
Dificuldades dos usuários em excluir os dados
A ONG também destacou a dificuldade dos usuários em excluir seus dados uma vez que eles entram no sistema da Meta. As reclamações já foram apresentadas em países como França, Bélgica e Alemanha, e a Noyb promete ações em outros Estados da União Europeia nos próximos dias.
A Noyb, cujo nome é uma abreviação da expressão inglesa “None of your business” (não é da sua conta), já apresentou várias queixas contra gigantes da internet. Em relação à Meta, essas ações resultaram em multas administrativas que ultrapassam £ 1,5 bilhão (US$1,63 bilhão).
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