O maior golpe envolvendo a tecnologia do deepfake aconteceu na filial de Hong Kong de uma empresa multinacional britânica. O nome da empresa não foi revelado.
Um funcionário recebeu um pedido de participação numa video call em que estariam presentes o diretor financeiro da empresa e outros dirigentes. O diretor ordenou uma transferência equivalente a US$ 25,6 milhões, e o funcionário da filial de Hong Kong obedeceu ao pedido.
Só que o diretor e os seus colegas na videoconferência eram todos falsos. O superintendente da empresa, Baron Chan Shunching declarou que já existiram tentativas anteriores de golpe, mas todos usaram comunicações individuais. “Dessa vez”, disse Shunching, “aconteceu que todas as pessoas no vídeo eram falsas. Eles usaram tecnologia deepfake para imitar as vozes de seus alvos lendo um script“.
O funcionário da filial teve um momento de dúvida, mas, quando viu vários diretores on-line, não duvidou que a chamada não fosse real. O empregado seguiu as instruções e realizou 15 transferências para cinco contas bancárias de Hong Kong. Do primeiro contato à percepção do crime, o golpe durou uma semana.
Mas já existiam sinais de um golpe desde o início. O falso diretor pediu ao funcionário de Hong Kong que se apresentasse, mas não esperou sua resposta. Os participantes da video call davam ordens, e a reunião foi interrompida abruptamente. Depois, segundo o site South China Morning Post, os golpistas continuaram em contato com a vítima por meio de mensagens, e-mails e video calls individuais.
A polícia de Hong Kong está investigando o caso, e nenhuma prisão foi anunciada ainda. Os policiais encarregados alertaram para que, em caso de desconfiança, a pessoa peça para que o interlocutor mova sua cabeça ou responda a questões que confirmem sua identidade. Outra providência que está sendo considerada é o uso de chaves de segurança dos dois lados da comunicação.