Com a inteligência artificial (IA), cientistas descobriram um manuscrito que data por volta de 2 mil anos, da Itália.
O texto faz parte dos Manuscritos de Herculano, uma série de papiros que tinha sido queimada e enterrada na erupção do Monte Vesúvio, em 79 d.C.
De acordo com os especialistas, a descoberta permitiria duplicar a biblioteca de textos antigos. A descoberta foi anunciada na revista Nature, em 12 de outubro.
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As relíquias pertencem a um grupo de centenas de outras semelhantes, também carbonizadas, desenterradas em 1750.
Conforme uma equipe de arqueólogos, os escritos provavelmente eram de Lúcio Calpúrnio Piso Caesonino, sogro de Júlio César.
O que foi descoberto do manuscrito com a IA
Luke Farritor, da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos (EUA), e Youssef Nader, da Universidade de Berlim, na Alemanha, são estudantes responsáveis pelo projeto.
Depois de uma proposta promovida pelo professor da Universidade de Kentucky, nos EUA, Brent Seales, em março deste ano, a dupla de estudantes reconheceu algumas das cartas do manuscrito.
Com a tecnologia implementada, o os pesquisadores descobriram que estava escrito: “πορφύραc“, que em português significa “tintura roxa ou roupa roxa”.
“Estava caminhando à noite e verifiquei aleatoriamente os meus códigos mais recentes no meu celular”, afirmou Farritor.
O estudante da Universidade de Nebraska disse que “não esperava nenhum resultado substancial”. “Então, quando meia dúzia de letras apareceram na minha tela, fiquei completamente feliz.”
As letras impressas no papiro tinham sido feitas com tinta de molusco, assim, adquirem uma cor roxa — e acredita-se que é a isso que a frase se refere.
O marco da descoberta se deve ao fato de que, durante muitos anos, diversos especialistas, e até monges, tentaram ler o conteúdo dos pergaminhos. No entanto, visto a sua fragilidade dos manuscritos, que se desfaziam ao serem abertos, ninguém conseguia obter uma palavra.
“Foi emocionante ler um texto que não entendíamos, mas sabíamos que as pessoas o deixaram para nós há milhares de anos”, comentou Naeder. “Foi como olhar para o passado através de uma máquina do tempo.”