Nancy Grace Roman é um dos novos telescópios da Nasa. O instrumento faz parte da nova geração de aparelhos de observação desenvolvida pela Agência Espacial Norte-Americana. A promessa — que não é novidade — é que os novos telescópios serão poderosos o suficiente para revolucionar as pesquisas sobre a formação do universo. O objetivo é olhar mais longe e com mais detalhes as regiões longínquas do cosmos.
Durante uma simulação, o Nancy Grace Roman provou ser capaz de mostrar aos cientistas uma quantidade extraordinária de galáxias no espaço profundo. Com o novo aparelho, os astrônomos esperam acessar objetos a 13 bilhões de anos-luz de distância; com isso, eles poderão, em tese, ver o universo logo após o big bang. Segundo as teorias sobre a expansão do universo, quanto mais longe for o olhar do observador, mais próximo do passado do espaço ele poderá ver.
Na Terra e a olho nu, o espaço mostrado pela simulação abrange um panorama equivalente à magnitude de 10 luas cheias. Mas, como se trata de uma imagem do espaço profundo, o que realmente importa para efeito da coleta de dados é a distância, em anos-luz, que a simulação atinge: 13 bilhões de anos. Para efeitos práticos, se a simulação do Nancy Grace Roman fosse real, os observadores estariam olhando para o universo como ele havia sido há 13 bilhões de anos — aproximadamente 800 milhões de anos após o big bang.
De acordo com os autores do estudo, a simulação teve como objetivo provar as capacidades do telescópio Grace Roman, que será inaugurado em 2027. A principal característica do novo equipamento ressaltada pela mídia científica é que sua capacidade de observação será muito maior do que a dos telescópios Hubble e James Webb. Mas, apesar disso, a proposta não é substituir estes equipamentos.
O telescópio Hubble foi projetado para capturar a luz visível de objetos próximos com um campo de visão mais restrito, a fim de, por exemplo, mostrar mais detalhes de uma nebulosa. O James Webb faz algo semelhante, mas o seu ajuste permite uma captura maior da luz infravermelha. O campo de visão do Grace Roman, no entanto, será incrivelmente mais amplo.
Tecnologia dobradinha
O Roman será capaz de mostrar não somente os momentos iniciais do universo, mas a magnitude dos grandes conglomerados de galáxias, as maiores estruturas do cosmos. Para o Grace Roman, os projetistas preveem uma junção de duas tecnologias: comprimentos de onda (presentes no Hubble) e a capacidade de observação detalhada (presente no Webb). A visão mais abrangente ajudará os cientistas a observarem, por exemplo, lentes gravitacionais causadas por halos de matéria escura nas galáxias.
A maior novidade, contudo, é a característica do telescópio Grace Roman de coletar dados de mapeamento do universo até mil vezes mais rápido do que o Hubble. Jeffrey Kruk, pesquisador da NasaA, disse que o “Roman vai tirar cerca de 100 mil fotos por ano”. Isso significa dizer que o novo telescópio fornecerá mais dados astronômicos do que o Hubble e o James Webb juntos.
Mesmo assim, nenhum deles no contemplou com um única bela foto da bandeira norte-americana tremulando em solo lunar. Estamos esperando desde sempre.