A Microsoft anunciou na sexta-feira 25 que demitiu funcionários e encerrou parcerias na África e Oriente Médio envolvidos em esquemas de corrupção.
O caso veio à tona depois que o ex-funcionário Yasser Elabd afirmou haver esquemas de propinas nessas regiões. Elabd, que trabalhou na companhia de 1998 a 2018, denunciou que uma prática comum era utilizar empresas parceiras locais para vendas a consumidores, facilitando descontos.
O dinheiro das deduções, porém, era distribuído entre os funcionários da Microsoft, companhias e até membros do governo.
Além disso, o ex-funcionário contou que fez denúncias a executivos do alto escalão do gigante da tecnologia (incluindo o presidente executivo global, Satya Nadella), mas afirmou ter sofrido retaliação: a Microsoft colocou o funcionário em um plano de melhorias a colaboradores, o qual ele se recusou de participar, e então foi demitido.
Segundo o jornal americano Wall Street Journal, as denúncias foram feitas às autoridades americanas em 2019, mas a chegada da pandemia de covid-19, no ano seguinte, interrompeu as investigações.
A Microsoft teria “atuado por muitos anos em práticas frequentes de propinas” sob influência de autoridades que teriam o poder de vetar ou aprovar licenças de produtos da companhia, destacou um dos documentos de 2019 a que o veículo teve acesso.
“Acreditamos que já investigamos anteriormente essas alegações, que são de anos atrás, e as resolvemos”, explicou o vice-presidente de compliance e ética da Microsoft, Becky Lenaburg.