A Tesla divulgou as entregas que realizou no quarto trimestre de 2022: foram 405 mil carros elétricos. Trata-se de um recorde histórico para a montadora de Elon Musk. Em 2022, outro recorde: foram 1,3 milhão de carros entregues. Embora sejam cifras nunca vistas antes, a empresa teve o pior ano da história.
O que aconteceu?
Os números apresentados nesta segunda-feira vieram abaixo das estimativas de Wall Street, o coração financeiro de Nova Iorque. O esperado era entregar 420 mil veículos elétricos no último trimestre do ano (e não 405). Da mesma forma, a projeção era entregar 100 mil carros a mais em 2022. No entanto, o balanço não causou surpresa. O dono Elon Musk dava sinais de que as taxas de juros mais altas estavam prejudicando a demanda por veículos nos Estados Unidos. Em dezembro, inclusive, em um impulso de vendas de fim do ano e para limpar estoque, a Tesla chegou a oferecer descontos de US$ 7,5 mil no país.
Mesmo com a venda de 1,3 milhão de carros em um ano, a montadora perdeu US$ 675 bilhões em valor de mercado, por conta da queda de 65% nas ações. Dois motivos são determinantes para entender o recuo expressivo. Um é que a montadora desativou a fábrica de automóveis em Xangai em vários momentos do ano passado, a última delas em dezembro, quando enfrentou uma onda de infecções por covid-19 entre trabalhadores e fornecedores. A segunda razão, e a principal, é centrada em Elon Musk e a dedicação que ele tem dado a outra empresa — no caso, o Twitter, o que tem causado frustração em muitos investidores.
A Tesla, porém, continua como a montadora mais valiosa do mundo e dominante no mercado de veículos elétricos nos Estados Unidos, com mais de 60% de participação de mercado.
A Tesla ainda sobrevive graças aos incentivos do governo americano que sobretaxa os modelos convencionais para estimular a compra dos modelos elétricos.