O setor da construção tem adotado o modelo das chamadas construtechs, que quase quadruplicaram nos últimos dez anos
Imagine que você precisa reformar sua casa ou seu apartamento. Pense na trabalheira que isso dá: ir a um local, solicitar o orçamento, agendar uma visita e aguardar pelo projeto, que às vezes demora a ficar pronto.
Agora imagine que empresas dispõem de um aplicativo que oferece todo esse serviço a distância. É o caso da Home Hero, um marketplace de reformas, com 30 arquitetos ativos e mais de 50 fornecedores de produtos e serviços em São Paulo.
Pelo site ou aplicativo, cliente e arquiteto decidem, juntos, o projeto, com todo o detalhamento de custos e prazos. A operação leva cerca de meia hora. Fechado o negócio, um gestor de projeto acompanha a execução dos serviços (totalmente on-line).
A Decorati, outra startup do ramo, permite que os clientes façam o orçamento on-line e agendem uma reunião presencial ou virtual em até 24 horas. Os passos da reforma podem ser acompanhados via aplicativo e as obras são entregues em um prazo médio de 90 dias úteis.
Há também opções para quem busca apenas decoração, inclusive de um único espaço do imóvel. A plataforma Arquiteto de Bolso, por exemplo, promete em no máximo duas horas e 100% on-line o projeto de decoração de um cômodo a partir de 99 reais. Se os clientes comprarem produtos e serviços com fornecedores parceiros, a consultoria pode ser até gratuita.
O processo de compra é similar ao das demais soluções. No ambiente on-line, o cliente responde a perguntas e envia fotos e medidas do ambiente. Em seguida, um dos 50 arquitetos desenvolve o projeto com base nas informações prestadas. A execução fica sob a responsabilidade do cliente, que também pode contratar fornecedores parceiros.
No caso da construtech InstaCasa, a plataforma funciona como o “decorado” de loteamentos. Em vez de olhar maquetes ou terrenos descampados, o comprador tem a opção de apreciar diversos projetos que se encaixam no lote.
É o mundo da tecnologia invadindo sua vida.
Novos modelos de negócios
O setor da construção tem adotado o modelo das chamadas construtechs, que quase quadruplicaram nos últimos dez anos, segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups).
Ademais, conforme dados da StartupBase, há 149 novas construtechs da construção civil em atuação no país. Em 2010, eram 51 startups, o que indica um aumento de 192%.
O arquiteto e coordenador do curso de pós-graduação de Design de Interiores da Faap, Jéthero Miranda, explica que, no Brasil, as pessoas ainda não costumam contratar arquitetos para as reformas, o que gera riscos e prejuízos diversos.