O monitoramento climático no Brasil mostra que uma onda de calor prevista para setembro pode aumentar os incêndios em relação aos meses anteriores. A vegetação, afetada nos últimos três meses, eleva o risco de propagação do fogo.
Altas temperaturas e chuvas abaixo da média devem permanecer até novembro. Até frentes frias podem contribuir para novos incêndios, como os ocorridos entre os dias 19 e 25 de agosto, que afetaram Estados como São Paulo e Mato Grosso, cobrindo cidades de fumaça.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê temperaturas acima da média em setembro para grande parte do país, especialmente em Estados como Pará, Amazonas, Rondônia, Tocantins e Mato Grosso.
Especialistas sugerem que a principal medida para combater esses riscos é o reforço na fiscalização.
Alto risco de incêndios
Dados do índice integrado de secas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), enviados ao jornal Folha de S.Paulo, mostram que grande parte do país está em estágio de atenção devido à combinação de falta de chuvas, umidade do solo e estresse vegetativo. O indicador considera os meses de junho, julho e agosto (até o dia 27).
O índice, que considera déficit de chuva e umidade do solo (atenção) e déficit de chuva e estresse vegetativo (alerta), revela que quase todas as unidades da Federação têm áreas com alto risco de propagação de incêndios.
“Dadas as condições atuais, a previsão é que essa situação continue, porque o índice de vegetação evolui muito devagar”, afirmou Marcelo Zeri, pesquisador do Cemaden, em entrevista à Folha. “Então, se o nível já está baixo neste mês, a probabilidade de que continue assim é muito alta para o mês seguinte, especialmente sem chuva.”
De acordo com o especialista, o estresse vegetativo pode ser identificado pela temperatura e pela cor da planta, analisadas por satélites da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa).
“Se uma planta está muito seca, fica mais quente, o que ajuda a indicar a saúde dela, porque uma planta saudável, num ambiente mais úmido, vai estar mais verde.”
Zeri também destaca que o norte de São Paulo, uma das áreas atingidas por incêndios recentemente, já enfrenta condições de seca há meses. A previsão climática não é favorável, com pouca chuva prevista nas próximas semanas.
A onda de calor e demais previsões climáticas
Segundo Marcio Cataldi, meteorologista e professor da Universidade Federal Fluminense, o Brasil, que está no final da estação seca, só deve ver mais chuvas em outubro. “Mas o que deve chover em setembro é ainda menos do que a climatologia, então temos um risco muito grande da propagação de incêndio”, afirmou.
Cataldi também alerta para o fato de que o vento é um fator perigoso para a disseminação do fogo. Frentes frias podem trazer ventos intensos, dificultando o controle dos incêndios, mesmo com tecnologia avançada. Ele defende o reforço na fiscalização e melhorias na identificação dos focos.
De acordo com o meteorologista, uma tecnologia que pode ajudar na identificação dos focos é a instalação de sensores que detectam o aumento de CO₂, permitindo uma ação mais rápida das brigadas.
Esse modelo foi aplicado em um projeto da UFF com o ICMBio no Parque Nacional do Itatiaia, entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, e já é amplamente usado em países europeus.
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