Grace Kelly, ícone de Hollywood e princesa de Mônaco, morreu em um acidente de carro em 1982, aos 52 anos. No dia 13 daquele ano, o veículo que a princesa de Mônaco dirigia em Monte Carlo caiu em um despenhadeiro. Ela morreu no dia seguinte. Sua filha Stephanie, de 17 anos, estava no carro, mas sobreviveu.
Nascida em 12, na Filadélfia, Estados Unidos Grace Kelly conquistou Hollywood na década de 1950, estrelando 11 filmes. Ela se destacou em obras de Alfred Hitchcock, como Janela Indiscreta e Disque M para Matar. Sua atuação em Amar é Sofrer (1954) lhe rendeu um Oscar e um Globo de Ouro de melhor atriz.
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Em abril, Grace Kelly casou-se com o príncipe Rainier de Mônaco, com quem teve três filhos: Caroline (nascida em 1957), Albert (nascido em 1958), que se tornaria o príncipe de Mônaco depois da morte de Rainier, e Stéphanie (nascida em 1965).
Embora existam várias teorias sobre a morte de Grace Kelly, a versão oficial, que aponta para um derrame cerebral seguido de um acidente de carro, é a mais aceita. As teorias envolvendo Stéphanie, falhas no carro e até sabotagem refletem o impacto que sua morte teve na mídia e no público, que muitas vezes busca explicações alternativas para tragédias que envolvem figuras tão icônicas. No entanto, até hoje, não há provas concretas que contradigam o relato oficial sobre o acidente.
Trajetória Grace Kelly até o estrelato
Grace Kelly nasceu em uma família abastada dos EUA. Seu pai, John B. Kelly Sr., era um empresário de sucesso e um atleta olímpico vencedor de três medalhas de ouro no remo. Sua mãe, Margaret Majer Kelly, era ex-modelo e professora de educação física. Grace cresceu em um ambiente familiar privilegiado, com uma educação sólida.
Desde cedo, ela demonstrou interesse por atuar, mas sua família era cética em relação a essa carreira. No entanto, determinada a seguir sua paixão, Grace se matriculou na prestigiada American Academy of Dramatic Arts, em Nova York, onde começou sua formação artística. Durante esse período, ela trabalhou como modelo para sustentar seus estudos.
Sua beleza e postura elegante logo a tornaram uma das modelos mais procuradas da época. Ela apareceu em capas de revistas e em anúncios, o que a ajudou a ganhar visibilidade e contatos importantes na indústria do entretenimento.
Depois de sua formação, Grace conseguiu um papel na Broadway, sua primeira grande oportunidade. Sua estreia foi em 1949, na peça The Father, de August Strindberg, onde contracenou com Raymond Massey. Sua atuação recebeu elogios e ajudou a abrir portas para ela em outras produções teatrais.
A década de 1950 foi um período em que a televisão começou a crescer rapidamente nos Estados Unidos, e Grace Kelly conseguiu várias participações em programas de TV ao vivo, uma prática comum na época. Essas aparições em antologias de dramas televisivos ajudaram a colocá-la em evidência como uma jovem atriz promissora.
Em 1951, Grace Kelly fez sua estreia no cinema com um papel secundário no filme Fourteen Hours. Embora seu papel fosse pequeno, foi o suficiente para que produtores e diretores de Hollywood começassem a notar sua presença em cena. No entanto, foi em 1952, no faroeste Matar ou Morrer, ao lado de Gary Cooper, que ela ganhou maior reconhecimento. O filme foi um sucesso e impulsionou sua carreira cinematográfica.
Encontro com Alfred Hitchcock
O verdadeiro ponto de virada na carreira de Grace Kelly aconteceu quando ela chamou a atenção do aclamado diretor Alfred Hitchcock, que a considerava a personificação da “loira glacial” – um tipo de personagem que ele gostava de explorar em seus filmes. Ele a escalou para três de seus filmes mais icônicos:
- Disque M para Matar (1954),
- Janela Indiscreta (1954), e
- Ladrão de Casaca (1955).
Sob a direção de Hitchcock, Grace Kelly se consolidou como uma das maiores estrelas de Hollywood, conhecida por seu talento sutil e sua habilidade de transmitir emoções complexas de forma contida.
Depois de se tornar princesa de Mônaco, a atriz chegou a ser convidada para estrelar o filme Marnie, Confissões de uma Ladra (1964). Hitchcock queria que Grace fosse a protagonista, interpretando o papel de Marnie Edgar, uma mulher perturbada emocionalmente que comete crimes.
O diretor chegou a visitar Mônaco em 1962 para convencê-la a retornar ao cinema e estrelar o filme. Inicialmente, Grace aceitou a proposta, já que tinha uma boa relação com o diretor e sentia falta da atuação. No entanto, a pressão pública e a desaprovação dos cidadãos de Mônaco foram fatores decisivos para que ela desistisse do projeto.
Como princesa de Mônaco, seu papel na sociedade era visto como incompatível com o de uma personagem complexa e controversa como Marnie, que, no filme, tem questões psicológicas e está envolvida em comportamentos moralmente duvidosos. Além disso, havia uma expectativa de que a princesa mantivesse uma imagem de dignidade e não se envolvesse mais com Hollywood.
Depois da saída de Grace Kelly do projeto, o papel de Marnie foi assumido por Tippi Hedren, que já havia trabalhado com Hitchcock em Os Pássaros (1963).