A agricultura e a pecuária no Rio Grande do Sul terão grandes prejuízos com as enchentes que assolaram o Estado desde o dia 29 de abril e já deixaram pelo menos 83 mortos. Ilhado por quatro dias na cidade de Santa Cruz do Sul, nos vales do Rio Pardo e do Taquari, o deputado federal Marcelo Moraes (PL-RS) afirmou a Oeste que o Estado ficou devastado e que o agronegócio certamente será afetado.
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“O que restou da safra para o ano está perdido”, disse Moraes. Ele fez parte da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento da Câmara dos Deputados, entre 2019 e 2020.
“Será preciso uma ajuda significativa do governo federal em programas de auxílio ao setor, à agricultura, à pecuária, ao comércio, entre outros. Quem trabalha na lavoura, como em Sinimbu, perdeu praticamente tudo.”
De acordo com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, a agropecuária teve uma participação de 67,5% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, de R$ 582,968 bilhões em 2021.
Em relação ao agronegócio, para ter uma ideia, em março de 2023, o setor foi responsável por 67% das exportações do Rio Grande do Sul, com faturamento de US$ 1,2 bilhão e 1,87 milhão de toneladas negociadas para o exterior, de acordo com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
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O Rio Grande do Sul é, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o maior produtor de arroz do país, com 70,5% da produção brasileira, próximo de 7,3 milhões de toneladas em 2020.
Também é, entre outros, o maior produtor de tabaco no Brasil, maior exportador e segundo maior produtor mundial. O Estado gaúcho também lidera a produção nacional de trigo, com 2,3 milhões de toneladas em 2019. É ainda um dos três maiores produtores de soja.
“Nós viemos de três anos perdendo por estiagem e, agora, temos a chuva”, desabafou o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja-RS), Décio Teixeira, ao Estado de S. Paulo.
Tendência é de aumento de preços em um futuro próximo
Produções como arroz e soja já tinham cerca de 70% da safra do ano colhida, de acordo com entidades agrícolas. Mas, para um futuro próximo, a tendência é de aumento de preços desses grãos em função da estiagem.
As lavouras foram perdidas em regiões com chuvas de no mínimo 500 milímetros. Além disso, ressalta Moraes, haverá necessidade de abastecimento e suprimento para os produtores. Salvar as pessoas é uma prioridade. Depois disso, muitos produtores também dependem do seus negócios para sobreviver.
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Falta de rações para aves, suínos e vacas geradoras de leite já é uma realidade nas cidades atingidas, cerca de 60% do Estado.
Além disso, a pecuária também será fortemente prejudicada, já que sistemas de banhos estratégicos para bovinos e ovinos, produção de gramíneas forrageiras e a cria de terneiras em estacas, que aumentam a produtividade, ficarão paralisados.
“Todo o sistema, desde plantações em si, de arroz, soja, milho, produção de vinho, até a logística para o trabalho dos produtores, sofrerá perdas e precisará de uma ajuda ágil”, completa o deputado Moraes.
Com a burocracia, atividade normal dos governos, sejam estaduais e, principalmente, o federal, que só pensa em cobrar cada vez mais impostos e em troca gastar sem controle, vai ser difícil conter esses prejuízos. Achei , também , as declarações do governador do RS, bem fracas… Não parece que há perspectiva de maior controle nas gastanças do Estado, sabendo que os prejuízos são incalculáveis e, para reconstruir tudo que foi devastado, não será fácil.
Só podemos lamentar, espero sensibilidade de todos