Neste fim de fevereiro, Oeste traz novamente aos leitores as reportagens que mais fizeram sucesso ao longo do primeiro mês de 2024. O texto abaixo, publicado originalmente em 17 de janeiro, informa que uma família de pequenos produtores rurais de São Mateus, no Espírito Santo, passou a lidar com o pesadelo de ser expulsa da fazenda em que vive desde a década de 1960.
Leia um trecho da reportagem
Sexta-feira, 19 de março de 2010. Foi nessa data que uma família de pequenos produtores rurais de São Mateus, no Espírito Santo, passou a lidar com o pesadelo de ser expulsa da fazenda em que vive desde a década de 1960. Naquela época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa canetada, decretou que a propriedade dos Bettim deveria ser entregue ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A decisão de desapropriá-los não prosperou. Passada mais de uma década, com o petista de volta ao Palácio do Planalto, o calvário recomeçou.
A partir do decreto assinado por Lula há 15 anos, a Justiça capixaba considerou como improdutiva a Fazenda Floresta & Texas, sob controle da família Bettim. Datada de dezembro, a decisão determina a desapropriação do local até 13 de fevereiro. Se nada mudar, o dia marcará a entrega da maior parte da área, de pouco mais de 700 hectares, para o Incra, com a justificativa de uso de “interesse social”.
O objetivo é claro: servir de extensão do assentamento Zumbi dos Palmares, que fica em frente à propriedade e é controlado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O parecer judicial ignora o conceito de produtividade. Com os verdadeiros trabalhadores rurais que integram a família Bettim, a Floresta & Texas tem números a mostrar tanto na agricultura quanto na pecuária. Atualmente, a fazenda mantém 100 mil pés de café e 5 mil pés de pimenta-do-reino, além de plantações de mandioca e cultivo de árvores frutíferas. Também há cerca de 500 cabeças de vacas leiteiras e áreas de pastagem.
Ao atender aos anseios do Incra, a Justiça também deixa de lado o conceito de interesse social. Alvo de desejo do MST, a fazenda serve como meio de sustento de toda uma família, incluindo idosos e crianças. “A produção agrícola e a pecuária é a nossa única fonte de renda”, diz Viviane Bravim Bettim, que se preocupa, sobretudo, com o futuro ao lado do marido, Ernande, e do casal de filhos. Outras 12 pessoas da família vivem — e trabalham — na propriedade.
Clique aqui para ler a reportagem completa, publicada na Edição 252 da Revista Oeste.
