Um ano marcado pela resiliência e pela esperança. Essa é a avaliação de Renato Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) para o setor de azeite no Brasil. Para ele, a dificuldade extrema ao setor deriva, principalmente, das enchentes sem precedentes no Rio Grande do Sul, em maio.
Fernandes lembra dos desafios que o setor já havia enfrentado ainda em 2023 com as fortes chuvas do período e o grande desastre de maio de 2024, o que dificultou o manejo da cultura. Mas ele também enumera uma série de conquistas no setor, mesmo em um ano negativamente atípico.
Azeite brasileiro: potencial de atratividade global
Uma delas é a atração que o Brasil exerce no mundo, como um potencial produtor global de azeite. Não por acaso, o país recebeu a visita de integrantes do Conselho Oleícola Internacional (COI), que esteve em propriedades de Restinga Seca, Caçapava do Sul e Cachoeira do Sul para conhecer o trabalho e as potencialidades da olivicultura na região.
“E aí, sim, passamos um degrau acima, onde fomos considerados pela associação mundial. Tivemos a impressão e a certeza de que estamos no caminho certo, a partir do reconhecimento da qualidade do nosso azeite, onde também recebemos indicação como futuro produtor mundial”, disse ele à Revista Forbes.
A estimativa para o Brasil é de uma produção de cerca de 400 mil litros de azeite extravirgem. Nos últimos anos, a produção de qualidade recebeu elogios no mercado internacional, mas ainda insuficiente para atender ao consumo interno crescente. Por isso, o que se viu em 2024 foi um aumento de preços significativo para o consumidor final, variando de 30% e 50% na comparação com 2023.
A alta se deu pelo sumiço das prateleiras em razão da seca na Europa, onde estão os principais produtores, e da alta do dólar. Em 2023, o Brasil importou 80,3 mil toneladas por US$ 590,2 milhões. Em 2024, de janeiro a novembro, importou menos: foram 73,3 mil toneladas. Mas pagou mais, totalizando US$ 741,9 milhões.
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