Com maior ritmo de crescimento global, o bioinsumo no agro deve encerrar a safra 2022/23 em alta de 70%, com R$ 5,6 bilhões, em comparação ao ciclo anterior. A estimativa é da CropLife Brasil, divulgada pela agência de notícias Reuters.
A alta é sustentada por fatores como a adoção em larga escala dos bioinsumos por produtores de soja, milho, cana e algodão, algo não visto em outros países, segundo a CropLife Brasil, associação que reúne empresas de biotecnologia, sementes, defensivos químicos e biológicos.
Segundo pesquisa da CropLife, o mercado de bioinsumos triplicou no Brasil em 2021/22 ante a safra passada. O estudo mostrou um salto de 219% em comparação com o ciclo anterior, para R$ 3,3 bilhões de reis (valor pago pelos produtores).
“Estamos falando de uma indústria inovadora, que oferece inúmeros benefícios”, disse Amália Borsari, diretora de Biológicos da CropLief. “Os biodefensivos são uma alternativa que, ao mesmo tempo que entregam um controle eficiente de pragas, podem atuar de forma sinérgica com outros produtos químicos, e ainda assim favorecer o meio ambiente.”
Alguns números sobre o mercado de bioinsumo no Brasil
Apesar do forte crescimento, o mercado de bioinsumos estimado para a safra atual (2022/23) representa apenas cerca de 10% do de defensivos químicos (em 2021/22). Mas esses englobam também herbicidas — uma categoria inexistente nos biológicos —, que são representativos para os agroquímicos, com até 40% das vendas do setor.
A taxa média de adoção de controle biológico subiu de 17% em 2019/20 para 28% em 2021/22, em relação ao total da área plantada com lavouras no país, estimada ao todo em 85,7 milhões de hectares, segundo a pesquisa que ouviu mais de 1.900 agricultores em oito estados.
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Segundo a pesquisa, as principais razões pelas quais os produtores recorrem aos biodefensivos são eficiência de controle de pragas e doenças (29%) e a durabilidade ou tempo de atuação de um produto (25%).