Na safra em curso, o Brasil deve voltar à liderança mundial das exportações de farelo de soja. Desse modo, os fabricantes locais vão desembancar os argentinos, que se mantiveram na primeira posição por 25 anos.
“Neste ano, as exportações de farelo de soja do Brasil superam o volume embarcado da Argentina”, informa um relatório da Bolsa de Comércio de Rosário, um dos principais balcões de negócios argentinos. “Dessa forma, nosso principal parceiro comercial desbanca o país como primeiro exportador mundial de farelo de soja pela primeira vez desde a campanha de 1997/98.”
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De acordo com o relatório, a virada está ligada a dois grandes fatos. São eles: a safra recorde brasileira e a seca histórica que reduziu pela metade a colheita dos produtores argentinos, estimada em 20 milhões de toneladas pelo documento.
A falta de grãos cortou em 34% as estimativas para exportações do farelo de soja. O impacto da redução da colheita também atinge os embarques do óleo argentino, que devem ser 12% menores.
Dois anos antes, os argentinos exportavam 400% mais óleo que o Brasil. Na safra em curso, a diferença deve cair para 57%, conforme as projeções do documento.
As exportações de farelo de soja do Brasil
Pelas estimativas do relatório, o Brasil vai exportar 13 milhões de toneladas de farelo de soja em 2023. O volume é impulsionado pela safra nacional recorde do grão: 163 milhões de toneladas.
No país, o cultivo ocorre principalmente na Região Centro-Oeste. Essa área é responsável por metade de toda a safra nacional, de acordo com Companhia Nacional de Abastecimento. Além disso, o local abriga o Estado com a maior produção nacional: Mato Grosso.
Sozinhas, as lavouras mato-grossenses devem produzir cerca de 45 milhões de toneladas no ano de 2023. Assim, a colheita estadual de soja deve ser maior que a produção da Argentina, estimada em 20 milhões de toneladas.