Nos supermercados brasileiros, os preços dos produtos estão em reais. Porém, a negociação das commodities, como grãos, carne e diversos outros alimentos, segue as cotações do mercado externo, em dólares.
O governo federal estima um Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do Brasil recorde em 2025, considerando a moeda nacional. No dinheiro do mundo dos negócios, porém, o resultado pode ser de queda no faturamento.
VBP da agropecuária em dólares
As cotações do dólar oscilam diariamente. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) faz o cálculo da média anual — e a de 2024 fechou em R$ 5,39.
De acordo com o Ministério da Agricultura (Mapa), o VBP da agropecuária de 2024 fechou em R$ 1,272 trilhão. Para 2025, a pasta estima o valor em R$ 1,418 trilhão, segundo dados divulgados pelo jornal Valor Econômico, atribuídos à pasta.
Considerando a cotação média do Ipea para o dólar em 2024, são US$ 236 bilhões. Atualmente, a moeda norte-americana está mais cara, cotada a cerca de R$ 6. Isso significa menos reais por dólar.
Fazendo a conversão da estimativa do VBP de 2025 do Mapa para a cotação atual do dólar, seriam US$ 232 bilhões. E a perda de US$ 4 bilhões pode se tornar ainda maior se o real perder ainda mais valor.
Caso esse quadro se mantenha, os produtos agrícolas (como o arroz, o feijão, a soja e a carne) ficam mais caros, piorando os preços para os consumidores nos supermercados. Ao mesmo tempo, o faturamento que mais interessa aos fornecedores, em dólares, também piora. Os dois perdem.