A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) deu início a uma campanha para combater a gripe aviária em sua principal porta de entrada no Brasil: a praia. A doença chegou ao território local em maio de 2023 por meio de aves migratórias silvestres. As criações comerciais, porém, continuam livres da doença — algo inédito entre os grandes produtores do planeta.
Os trajetos da maioria das rotas migratórias dos pássaros silvestres eventualmente contaminados com a gripe aviária que chegam ao Brasil passam as áreas litorâneas — onde ficam as praias. No verão do país, essas regiões estão repletas de turistas.
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A campanha traz uma série de recomendações aos banhistas para identificar focos de contágio e evitar o alastramento da doença. A primeira delas é: evitar o contato com aves silvestres vivas ou mortas.
Além disso, há a orientação para os banhistas não tentarem socorrer ou levar para casa animais aparentemente feridos ou doentes. De acordo com a ABPA, a medida é para preservar tanto a segurança dos bichos quanto dos seres humanos.
“Isole a área, reduzindo o risco de aproximação de outras pessoas e animais e comunique os órgãos competentes para o atendimento adequado”, orienta a associação por meio de um vídeo institucional. Segundo o órgão, um médico veterinário oficial será acionado para prestar assistência. “Eles têm o conhecimento necessário para lidar com situações como essa,” informa a gravação.
Gripe aviária no Brasil
Em 15 de junho de 2023, o Ministério da Agricultura confirmou o primeiro foco da doença no país. Tratava-se de uma ave silvestre e migratória encontrada em Cariacica, cidade próxima ao litoral do Espírito Santo.
Até o momento, a pasta confirmou 151 focos no país — sendo 148 em animais silvestres e três em aves criadas para o consumo próprio. Ou seja: nenhum em granjas comerciais — motivo pelo qual a indústria nacional de alimentos é considerada livre da doença.
Desde que houve a identificação do primeiro caso de gripe aviária no Brasil, já se passaram 222 dias. É a primeira vez que um grande produtor passa tanto tempo com a doença em seu território sem que ela alcance as criações comerciais.